O governo angolano já recebeu manifestações de interesse de investidores nacionais e estrangeiros para a concessão dos projetos da Barra do Dande, cuja primeira fase deverá estar concluída em 2027, anunciou a Sociedade de Desenvolvimento da Barra do Dande (SDBD), região a norte de Luanda
Joaquim
Piedade, da SDBD, não quis quantificar quantas propostas foram recebidas para a
gestão, execução e exploração de parte das componentes da Fase I da Zona Franca
de Desenvolvimento Integrado da Barra do Dande nesta fase de qualificação
prévia, que termina 15 de novembro.
A
primeira fase engloba 860 hectares de uma área total de 5465 hectares e quatro
componentes: terminal marítimo-portuário, refinaria de óleo alimentar, silos
para a reserva estratégica alimentar e um parque fotovoltaico.
O
presidente do Conselho de Administração da Sociedade de Desenvolvimento da
Barra do Dande (SDBD) que falava numa sessão de apresentação pública do
projeto, sublinhou que se pretende dar resposta a quatro questões: segurança
alimentar, segurança energética, segurança dos combustíveis e desenvolvimento
económico e industrial.
A
região (província do Bengo, a norte de Luanda e junto ao rio Dande) foi
escolhida para o desenvolvimento da zona franca por existirem já projetos
âncora, nomeadamente o terminal oceânico, que está a ser desenvolvido pela
Sonangol, e uma indústria de produção cerâmica de origem chinesa, que ocupa 400
hectares.
No
concurso de qualificação prévia “os candidatos devem demonstrar que possuem
qualificação técnica e financeira para desenvolverem projetos com esta
envergadura”, disse Joaquim Piedade.
“Temos
concorrentes, nacionais, maioritariamente, e também estrangeiros”, declarou,
acrescentando que os nacionais estão à procura de parceiros internacionais para
investimentos conjuntos na zona franca.
Quanto
ao polo industrial, o objetivo é atrair quatro setores prioritários: indústria
automóvel, alimentar, energias renováveis e materiais de construção.
O
responsável da SDBD afirmou que estão atualmente focados em resolver as
questões administrativas, nomeadamente as que se relacionam com os regimes
especiais previstos na zona franca
“Apenas
o [regime] fiscal está aprovado, temos ainda de tratar o regime cambial, o
regime migratório, o regime laboral e outros que são de suporte para os
investidores que estiverem na zona franca”, indicou, sublinhando que o projeto
está a ser agora apresentado à comunidade nacional e internacional.
Adiantou
ainda que vai ser criado um “guichet do investidor” com todos os serviços
necessários para dar resposta às questões burocráticas, cuja sede vai ficar
implantada na região do Dande.
Joaquim
Piedade prevê que esteja implementada em 2025, ocasião em que estará já em
curso a execução de várias infraestruturas.
“Se
nós tivermos os investidores para o terminal marítimo portuário, que será a
principal via de escoamento, isso irá automaticamente precipitar o avançar de
todo o projeto de execução da obra”, cuja primeira fase deve estar concluída em
2027.
Sobre
a questão das acessibilidades e fornecimento de energia e água, questões levantadas
no debate em que foi apresentado o projeto, Joaquim Piedade adiantou que a SDBD
está a pensar em alternativas.
Uma
das possibilidades passa pela reabilitação e concessão de uma estrada nacional
cujo investimento seria rentabilizado através do pagamento de portagens.
“Temos
em carteira uma proposta concreta, que supõe um investimento de mais de 13
milhões de dólares, está a ser discutida”, indicou o presidente da SDBS,
acrescentando que seria uma parceria público-privada.
“A
diferença neste projeto é esta, conseguir atrair o privado para investimentos
que tradicionalmente são elaborados pelo Estado”, realçou Joaquim Piedade,
adiantando que estão em cima da mesa contratos de 30 anos + 25, no caso das
infraestruturas para recuperar o investimento. In “África
21” – Brasil com “Lusa”
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