Será a terceira mostra do Chá Gordo macaense, mas também a última deste ano. A Associação dos Macaenses preparou um “Natal antecipado”, no dia 26 de Novembro, que vai contar com mais de 40 pratos, para dar a conhecer aquela que é uma das mais apreciadas tradições da cultura macaense e também cada vez mais rara
A
Associação dos Macaenses (ADM) vai organizar a terceira e última edição deste
ano do Chá Gordo macaense. “Esta mostra terá como tema o Natal, permitindo aos
participantes experimentar não só a verdadeira consoada macaense – a refeição
do dia 24 de Dezembro, mas também o jantar típico do Dia de Natal, um dos mais
importantes celebrados pelas famílias macaenses”, indica a associação em
comunicado.
A
mostra está agendada para o sábado dia 26 de Novembro, das 17h30 às 20h30, na
sede da associação. Os cerca de 40 pratos tradicionais serão preparados pelos
chefs Marina de Senna Fernandes, Armando Sales Richie, Florita Alves, Gito de
Jesus, Joyce Barros, Ivone Nogueira, Mena Pacheco Silva, Mário Novo, Paula
Borges, Ivone de Senna Fernandes e Wilma Marques.
A
ADM abre o apetite aos curiosos. “Com a sopa lacassá, marisco e peixe abrimos a
ceia, representando a Consoada típica. Segue-se depois o jantar de Natal, com
pratos conhecidos como o peru e o lombo assado, a perna de carneiro e o
bacalhau, mas também os tradicionais de cabidela, o caril de badana e o ‘diabo’
– um guisado que, em rigor, era servido uma semana após as festas, com base nas
sobras das refeições festivas anteriores. Não obstante, nesta mostra, o diabo
será também servido, tendo em conta essa tradição”, pode ler-se.
A
mostra vai permitir observar não só a influência portuguesa na ceia de Natal,
como também a inglesa, “devido à comunidade macaense em Xangai e Hong Kong” –
especialmente no que toca às sobremesas. A associação explica que serão preparadas
mais de uma dezena de sobremesas para encerrar este “Natal antecipado”, além de
que todos os participantes receberão uma lembrança.
As
inscrições estão abertas, no entanto, a ADM alerta que os lugares são
limitados. Os bilhetes custam entre 280 e 330 patacas para adultos e 150
patacas para crianças dos três aos onze anos.
O
Chá Gordo é uma tradição macaense centenária, que acontecia principalmente nas
casas típicas das antigas famílias macaenses, normalmente para celebrar
feriados católicos, como a Páscoa e o Natal, mas também datas comemorativas
como casamentos, aniversários e baptizados.
Na
nota enviada às redacções, a ADM explica que o Chá Gordo se popularizou por ser
uma refeição volante, onde as pessoas se movimentavam num ambiente descontraído.
Além disso, na sua base “está a arte de bem receber e da hospitalidade e,
apesar do conceito familiar deste convívio, a indumentária é algo importante” –
tradicionalmente, “os convidados apareciam vestidos a rigor para petiscar numa
mesa farta e variada, também decorada de forma aprumada”.
Sendo
uma das mais apreciadas tradições da cultura macaense, o Chá Gordo tornou-se
cada vez mais raro, “sendo, nos dias de hoje, organizado tipicamente sob forma
de mostras, para manter viva a memória dos velhos tempos”, refere a
organização. Catarina Pereira – Macau in “Jornal
Tribuna de Macau”
Sem comentários:
Enviar um comentário