O
Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, disse que o país vai procurar o
apoio da China se a Austrália não apoiar o projeto de gasoduto que liga o
Greater Sunrise à costa sul do país. “Timor-Leste consideraria de forma
favorável uma parceria com investidores chineses se outros parceiros do
desenvolvimento se recusarem a investir na recolha de gás através de um
gasoduto para Timor-Leste”, disse Ramos-Horta ao jornal Guardian Australia.
Nas
declarações ao jornal australiano, o chefe de Estado explicou que se a
Austrália e a Woodsie Energy não apoiarem o projeto de gasoduto entre os campos
petrolíferos Greater Sunrise e a costa sul do arquipélago, considerado “um
objetivo estratégico nacional”, Timor-Leste vai “absolutamente” procurar ajuda
das empresas chinesas. “Timor-Leste ficaria à beira de um precipício financeiro
se o Greater Sunrise não estiver operacional daqui a dez anos, por isso, muito
em breve a liderança [de Timor-Leste] tem de tomar decisões… se for preciso,
uma viagem à China”, disse o chefe de Estado ao jornal australiano.
As
declarações de Ramos-Horta surgem poucos depois de o jornal Australian
Financial Review ter noticiado que a Woodside Energy, a gigante companhia
petrolífera australiana, pretende processar o gás em Darwin, o que para Díli é
inaceitável. Construir o gasoduto para a costa sul de Timor-Leste “é a única
opção aceitável para o povo do país”, disse o ministro do Petróleo, Vitor da
Conceição Soares, citado pelo jornal.
O
conjunto de campos de petróleo e gás conhecido como Greater Sunrise está a 150
quilómetros a sul de Timor-Leste, com um valor que pode ultrapassar os 70 mil
milhões de dólares, sensivelmente o mesmo em euros, e tem causado alguma tensão
entre Díli e Camberra. Os dois países têm um acordo assinado em 2019 sobre a
delimitação marítima de Timor-Leste desde 2019, mas desde então o progresso tem
sido lento, conclui o jornal. In “Ponto Final” - Macau
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