HyAfrica é o nome do projeto que arranca ainda em agosto. Terá a duração de três anos e é financiado pela União Europeia
A empresa
portuguesa CONVERGE!, sediada em Évora, vai
liderar o primeiro projeto de investigação internacional sobre prospeção e
utilização de hidrogénio natural como nova fonte de energia, o HyAfrica,
financiado pela União Europeia, foi hoje revelado.
O
projeto, com início este mês e uma duração de três anos, é liderado pela CONVERGE!,
uma "spin-off" da Universidade de Évora (UÉ) e sediada no
Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia (PACT), mas envolve mais oito
parceiros.
O
HyAfrica "visa estimar os recursos em hidrogénio natural em regiões
promissoras de Marrocos, de Moçambique, da África do Sul e do Togo e avaliar o
seu impacto socioeconómico para as comunidades locais", explicou hoje a UE,
em comunicado enviado à agência Lusa.
"O
projeto envolverá as partes interessadas na identificação dos procedimentos de
regulação e licenciamento necessários para a exploração de hidrogénio nos
países alvo e comparará os modelos de negócio baseados em hidrogénio natural
com outras soluções de energias renováveis para compreender as suas vantagens e
complementaridade", acrescentou.
Este
é "o primeiro projeto de investigação internacional sobre a prospeção e
utilização de hidrogénio natural como uma nova fonte de energia",
cofinanciado pela União Europeia através da Parceria Euro-Africana em
Investigação e Inovação em Energias Renováveis (LEAP-RE).
O
HyAfrica - "Rumo a uma fonte de energia renovável de próxima geração - o
hidrogénio natural como opção energética em África" parte de uma pergunta
base: "Pode o hidrogénio natural ser usado para gerar eletricidade para as
comunidades locais?".
A
CONVERGE!, com cinco anos de existência e atividade de investigação e
desenvolvimento (I&D) nos domínios da geoenergia (geotermia, hidrogénio
natural, armazenamento de energia e de CO2 em formações geológicas), assim como
o consórcio que lidera, querem encontrar a resposta.
Segundo
a academia alentejana, "o hidrogénio natural, também designado por
hidrogénio branco, ocorre em ambientes geológicos específicos, como resultado
de reações químicas entre determinados tipos de rocha e a água, a grandes
profundidades".
"É
um recurso natural, gerado continuamente, que pode constituir uma fonte de
energia primária e limpa, renovável e sem intermitência. A viabilidade da sua
utilização para produção de eletricidade está demonstrada desde 2012 através de
um projeto-piloto no Mali", indicou.
O
hidrogénio é considerado essencial para a transição energética e a União
Europeia e vários países africanos já definiram estratégias que exigem a
produção de hidrogénio a partir do metano com captura de CO2 (hidrogénio azul)
ou da eletrólise da água usando fontes de energia renováveis (hidrogénio
verde), lembrou a UE.
A
abordagem proposta pelo HyAfrica é diferente: "defende a exploração do
hidrogénio que ocorre em formações geológicas e a sua utilização como fonte de
energia primária".
"Este
recurso renovável constante pode constituir um complemento de menor custo para
a produção de hidrogénio, sem perdas de eficiência associadas ao ciclo de
produção industrial do hidrogénio azul e do hidrogénio verde e sem impactos no
uso do solo e no consumo de água inerentes à produção de hidrogénio
verde", disse a UE.
O
projeto envolve também dois institutos de investigação alemães (Fraunhofer IEE
e Leibniz Institute for Applied Geophysics), a Direção Nacional de Geologia e
Minas de Moçambique e cinco universidades: Mohammed Premier (Marrocos), de Lomé
(Togo), de Limpopo e de Pretoria (África do Sul) e Eduardo Mondlane
(Moçambique).In “Dinheiro Vivo” – Portugal com “Lusa”
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