Macau
- A presidente da Casa de Portugal em Macau disse hoje que o investimento no
português e nas relações com a comunidade portuguesa têm sido uma
"preocupação sistemática" e que isso não deverá mudar com o novo
Executivo da região.
Para
Amélia António, isso seria "desvirtuar o valor que Macau tem" e o
Presidente chinês, Xi Jinping, fez questão, na sua visita ao território por
ocasião dos 20 anos da região administrativa especial, de "repetir
sistematicamente as características especiais" do território que funciona
como ponte sino-lusófona.
"Estão
lá uns toques no discurso do Presidente a chamar a atenção que, sendo a cultura
chinesa a dominante, é para manter as pontes", afirmou, em declarações à
Lusa à margem de uma receção comemorativa na Torre de Macau.
Xi
Jinping sublinhou várias vezes, no antigo território administrado por Portugal,
o sucesso da aplicação do princípio 'um país, dois sistemas' com caraterísticas
próprias de Macau.
Amélia
António considera que "é um recado para Hong Kong", onde os últimos
seis meses têm sido marcados por protestos antigovernamentais e contra a
crescente interferência de Pequim, "mas não exclusivamente".
"É
também para certos setores de Macau que só veem um país, não veem o segundo
sistema, e esquecem-se que Macau é importante" pelo papel que exerce como
plataforma ente a China e os países de língua portuguesa, considerou.
"Não
estou particularmente preocupada" com a desvalorização do português,
admitiu, apontando para o "enorme conhecimento do português e da
comunidade portuguesa" entre as novas caras do executivo.
Também
o secretário-geral adjunto do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial
entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau), Rodrigo Brum,
manifestou otimismo em relação ao reforço da cooperação sino-lusófona com o
novo Governo.
Rodrigo
Brum destacou que o projeto da Grande Baía, no qual "está prevista a
ligação com os países de língua portuguesa", é uma oportunidade que nem
Macau nem o bloco lusófono podem desperdiçar ou descurar.
O
projeto de Pequim da Grande Baía pretende criar uma metrópole mundial que
integra Hong Kong, Macau e nove cidades da província de Guangdong, numa região
com cerca de 70 milhões de habitantes e com um Produto Interno Bruto (PIB) que
ronda os 1,2 biliões de euros, semelhante ao PIB da Austrália, Indonésia e
México, países que integram o G20.
O
novo Governo de Macau, liderado por Ho Iat Seng, tomou hoje posse perante o
Presidente da República Popular da China, Xi Jinping.
Trata-se
do quinto Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), que
celebra hoje o seu 20.º aniversário, depois de em 20 de dezembro de 1999 o
território ter voltado à tutela da China, após mais de 400 anos de
administração portuguesa.
A
transferência da administração de Macau de Lisboa para Pequim, em 1999, foi
feita sob a fórmula 'um país, dois sistemas', que garante ao território um
elevado grau de autonomia, a nível executivo, legislativo e judiciário.
A
fórmula aplica-se também à outra região da China com esta administração
especial, Hong Kong, onde os últimos seis meses têm sido marcados por protestos
contra o poder político. In “Sapo Timor-Leste” com “Lusa”
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