O
embaixador chinês em Portugal afirmou ontem que a China pretende desenvolver as
“excelentes” relações de cooperação e as parcerias com Portugal, que têm
registado uma “boa tendência de desenvolvimento”, com “grande intensidade e com
resultados promissores”.
Zhao
Bentang falava ao abrir a 3.ª Conferência Internacional de Cooperação
Portugal-China, que decorre até hoje presencial e virtualmente a partir da sede
da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA), em Lisboa, e cujos
temas dizem respeito à cooperação económica, social, científica e tecnológica.
Na
iniciativa promovida pela União das Associações de Cooperação e Amizade
Portugal-China e pelo Observatório da China, que conta com a presença do
ministro do Mar português, Ricardo Serrão Santos, e do secretário de Estado
para a Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, o embaixador da China em
Lisboa enfatizou o facto de Portugal ser “um parceiro endógeno” de Pequim.
“Tendo
como ponto importante o reforço da Rotas da Seda, quer terrestre quer marítima,
Portugal é um parceiro endógeno dessa construção. Há centenas de anos, os
corajosos portugueses navegaram ao longo da Rota da Seda marítima para o
Oriente, abrindo a porta para o comércio marítimo. Nos últimos anos, Portugal
tem estado a participar activamente na construção desta nova fase económica,
dando continuidade a este capítulo maravilhoso da conversão das relações”,
salientou Bentang.
O
diplomata chinês destacou que Portugal foi um dos 57 países fundadores do Banco
Asiático de Investimento em Infraestruturas (BAII) e dos primeiros Estados
europeus a assinar documentos de cooperação em construção de infraestruturas
com a China, o que tem permitido trazer benefícios multilaterais e com países
terceiros.
“A
China é o maior parceiro comercial de Portugal na Ásia, bem como o maior
destino das exportações de carne de porco portuguesa. Nos primeiros nove meses
deste ano, o volume comercial aumentou e atingiu os 6387 milhões de dólares [5660
milhões de euros], um valor superior ao de todo o ano de 2019. O investimento
direto da China em Portugal este ano aumentou 47,76%”, exemplificou.
“Nos
últimos anos, as relações sino-portuguesas têm apresentado uma boa tendência de
desenvolvimento e, através de um diálogo de alto nível, a cooperação tem sido
muito intensa, com resultados promissores e uma cooperação estreita ao nível
multilateral”, acrescentou, realçando a criação, em menos de seis meses, de uma
nova parceria estratégica.
Bentang
destacou também que, a 27 de Agosto passado, o Presidente da China, Xi Jinping,
manteve “mais uma conversa telefónica” com Marcelo Rebelo de Sousa, tendo
ficado acordado um “reforço estável e sustentável da cooperação bilateral”.
“Nos
últimos oito anos, desde o lançamento da iniciativa da nova Rota [da Seda], o
crescimento da cooperação em Portugal tem trazido muitos benefícios económicos
e bilaterais, assim como resultados em mercados terceiros”, salientou.
Nesse
sentido, Bentang indicou que quer Marcelo Rebelo de Sousa quer o
primeiro-ministro português, António Costa, expressaram em várias ocasiões a
vontade de reforçar a cooperação com a China no âmbito da Rota da Seda e de
“criar maiores sinergias e eficácia nas estratégias de desenvolvimento”.
“A
parte chinesa atribui grande importância ao papel marcante que Portugal
desempenha na construção e no desenvolvimento da Rota [da Seda] e está disposta
a trabalhar, em conjunto, com a parte portuguesa, para promover a cooperação
programática bilateral em todas as áreas, para atingir novos patamares”,
afirmou.
Na
área dos oceanos, Bentang realçou a cooperação já existente através de
protocolos de defesa e promoção do mar, preservação da biodiversidade, combate
à poluição marítima ou ainda de expedições marítimas assinados entre
universidades e instituições chinesas e portuguesas para o desenvolvimento da
“economia azul”.
“O
mar promove desenvolvimento e a China e Portugal estão a desenvolver
activamente a parceria azul com o desejo de que os oceanos venham a beneficiar
as gerações do futuro”, concluiu Bentang.
A
conferência conta com três mesas redondas sobre temas como “Uma Nova Era de
Crise Ambiental e de Transição Energética”, “O Futuro da Europa à Luz da Crise
Civilizacional e Ambiental e do Conceito Chinês de Uma Nova Era” e “A
Cooperação Política, Económica, Financeira, Cultural, Científica e
Tecnológica”. In “Ponto Final” - Macau
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