A associação tem como membros linguistas, investigadores
e profissionais de várias áreas, personalidades ligadas à promoção da língua
cabo-verdiana, historiadores, artistas, entre outros
Aconteceu
ontem, dia 11, na cidade da Praia a Assembleia constitutiva da Associação da
Língua Materna Cabo-verdiana, (ALMA-CV). Segundo a linguista e docente
universitária Karina Moreira, esta iniciativa surge na sequência da dinâmica
suscitada pela Petição para a Mudança da Política Linguística Cabo-verdiana que
em abril de 2021, foi entregue ao antigo Presidente da República, Jorge Carlos
Fonseca.
Na
altura, professores e investigadores de línguas crioulas, professores e
investigadores de português enquanto língua segunda, português em África,
historiadores, artistas, pessoas que trabalham com línguas, pessoas que já
estão sensibilizadas para o tema, mais de 200 personalidades fizeram questão de
assinar a petição.
Meses
mais tarde, em novembro de 2021, o grupo dos promotores desta petição reuniu-se
com o recém-eleito Presidente da República, José Maria Neves, onde voltaram a
defender “a oficialização do crioulo e o ensino da língua cabo-verdiana e a sua
padronização”.
“Os
membros (da associação) são os signatários da petição”, explica Karina Moreira
e acrescenta que a iniciativa visa “formalizar o grupo para ter voz legal e
ativa” e promover a “mudança de política linguística no país”, bem como a
criação de condições para a valorização da língua materna, sendo que além dos
signatários mais algumas pessoas foram convidadas para integrar a associação
que “estará aberta a todos”.
A
Assembleia constitutiva, onde serão apresentados e debatidos os Estatutos e
eleitos dos órgãos nacionais da associação, está marcada para as 17H00, no
Salão de Banquetes da Assembleia Nacional e vai contar com “46 pessoas em linha
e presencialmente”, conforme as exigências legais.
A
ALMA-CV tem como membros linguistas, investigadores e profissionais de várias
áreas, personalidades ligadas à promoção da língua cabo-verdiana,
historiadores, artistas, entre outros.
Depois
de eleger os órgãos nacionais, a associação “vai reunir-se para traçar o plano
de atividades”, sendo que a missão da ALMA-CV é: “contribuir para a efetivação
de uma política linguística, explícita, organizada e planificada, consentânea
com a situação sociolinguística de Cabo Verde e com os direitos humanos de
natureza linguística, da ciência linguística e da didática das línguas, da
atual agenda educativa mundial e da prática linguística dos cidadãos
cabo-verdianos.”
Sobre
o arranque do ensino experimental da língua cabo-verdiana em algumas escolas do
país, a docente da Universidade de Cabo Verde, diz que a equipa da Uni-CV tem
estado em contacto com os professores que estão a lecionar esta disciplina e
que já manifestaram a sua disponibilidade junto do ministério da Educação para
acompanhar os mesmos, tendo em conta que já constaram na prática a “necessidade
de capacitação dos professores e seguimento, tendo em conta que nem todos são
formados na área da línguas. “O nosso papel tem sido esse, acompanhar os
professores que têm tido algumas dificuldades”. In “Balai
Cabo Verde” – Cabo Verde
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