Bissau
– O Presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde
(PAIGC), acusou hoje o Chefe de Estado Umaro Sissoco Embaló, de ter ordenado
ao Juiz do Tribunal de Relação Aimadu
Sauané, para assinar a ordem que impede a realização do congresso do PAIGC.
Domingos
Simões Pereira fez essa acusação, em declarações à imprensa, depois de ser
impedido pela Polícia da Ordem Pública juntamente com outros dirigentes e
delegados do partido, de entrarem na própria sede do partido, para a realização
da reunião do Comité Central alargada aos Delegados da Diáspora.
Simões
Pereira sustentou que na instância onde o processo se encontra, o juiz em causa
já tinha a noção de que não tem competências para tomar a decisão de proibir a
realização do congresso do PAIGC.
“O
próprio Juiz afirmou a várias pessoas que recebeu um telefonema do Presidente
da República (PR) Umaro Sissoco Embaló, para assinar uma ordem que nos impede
de realizar o nosso 10.º Congresso”, revelou o líder dos libertadores.
Para
Simões Pereira, quando um país chega a este ponto, é porque está a desconstruir
as legalidades básicas que o constroem, implementando assim a existência de um
Estado caótico de ditadura e de anarquia.
As
forças da ordem impediram a realização do congresso que devia ter início as
16H00 desta sexta-feira e ainda não permitiram que militantes e dirigentes
entrassem na sede do partido, em Bissau.
Simões
Pereira declarou que as sucessivas violações dos direitos humanos cometidos
pelo actual regime, não impedirá o PAIGC de continuar a lutar para que a lei
seja respeitada, e que o poder de decisão continue permanentemente na
mentalidade do povo.
Questionado
se vai ou não demitir-se da presidência do partido, devido a tanta pressão que
enfrenta, Domingos Simões Pereira disse que só vai demitir-se por decisão de militantes
e dirigentes do partido.
Apelou
aos militantes e simpatizantes do partido, a não entrarem em nenhum conflito
com as Forças de Ordem Pública que na altura se encontram no recinto da sede do
PAIGC, com o objectivo de impedir a entrada dos dirigentes e militantes do
partido.
“Peço
a todos que aguardem serenamente, porque dentro de algumas horas, terminará a
reunião dos dirigentes do partido, e será produzido um documento que anunciará
o próximo passo do PAIGC”, disse Simões Pereira.
Trata-se
da terceira vez que o 10.º congresso é adiado por impedimento judicial,
sustentado por uma queixa de um militante de nome Bolon Conté contra o partido
por alegações de irregularidades na escolha de delegados ao congresso. In “Agência
de Notícias da Guiné” – Guiné-Bissau
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