Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

domingo, 27 de novembro de 2022

Egipto – Em busca do túmulo perdido de Cleópatra

Kathleen Martinez, arqueóloga da Universidade de Santo Domingo, anda há quase 20 anos a procurar o túmulo perdido de Cleópatra. Agora acredita ter feito uma descoberta fundamental


O Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito anunciou recentemente que Martinez e a sua equipa descobriram um túnel com 1305 metros de comprimento, localizado a 13 metros de profundidade, um projeto arquitetónico ao qual os especialistas chamam "milagre da engenharia".

“A escavação revelou um enorme centro religioso com três santuários, um lago sagrado, mais de 1500 objetos, bustos, estátuas, peças de ouro, uma grande coleção de moedas retratando Alexandre, o Grande, a rainha Cleópatra e os Ptolomeus", disse Martinez à CNN.

“A descoberta mais interessante é o complexo de túneis que levam ao Mar Mediterrâneo e a estruturas submersas", acrescentou. Explorar essas estruturas subaquáticas será a próxima etapa na busca pelo túmulo perdido da rainha egípcia - uma jornada que começou em 2005.

“A minha determinação não pode ser confundida com obsessão. Admiro Cleópatra enquanto personagem histórica. Ela foi vítima da propaganda dos Romanos, que queriam distorcer a imagem dela”, disse Martinez.

“Era uma mulher educada, talvez a primeira a ter estudado formalmente no Museu de Alexandria, o centro da cultura naquele tempo”, segundo Martinez, que disse admirar Cleópatra como estudante, linguista, mãe e filósofa.

O marido, o general romano Marco António, morreu nos braços dela em 30 a.C., e Cleópatra suicidou-se pouco depois, ao permitir ser picada por uma víbora, segundo a crença popular. O momento foi imortalizado na Arte e na Literatura. No entanto, passados mais de dois milénios, pouco se sabe sobre o local onde jazem os seus restos mortais.


Uma série de pistas levou Martinez a acreditar que o túmulo de Cleópatra poderia estar localizado no Templo de Osíris, na cidade em ruínas de Taposiris Magna, na costa norte do Egito, onde o rio Nilo se encontra com o Mediterrâneo.

A principal pista estava no próprio nome do templo. Segundo Martinez, Cleópatra era considerada, na época dela, como "a encarnação humana da deusa Ísis", tal como Marco António era considerado o deus Osíris, marido de Ísis.

Martinez acredita que Cleópatra pode ter optado por enterrar o marido no templo para refletir esse mito. De todos os 20 templos ao redor de Alexandria que ela estudou, Martinez diz que "nenhum outro lugar, estrutura ou templo combina tantas condições como o templo de Taposiris Magna”.

Em 2004, Martinez falou da teoria dela a Zahi Hawass, um arqueólogo egípcio que era, na altura, ministro do Egito para assuntos de antiguidades. O projeto de Martinez foi aprovado um ano depois.

Após anos de busca, Martinez sente que está quase.

Até agora, as escavações revelaram que "o templo foi dedicado a Ísis", e Martinez acredita que esse é outro sinal de que o túmulo perdido está próximo. Isso e os túneis por baixo do mar.

Martinez diz que, agora, está “no início de uma nova jornada” - as escavações subaquáticas.

Segundo um comunicado divulgado pelo Ministério do Turismo e Antiguidades, a costa egípcia foi atingida por terramotos ao longo dos séculos, fazendo com que secções do Taposiris Magna desmoronassem e se afundassem sob as ondas.

É para aí que Martinez e a sua equipa vão olhar a seguir. Embora seja “muito cedo para saber onde vão dar estes túneis”, está esperançosa.

Se os túneis forem dar a Cleópatra, “será a descoberta mais importante do século", afirmou. In “CNN Portugal” - Portugal




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