Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Macau - Jovens macaenses promovem sessão de patuá para crianças

“Brincâ cô Patuá” é um workshop desenhado por Teresinha Gabriel em coordenação com Paula Carion e que vai ser promovido pela Associação dos Jovens Macaenses. António Monteiro explicou à Tribuna de Macau que a associação pretende aproximar a nova geração do patuá, e explicar a sua importância para Macau e para a comunidade macaense


A Associação dos Jovens Macaenses (AJM) vai promover a realização de um workshop dedicado ao patuá, intitulado “Brincâ cô Patuá”. O presidente da associação, António Monteiro, explicou que o objectivo é “fazer com que a nova geração consiga ter um contacto mais profundo com o patuá” – e para isso, nada melhor que fazê-lo com recurso a actividades dinâmicas.

“Achámos engraçado fazê-lo através de jogos com as palavras, e frases, para pelo menos terem um conhecimento auditivo, terem uma aproximação com o dialecto. Porque as crianças ouvem o chinês, português ou inglês, mas como parte da identidade, a velha geração cresceu a falar patuá com os avós, e agora com a associação podíamos tentar forçar um bocado essa ligação porque ainda temos gente que conhece o patuá”, afirmou em declarações ao Jornal Tribuna de Macau.

Sublinhando que o patuá está bastante bem preservado e promovido, António Monteiro defendeu que a aprendizagem do dialecto é importante, mesmo que, ressalvou, a ideia não seja que as pessoas um dia venham a falar este crioulo. O objectivo é também dar a conhecer o seu valor e importância para Macau e para a comunidade macaense.

Segundo explicou, o workshop – que vai decorrer a partir das 15h00 do próximo sábado, no auditório do Instituto Internacional de Macau – conta com a coordenação de Paula Carion, também ligada à AJM e aos Dóci Papiaçám di Macau; e com tutoria de Teresinha Gabriel, que tem base de formação na área da Educação e está ligada ao Centro de Explicação e Educação “Lekka”, tendo também lançado não há muito tempo um livro para crianças em chinês, português e patuá. “Poder ter alguém que fale patuá e alguém que sabe como leccionar e ensinar através de jogos é um bom começo”, apontou.

O público-alvo são crianças com conhecimento da língua portuguesa, entre os 6 e os 12 anos. António Monteiro explicou depois que sendo o patuá um crioulo de base portuguesa seria difícil crianças que não conhecem a língua compreenderem a mensagem, daí a actividade ser desenhada para este grupo específico.

Através de um primeiro contacto com frases ou palavras, a ideia é que estas possam eventualmente ser usadas no quotidiano por esta nova geração. A actividade – desenhada por Teresa Gabriel, em coordenação com Paula Carion – inclui jogos de palavras que têm de ser adivinhadas através de gestos corporais, dinâmicas em que as partes do corpo devem ser ditas em patuá, e partilhas de conhecimento através de desenhos sobre palavras no crioulo de Macau.

António Monteiro disse a este jornal que a continuidade deste tipo de actividades vai depender da adesão e também do feedback dos participantes. As inscrições encontram-se ainda abertas, com limitação de participação, podendo ser enviado um email à AJM através de:

a.jovens.macaenses@gmail.com. Catarina Pereira – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”


Sem comentários:

Enviar um comentário