O
ministro do Petróleo e Minerais timorense disse ontem que o sector de petróleo
e gás é um pilar económico fundamental para Timor-Leste, motivo pelo qual o
Governo continuará a procurar garantir a gestão mais adequada dos recursos do
país.
Intervindo
na sessão de abertura da 5ª Conferência Internacional do Instituto do Petróleo
e Geologia (IPG), em Díli, Victor Soares disse que o desenvolvimento do sector
é essencial para apoiar o desenvolvimento nacional e alcançar a prosperidade
económica. “O Governo de Timor-Leste fará tudo ao seu alcance para garantir que
a riqueza dos recursos naturais seja explorada e gerida de forma adequada,
transparente e sustentável em benefício das gerações atuais e vindouras”,
afirmou.
O
governante referiu-se a vários projectos em curso, reiterando a vontade de
Timor-Leste de garantir um gasoduto para o país a partir dos campos do Greater
Sunrise e explicando que o executivo está “empenhado em acelerar as
negociações” com as partes envolvidas no projeto.
O
objectivo, disse, é conseguir que “o regime especial e outros documentos legais
relevantes possam ser assinados já no fim de 2022”.
Ainda
no que se refere ao Greater Sunrise, o governante explicou que foi concluído um
documento de “Redefinição do Projeto Tasi Mane” – o projecto que engloba as
estruturas em terra para ‘acolher’ o gasoduto -, cujo conteúdo ainda não foi
tornado público.
Para
essa redefinição, explicou, o Governo teve em conta vários aspectos, incluindo
“avaliações e estudos provenientes do setor upstream [atividades de
exploração, perfuração e produção], enquanto propulsor desta redefinição,
harmonizado com outros pianos estratégicos interministeriais/governamentais”.
Abrange,
referiu, “aspetos políticos, técnicos, económicos e comerciais atuais e um
ajuste com as metas regionais e mundiais estipuladas para a redução de emissões
de carbono”.
“Este
projecto irá contribuir não só para o desenvolvimento da Costa Sul em geral, e
da indústria petrolífera em particular, mas, também, abrange um vasto leque de
impactos económicos diretos e indiretos a nível nacional, regional e local, ao
proporcionar benefícios económicos derivados da exploração dos recursos
naturais de Timor-Leste”, referiu.
Victor
Soares referiu-se igualmente à exploração em curso ‘onshore’,
nomeadamente a conduzida pela empresa Timor Resources, e ao processo de
introdução de programas de captura de carbono “após o desmantelamento do campo
de Bayu-Undan”.
No
que se refere ao setor dos minerais, e depois da aprovação no ano passado do
Código Mineiro, Victor Soares disse que o executivo vai implementar um plano
para o desenvolvimento do sector. “Esta estratégia visa diversificar o seu
investimento e gerar mais receias para o Estado, para além das receitas das
atividades de petróleo e gás”, referiu.
Assim,
recordou, a Autoridade Nacional de Petróleo e Minerais (ANPM) deverá lançar
ainda este ano a “primeira ronda de licitação para pesquisa e exploração de
minerais em terra, nomeadamente materiais de construção e minerais metálicos e
não metálicos”.
O
Governo, disse, está a trabalhar para finalizar o projeto de análise geofísica
aérea integrada, que “irá produzir os dados de Gravimetria, Combinação de
Magnético e Radiométrico, Eletromagnético e Levantamentos de dados
radiométricos e gravimetria”. “Este projecto tem como objetivo realizar o
levantamento da base de dados para o mapeamento dos recursos de petróleo e
minerais em todo o território de Timor-Leste (onshore) em termos de
padrões internacionais”, referiu.
Victor
Soares disse ainda que o Governo quer “garantir a segurança energética nacional
através do armazenamento de combustível, uso de gás natural e pesquisa e desenvolvimento
de fontes energéticas renováveis”. “As fontes de energia renováveis podem e
devem contribuir para o crescimento económico e reduzir os níveis de pobreza
nas áreas rurais e remotas. Adicionalmente, contribuem para um meio ambiente
menos poluído e servem para mitigar os impactos das alterações climáticas”,
afirmou.
Timor-Leste tem 1,34 milhões de habitantes
A
população timorense cresceu anualmente 1,89% nos últimos sete anos, para 1,34
milhões de pessoas, segundo dados preliminares do censo de 2022 divulgados
ontem pela Direcção-Geral de Estatística do Ministério das Finanças. Os dados
mostram que quase um quarto da população – cerca de 325 mil pessoas – vive na
capital, Díli, com Ermera a tornar-se a segunda cidade do país, com 138 mil
pessoas, à frente de Baucau, com 133 mil. Em média cada agregado familiar em
Timor-Leste é composto por 5,4 pessoas, sendo a média mais elevada nas zonas
urbanas (5,6) do que nas rurais (5,4). Os dados preliminares indicam ainda que
a taxa de crescimento da população tem diminuído, crescendo a um ritmo anual de
1,89% nos últimos sete anos, abaixo da taxa anual de 2,1% que se registou entre
2010 e 2015 e dos 2,4% dos cinco anos anteriores. “Embora os últimos resultados
confirmem uma queda da taxa média anual de crescimento, Timor-Leste continua a
ter a maior taxa de crescimento populacional anual na região do Sudeste
Asiático, seguida da taxa de crescimento do Laos e do Camboja”, disse o
ministro das Finanças, Rui Gomes, na apresentação dos resultados preliminares. In “Ponto
Final” - Macau
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