O presidente do Centro Português de Caracas (CPC) instou a comunidade lusa a preservar, garantir e estimular localmente os matizes da cultura portuguesa, sublinhando que todos têm uma maneira particular de a viver e transmitir às novas gerações
“Com
uma ou combinando todos os matizes (nuances) da nossa cultura, é importante que
as pessoas deem continuidade às nossas tradições com a sua maneira particular e
é isso que devemos preservar, garantir e estimular e há que difundir também a
nossa cultura a quem não a conhece”, disse.
Sérgio
Nunes falava à agência Lusa à margem das celebrações da Festa de São Martinho,
que na noite de sábado reuniu, segundo os organizadores, mais de 2000 pessoas
no Centro Português de Caracas.
“Somos
abençoados por ter duas pátrias (…) Embora conheçamos e amemos as tradições
deste belo país (Venezuela) onde vivemos e que amamos profundamente, os nossos
antepassados, país e avós, vieram de uma terra maravilhosa chamada Portugal”,
explicou o presidente do CPC.
Sérgio
Nunes insistiu: “Estamos habituados à sua (portuguesa) comida, paisagens,
folclore e música, por isso é muito importante ter estas duas culturas que
fazem parte do nosso ser e da nossa vida quotidiana e levá-la às novas
gerações”.
Nesse
sentido, explicou que no Centro Português tentam encorajar as crianças a
participar, por exemplo, no grupo folclórico, dando-lhes a opção de ter
atividades desportivas gratuitas “incentivando-os a participar no programa
Português a Brincar, que não tem custo, para que assim possam ver e ouvir a
língua dos avós e dos pais, entender que são originários de terras
portuguesas”.
“Nós,
no Centro Português, admiramos e respeitamos a cultura portuguesa e cada um tem
a sua maneira particular de o fazer, alguns lendo os poemas de (Luís de)
Camões, outros amando o folclore português. Outros, a sua gastronomia, com
livros de receitas portuguesas”, disse.
O
presidente do CPC explica ainda que “muitas pessoas conduzem os seus carros a
ouvir a nossa música portuguesa e outros tocam um instrumento musical
português, cantarolaram e cantam canções tradicionais das nossas raízes”.
“Todos
vivem a cultura portuguesa de uma maneira muito particular (…) e é também
importante que muitas pessoas querem aprender português”, frisou.
Sobre
a Festa de São Martinho, explicou que “marca uma grande tradição” anual da qual
faz parte “comer castanhas, acompanhando com um bom vinho português”.
“Este
ano as castanhas vieram diretamente de Portugal, tal como já temos conseguido
fazer nos últimos anos. E isso faz-nos lembrar as nossas tradições, costumes, a
nossa gente em Portugal”, disse à agência Lusa.
Sérgio
Nunes insistiu que, para os portugueses da Venezuela, o São Martinho é também
“folclore, música, o reencontrar-se com amigos, companheiros e passar bem”.
As
celebrações do São Martinho no CPC decorreram na noite de sábado para domingo e
nelas participaram mais de 1960 membros daquele clube e uma centena de
convidados, entre eles o embaixador de Portugal na Venezuela, João Pedro Fins
do Lago.
Foram
instaladas várias barracas, que entre outros, além de castanhas e vinhos
portugueses, ofereciam espetadas de carne e frango, bolos do caco, bifanas,
pastéis de nata e outros, cujos fundos angariados estão destinados a atenção
social.
O
Grupo Folclórico Danças e Cantares do CPC celebrou o 25.º aniversário e houve
ainda a atuação do grupo infantil e juvenil do clube, o Grupo Musical Magia
Lusitana, e a Banda Recreativa Madeirense da Venezuela.
Fundado
em 2019 e paralisado devido à pandemia da covid-19, o grupo de ‘gaitas’
venezuelanas PortuGaitas, regressou aos palcos interpretando aquele estilo
musical com um toque português. In “Bom dia Europa” - Luxemburgo
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