Cidade
da Praia – Investigadores dos PALOP irão elaborar a história da luta de
libertação dos mesmos para as futuras gerações, informou o presidente da
Fundação Amílcar Cabral (FAC), referindo que o projecto tem a duração de três
anos.
Em
declarações à imprensa, à margem da segunda reunião metodológica das comissões
de trabalho para a elaboração da história da luta de libertação dos Países
Africanos de Língua Portuguesa (PALOP), realizada pela Fundação Amílcar Cabral,
o presidente da referida fundação, Pedro Pires, adiantou que o projeto
HLL-PALOP conta com o financiamento inicial do Presidente da Angola, João
Lourenço.
Destacou
a importância da elaboração da história objectiva com sentido e significado a
aquilo que de liberdade fizeram e, ao mesmo tempo, perspectivar a história que
terá continuidade mesmo com o passar dos anos.
“Portanto,
é uma ideia de narrar, contar, mas ao mesmo tempo de fixar os aspectos mais
importantes do nosso percurso como povo e combatentes da liberdade para fixar e
apresentar para as próximas gerações. O projecto já arrancou, temos estado a
trabalhar já há mais de seis meses na organização desses trabalhos”, asseverou.
Apesar
dos trabalhos terem iniciados e com financiamento inicial, o referido projecto,
adiantou Pedro Pires, carece de mais financiamentos e que provavelmente será
necessário envolver mais historiadores da temática da libertação, visando a sua
conclusão
“Temos
uma equipa em Cabo Verde constituída por três historiadores, em Angola temos
mais historiadores, em São Tomé estão presentes aqui três historiadores, a
Guiné temos dois historiadores (…), as equipas já estão constituídas e estamos
com alguma dificuldade com a equipa Moçambicana”, especificou.
“Os
trabalhos já começaram, talvez não com aquele ritmo que gostaríamos que
tivesse, mas os trabalhos há começaram”, precisou, lembrando que a decisão da
criação da equipa para a elaboração dessa história foi aprovada por unanimidade
na conferência extraordinária dos chefes de Estado dos PALOP, em Abril de 2021.
Para
o resgate dessa memória recorrer-se-á, igualmente, à recolha de documentação
existente nos vários arquivos, seja das instituições portuguesas, sobretudo dos
arquivos da polícia política, como nos espólios de famílias, dos arquivos das
organizações partidárias e dos arquivos pessoais dos vários protagonistas que
participaram activamente na defesa da causa comum da libertação.
A
produção historiográfica disponível sobre esta temática, apesar de algumas iniciativas
nacionais e regionais, sobretudo dos centros universitários, ainda é escassa,
com a agravante de uma parte significativa da produção dada a estampa se
revelar manifestamente tendenciosa, criando um viés histórico que convém ser
devidamente esclarecido.
Perspectiva-se
com o projecto a publicação de três volumes da História sobre a Luta de
Libertação Nacional dos PALOP, devendo o 1°. volume abarcar o período que vai
dos meados do séc. XIX aos meados do séc. XX.
O
2°. volume será dedicado à Luta Armada propriamente dita, nas suas vertentes
clandestina, armada e diplomática, enquanto o 3°. volume deverá ser dedicado à
história da gestão das zonas libertadas pelos movimentos que conduziram a luta
pela independência dos PALOP.
A
primeira reunião metodológica das comissões de trabalho foi realizada em Luanda
(Angola), no passado mês de Março. In “Inforpress” – Cabo Verde
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