O Sri
Lanka pediu doações urgentes para combater o rápido aumento da desnutrição
infantil no país, que está falido e onde nove em cada dez pessoas dependem de
ajuda estatal.
O
ministério da Mulher e da Criança lançou um apelo à comunidade internacional a
pedir doações privadas para ajudar centenas de milhares de crianças
subnutridas, uma vez que o Estado não tem condições de manter a assistência
social.
“No
auge da pandemia de covid-19, o problema ficou grave, mas a crise económica
piorou a situação”, disse à imprensa o secretário do ministério, Neil Bandara
Hapuhinne.
Segundo
um inquérito realizado em meados de 2021, entre 570 mil crianças com menos de
cinco anos de idade, cerca de 127 mil apresentavam um estado de subnutrição.
Com
o aumento recorde dos níveis de inflação e a escassez crónica de alimentos e
bens essenciais a que se assistiu de 2021 para 2022, Hapuhinne receia que o
número de crianças subnutridas se agrave ainda mais.
De
acordo com o secretário, mais de 90 por cento da população, incluindo 1,6
milhões de funcionários públicos, estavam dependentes de ajuda estatal directa,
uma taxa que duplicou num ano.
A
UNICEF pediu também ajuda financeira para o país, argumentando que as crianças
daquela ilha do sul da Ásia são desproporcionalmente mais afectadas pela crise
económica e que 2,3 milhões de menores do Sri Lanka poderão necessitar de
assistência humanitária.
Com
uma inflação a atingir os 60,8 por cento em Julho e a ultrapassar, segundo
alguns economistas independentes, os 100 por cento, o país falhou também no
pagamento da sua dívida externa de 51 mil milhões de dólares em Abril.
Insegurança geral
A
nível político regista-se também instabilidade, tendo em conta que, no início
de Julho, vários protestos levados a cabo por cingaleses provocaram a fuga do
presidente Gotabaya Rajapaksa para Singapura, antes de se demitir.
Em
resposta à situação económica precária, o país já está em conversações com o
Fundo Monetário Internacional (FMI) para uma possível ajuda de emergência, mas
o Governo teme que o processo se arraste durante meses.
Segundo
o Programa Alimentar Mundial, quase um quarto dos 22 milhões de habitantes da
ilha necessita de ajuda alimentar e mais de cinco em cada seis famílias não têm
comida suficiente.
As
Nações Unidas já apelaram à comunidade internacional para angariar 47,2 milhões
de dólares para evitar mortes nesta fase. In “Hoje
Macau” - Macau
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