Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sexta-feira, 4 de novembro de 2022

Açores a pé, novo livro de Nuno Ferreira

O jornalista Nuno Ferreira (n.1962) visitou a pé as Ilhas dos Açores e este seu livro (Editora Companhia das Ilhas) tem um “antepassado” no volume “Pelas estradas dos Açores” de Vasco Callixto (editado em 1973) mas com uma “diferença”: Nuno Ferreira andou a pé; Vasco Callixto fez 2134 quilómetros, mas de automóvel. Este livro tem 284 páginas, 146 fotografias e 9 mapas sendo assim, e também, uma “fotobiografia” do itinerário completo da viagem pelas ilhas – São Miguel, Santa Maria, Terceira, São Jorge, Graciosa, Pico, Faial, Flores e Corvo

O ponto de partida surge na página 7: “caminhei sob névoa e chuva, mas enfrentei também o sol, o calor e a humidade do Verão açoriano.” As aproximações do jornalista à Terra Açoriana eram antigas: “O senhor é do Continente e já foi de romeiro duas vezes? Então o senhor gosta mesmo dos Açores.”

Um aspecto importante está na viola da terra e nas palavras de Rafael Carvalho: “Fazia parte do dote de casamento. Servia de moeda de troca, trocava-se duas sacas de batata por uma viola. Esteve nos bons e nos maus momentos dos Açores. O pintor Domingos Rebelo retratou-a no célebre quadro que ilustra a partida dos emigrantes. O som da viola da terra é o da saudade, da dor da partida.» Tudo isto tem a ver com a poesia inesperada que aparece num “mail” - “Boa noite, caro senhor / Jornalista que anda a pé / Cumprimentos com fervor / Conforme a minha maré / Pena que estive a seu lado / E nem me apercebi / Gostaria de ter olhado / Quem andou a pé aqui / Se houver ainda horas / Para vir a minha casa / Diga-me que sem demoras / Que a viagem não atrasa / Em São Carlos, perto de Angra / Fica a minha moradia / Onde o coração me sangra / Se não o vir por cá um dia” Ou dito de outra maneira: “O senhor é do Continente? E está gostando da nossa ilha?” Carmo Francisco – Canadá in “Milénio Stadium”


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