Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quarta-feira, 17 de agosto de 2022

UCCLA - Filme “NTURUDU - Um Carnaval sem máscara” da Guiné-Bissau

No âmbito da exposição “Olhares da Guinendade - Artes da Guiné-Bissau” - patente na UCCLA até ao dia 16 de setembro -, vai decorrer a transmissão do filme “NTURUDU - Um Carnaval sem máscara” que dá a conhecer uma das mais fortes tradições guineenses, o Carnaval. A projeção terá lugar no dia 20 de agosto, a partir das 17 horas, seguida de conversa com os produtores do filme. A entrada é livre.


Nturudu - Um Carnaval Sem Máscara

Projeto revela Carnaval da Guiné-Bissau ao mundo

Intenso, festivo, único, mas sobretudo genuíno, sem qualquer disfarce a camuflar o orgulho dos guineenses na sua diversidade cultural, assim é o Nturudu da Guiné-Bissau. Das colheitas ao fanado, do casamento ao funeral, a vida inteira cabe neste encontro, onde as muitas etnias revelam a sua herança ancestral. Foi em homenagem a cada guineense que mantém viva esta manifestação que três voluntários portugueses criaram o projeto Nturudu Um Carnaval Sem Máscara, materializado numa exposição no Ilhéu do Rei, um livro e um filme que pretende dar a conhecer ao mundo o Nturudu. Um projeto que contou com o apoio da União Europeia, Camões I.P. - Centro Cultural Português em Bissau e da Secretaria de Estado da Cultura da Guiné-Bissau.

Exposição “Olhares da Guinendade - Artes da Guiné-Bissau”

Organizada pela UCCLA e pela Associação de Escritores da Guiné-Bissau, a exposição conta com a curadoria de três guineenses - Manuela Jardim, Nú Barreto e Tony Tcheka - que a organizaram em três núcleos. O primeiro núcleo é o da Panaria, com cerca de 15 obras, imortalizada na herança ancestral; o segundo é constituído por 41 peças etnográficas em representação da imensa riqueza cultural e patrimonial guineense; e no terceiro perfilam-se 28 obras de artistas contemporâneos com grande diversidade de cores e imagens, em grande parte retratando a vida de pessoas e o seu quotidiano.

Os artistas representados na exposição são António Aly Silva, Carlos Barros (Carbar), Diamantino Monteiro, Elautério Martins (MO), Gregório Monteiro (Galóga), Helena Neves Abrahamsson, Irley Rivera, João Carlos Barros, Kevin Miranda Lima, Manuel Júlio, Manuela Jardim, Mário Cesariny, Nú Barreto, Rui Vasquez e Sidney Cerqueira.

Estão representadas 5 etnias na exposição, a saber Bijagó, Fula, Mandinga, Mandjaco e Nalú.

Veja a reportagem fotográfica da exposição aqui.

Coleções presentes na exposição: Coleções de artista, Coleção de David S. Lopes, Coleção de Tony Tcheka, Colectivo Multimédia Perve, Fundação PLMJ, Galeria Nimba e Pó di Terra.

O documentário Nturudu Um Carnaval Sem Máscara recebeu o prémio de melhor documentário no 9.º Noida International Film Festival 22 na Índia e está selecionado para outros festivais internacionais. O filme está inscrito em inúmeros festivais de cinema nos EUA, Bélgica, Argentina, China, Israel, India, Paris, Berlim, Madrid e Portugal. O filme cumpre assim o propósito de dar a conhecer ao mundo o maior encontro cultural da Guiné-Bissau. Este filme retrata a aventura do jornalista Roger Mor, do fotógrafo Arlindo Camacho e da produtora Maria Andrade que partem em viagem para a Guiné-Bissau para registarem em livro o Nturudu.

Mas o que encontraram foi de tal forma avassalador que se sentiram obrigados a registar em filme a aventura vivida na Guiné-Bissau. Defendem os autores que sentiram que se “tornou imperativo dar a conhecer ao mundo o país, que no dia de Carnaval, tira a máscara e revela a sua autenticidade ancestral”. Além disso a obra pretende ainda inspirar estudantes, artistas e investigadores locais a debruçarem-se sobre o Nturudu de forma a garantir que o evento se transforme numa indústria criativa, capaz de gerar rendimento, mas sem perder a sua autenticidade. O filme deverá correr o circuito internacional de festivais de cinema sendo depois disponibilizado online para aumentar a visibilidade mundial deste encontro, que poderá vir a tornar-se no maior atrativo turístico da Guiné-Bissau. Está ainda prevista uma projeção itinerante do filme pelas várias regiões da Guiné-Bissau e a disponibilização do filme como ferramenta para a promoção e ensino da língua portuguesa. 




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