O jornalista Nuno Ferreira (n.1962) visitou a pé as Ilhas dos Açores e este seu livro (Editora Companhia das Ilhas) tem um “antepassado” no volume “Pelas estradas dos Açores” de Vasco Callixto (editado em 1973) mas com uma “diferença”: Nuno Ferreira andou a pé; Vasco Callixto fez 2134 quilómetros, mas de automóvel. Este livro tem 284 páginas, 146 fotografias e 9 mapas sendo assim, e também, uma “fotobiografia” do itinerário completo da viagem pelas ilhas – São Miguel, Santa Maria, Terceira, São Jorge, Graciosa, Pico, Faial, Flores e Corvo
O
ponto de partida surge na página 7: “caminhei sob névoa e chuva, mas enfrentei
também o sol, o calor e a humidade do Verão açoriano.” As aproximações do
jornalista à Terra Açoriana eram antigas: “O senhor é do Continente e já foi de
romeiro duas vezes? Então o senhor gosta mesmo dos Açores.”
Um
aspecto importante está na viola da terra e nas palavras de Rafael Carvalho: “Fazia
parte do dote de casamento. Servia de moeda de troca, trocava-se duas sacas de
batata por uma viola. Esteve nos bons e nos maus momentos dos Açores. O pintor Domingos
Rebelo retratou-a no célebre quadro que ilustra a partida dos emigrantes. O som
da viola da terra é o da saudade, da dor da partida.» Tudo isto tem a ver com a
poesia inesperada que aparece num “mail” - “Boa noite, caro senhor / Jornalista
que anda a pé / Cumprimentos com fervor / Conforme a minha maré / Pena que
estive a seu lado / E nem me apercebi / Gostaria de ter olhado / Quem andou a
pé aqui / Se houver ainda horas / Para vir a minha casa / Diga-me que sem demoras
/ Que a viagem não atrasa / Em São Carlos, perto de Angra / Fica a minha moradia
/ Onde o coração me sangra / Se não o vir por cá um dia” Ou dito de outra maneira:
“O senhor é do Continente? E está gostando da nossa ilha?” Carmo Francisco –
Canadá in “Milénio Stadium”
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