O
chefe de missão de observação eleitoral da CPLP disse esta sexta-feira estar
convencido que as eleições em Angola vão decorrer com normalidade e que os
resultados serão aceites democraticamente por todos os candidatos.
O
ex-presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, que se encontra em Angola a
chefiar a missão de observação da CPLP encontrou-se com o candidato do
Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) João Lourenço, na sede do
partido em Luanda.
Esta
é uma visita diferente, com outro fato, com outras vestes [esteve no ano
passado em Angola, enquanto presidente de Cabo Verde na XIII Conferência de
Chefes de Estado e Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa que se
realizou em Luanda]”, disse Carlos Fonseca, após o encontro, mostrando agrado pelo
convite endereçado à CPLP para mais uma missão de observação eleitoral a um
país-membro, neste caso Angola.
“Vamos
fazer o melhor para contribuir à nossa medida e com os limites que temos para
que o processo eleitoral angolano decorra com normalidade democrática, quer
seja a campanha eleitoral, seja o escrutínio e o apuramento dos resultados as
coisas decorram com tranquilidade, com normalidade e que os resultados traduzam
uma vontade genuína dos angolanos”, assinalou.
Para
Jorge Carlos Fonseca, estas eleições marcam o percurso que Angola tem feito no
sentido de “consolidar a democracia e aperfeiçoar e aprimorar o Estado de
direito democrático”.
Quanto
às expectativas são de que as eleições decorram “com tranquilidade dentro de um
ambiente de civismo“, apesar de concorridas e disputadas.
Todas
as eleições democráticas têm sempre alguma picardia política que faz parte da
concorrência democrática, mas estamos otimistas e convencidos que as coisas
irão decorrer com normalidade e que, no final, os resultados quaisquer que eles
sejam vão ser aceites por todos, democraticamente, de forma que Angola continue
a trilhar caminhos de progresso crescente, material e não só, para bem de todos
os angolanos”, exortou.
O
antigo chefe de Estado cabo-verdiano destacou que o facto de concorrerem oito
formações políticas “é sinal de vitalidade da democracia angolana e sinal de
interesse das forças políticas angolanas pelo destino de Angola” e que “o
fundamental é que a campanha eleitoral na diferença, no confronto, no dissenso
normal em democracia” decorra com tranquilidade e sem violência.
Creio
que é o que tem acontecido e deve haver condições para que todos possam
exprimir as suas posições, deem a conhecer os seus programas e as suas ideias,
de forma a que os angolanos todos possam escolher aquilo que consideram melhor
opção para o seu país”, disse.
Jorge
Carlos Fonseca afirmou que este foi o seu primeiro encontro, mas vai
encontrar-se com outras entidades como a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) e
outros dirigentes de outras organizações políticas.
“Vai
ser uma maratona de encontros de modo que a missão cumpra a sua missão de observação
eleitoral que é de testemunho do que é o processo eleitoral aqui em Angola”,
reforçou, explicando que a missão não vai validar votos nem corrigir processos
eleitorais e não tem nada a ver com o funcionamento das mesas.
Observamos
de acordo com certas regras, temos em conta as regras legais e outras do país
que realiza as eleições, verificamos e no final produzimos um relatório que é a
nossa avaliação do processo eleitoral daquilo que podemos observar”, salientou.
As
eleições gerais angolanas, quinto escrutínio da história política do país,
estão marcadas para 24 de agosto e contam com candidaturas de oito formações
políticas, que estão em campanha eleitoral desde 24 de julho.
Angola,
Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São
Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os nove Estados-membros da CPLP. In “Mundo
Lusíada” – Brasil com “Lusa”
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