Moçambique
está preocupado por haver dois extremos na captura de pescado, a pesca familiar
e a pesca abusiva. Este mês, uma ronda da 5ª. Conferência Intergovernamental em
Nova Iorque debaterá o tratado de proteção da biodiversidade do alto mar.
Para
a ministra do Mar, Águas Interiores e Pescas, Lídia Cardoso, o país precisa de
se inspirar em exemplos internacionais. Além de resolver estas questões, a
ideia é preservar o oceano e melhorar a qualidade de vida das populações que
vivem do mar.
Comunidades
As
declarações foram feitas, no mês passado, à ONU News, em Lisboa, na Conferência
dos Oceanos. O evento confirmou a aposta global em promover a economia azul
para o uso sustentável dos recursos oceânicos.
“Moçambique,
sendo um país com uma costa muito larga, portanto 2700 km, e com comunidades
pesqueiras que ocupam praticamente 60% da nossa comunidade que vivem junto ao
mar, conta com 90% do pescado que provém dos pescadores artesanais. É
importante que haja esta troca de experiências. Importa ter todo o conhecimento
trazido ao nível de conferências deste género, para que possamos aproveitá-las,
por um lado, para melhorar a utilização do mar.”
Desenvolvimento
Em
paralelo à reunião de Lisboa, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, CPLP,
anunciou uma plataforma de cooperação sobre Pesca Sustentável e Prevenção,
Combate e Eliminação da Pesca Ilegal, Não Declarada e Não Regulamentada.
Moçambique
quer diminuir os extremos do uso da mão de obra familiar ou a captura no alto
mar que esteja para além da capacidade natural de reprodução.
Para
tal, Lídia Cardoso fez um apelo por fundos para promover uma economia do mar
sustentável em países menos desenvolvidos.
“Há
muita inovação dos países mais avançados, que pode ser partilhada, para que não
tenhamos que passar por processos de lições já aprendidas neles. Podemos tirar
benefícios também. É certo que muitos países menos desenvolvidos, como
Moçambique, têm experiências também a partilhar entre eles. Mas nós também
esperamos que para estas mudanças, que têm a ver com o uso e utilização do mar,
possamos também discutir e trazer financiamento que nos possa apoiar em níveis
da capacitação e desenvolvimento de infraestruturas. Para que possamos melhorar
as condições de vida e oportunidades para reverter a pesca artesanal e a sobrepesca
e promover atividades que possam trazer benefícios às comunidades sem
prejuízos.”
Tratado
A
ministra ressaltou que existe potencial para uma transformação económica nas
comunidades optimizando o uso de recursos costeiros e marinhos.
A
conferência de Lisboa enfatizou que os níveis predatórios de captura de pescado
e outros recursos ameaça cada vez mais a saúde dos oceanos. ONU News –
Nações Unidas
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