“Brincâ cô Patuá” é um workshop desenhado por Teresinha Gabriel em coordenação com Paula Carion e que vai ser promovido pela Associação dos Jovens Macaenses. António Monteiro explicou à Tribuna de Macau que a associação pretende aproximar a nova geração do patuá, e explicar a sua importância para Macau e para a comunidade macaense
A
Associação dos Jovens Macaenses (AJM) vai promover a realização de um workshop
dedicado ao patuá, intitulado “Brincâ cô Patuá”. O presidente da associação,
António Monteiro, explicou que o objectivo é “fazer com que a nova geração
consiga ter um contacto mais profundo com o patuá” – e para isso, nada melhor
que fazê-lo com recurso a actividades dinâmicas.
“Achámos
engraçado fazê-lo através de jogos com as palavras, e frases, para pelo menos
terem um conhecimento auditivo, terem uma aproximação com o dialecto. Porque as
crianças ouvem o chinês, português ou inglês, mas como parte da identidade, a
velha geração cresceu a falar patuá com os avós, e agora com a associação
podíamos tentar forçar um bocado essa ligação porque ainda temos gente que
conhece o patuá”, afirmou em declarações ao Jornal Tribuna de Macau.
Sublinhando
que o patuá está bastante bem preservado e promovido, António Monteiro defendeu
que a aprendizagem do dialecto é importante, mesmo que, ressalvou, a ideia não
seja que as pessoas um dia venham a falar este crioulo. O objectivo é também
dar a conhecer o seu valor e importância para Macau e para a comunidade
macaense.
Segundo
explicou, o workshop – que vai decorrer a partir das 15h00 do próximo
sábado, no auditório do Instituto Internacional de Macau – conta com a
coordenação de Paula Carion, também ligada à AJM e aos Dóci Papiaçám di Macau;
e com tutoria de Teresinha Gabriel, que tem base de formação na área da
Educação e está ligada ao Centro de Explicação e Educação “Lekka”, tendo também
lançado não há muito tempo um livro para crianças em chinês, português e patuá.
“Poder ter alguém que fale patuá e alguém que sabe como leccionar e ensinar
através de jogos é um bom começo”, apontou.
O
público-alvo são crianças com conhecimento da língua portuguesa, entre os 6 e
os 12 anos. António Monteiro explicou depois que sendo o patuá um crioulo de
base portuguesa seria difícil crianças que não conhecem a língua compreenderem
a mensagem, daí a actividade ser desenhada para este grupo específico.
Através
de um primeiro contacto com frases ou palavras, a ideia é que estas possam
eventualmente ser usadas no quotidiano por esta nova geração. A actividade –
desenhada por Teresa Gabriel, em coordenação com Paula Carion – inclui jogos de
palavras que têm de ser adivinhadas através de gestos corporais, dinâmicas em
que as partes do corpo devem ser ditas em patuá, e partilhas de conhecimento
através de desenhos sobre palavras no crioulo de Macau.
António Monteiro disse a este jornal que a continuidade deste tipo de actividades vai depender da adesão e também do feedback dos participantes. As inscrições encontram-se ainda abertas, com limitação de participação, podendo ser enviado um email à AJM através de:
a.jovens.macaenses@gmail.com. Catarina Pereira – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”
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