“É
a última ação que estamos a fazer este ano. Eu pedi a ajuda de alguns
empresários na área do setor dos supermercados para doar alimentos, tendo em
conta a quadra natalícia e a situação de muitos luso-venezuelanos. Mais uma vez
a comunidade portuguesa na Venezuela demonstrou a sua grande generosidade e
grande solidariedade”, explicou o diplomata à agência Lusa.
A
distribuição, explicou, começou na segunda-feira, com uma visita a uma cantina
onde uma ONG venezuelana prepara alimentos para quase 11 mil crianças.
“É
óbvio que não podemos fornecer mantimentos ou alimentos para esse número, mas é
uma pequena gota para tornar o mês de dezembro um bocadinho melhor para essas
crianças e também para algumas das famílias”, disse Carlos de Sousa Amaro,
precisando que “são meninos pequeninos, num dos bairros mais desfavorecidos de
Caracas”.
No
dia seguinte, disse, junto com representantes da ONG luso-venezuelana “Regala
una Sonrisa” (Dê um sorriso) foi “visitar vários lares de portugueses que estão
com grandes dificuldades financeiras, levar o equivalente a um cabaz de Natal
com elementos básicos, para também os ajudar”.
O
diplomata foi também ao Lar da Terceira Idade Padre Joaquim Ferreira, que
acolhe 60 idosos portugueses, “doar alimentos” e “para ajudar a administração
do lar, que tem também grandes problemas financeiros”.
“Devo
acrescentar que o Estado português também tem ajudado, com um conjunto de
contribuições, e a comunidade portuguesa tem-se juntado para angariar fundos
também para apoiar o lar”, explicou.
Segundo
Carlos de Sousa Amaro, “há todo um trabalho conjunto a que a Embaixada se
associou este ano, porque de facto, ao contrário do que às vezes se possa
pensar, de que há muitos portugueses com muito ou grande sucesso na Venezuela,
há também portugueses que infelizmente, por variadíssimas razões, não tiveram
tanto sucesso e precisam muito de apoio”.
“E,
foi nesse sentido que tentámos contribuir um bocadinho, à nossa maneira, para
aliviar essas dificuldades”, sublinhou.
Questionado
sobre quais os motivos para estas dificuldades atuais, tendo em conta que a
Venezuela é um país com amplos recursos naturais e produtor de petróleo,
explicou que o país está em crise desde há vários anos.
“Como
nós todos sabemos, a Venezuela vem atravessando uma crise económica
profundíssima já há pelo menos cinco, seis ou sete anos, e a comunidade
portuguesa, como toda a população da Venezuela, não está imune aos efeitos
dessa crise económica”, disse.
Segundo
o diplomata, “há parte da comunidade que tem conseguido ir vivendo com esta
crise, mas há muitos que perderam os empregos” têm problemas de saúde, num país
onde há “grande dificuldade para obter alguns medicamentos e tratamentos, e as
condições dos hospitais não são as melhores”.
“Devo
dizer que tem havido um esforço da parte das autoridades portuguesas através da
Embaixada, dos consulados, para trabalhar com algumas organizações como por
exemplo a organização que esteve connosco (Dê Um Sorriso) às que pedimos para
identificar elementos da comunidade portuguesa que necessitem de facto do nosso
apoio”, disse.
Carlos
de Sousa Amaro sublinhou ainda que desde que chegou à Venezuela (em 2017) pediu
ajuda “para que não houvesse nenhum português a viver sem abrigo, debaixo da
ponte”.
“E
temos algumas organizações que trabalham nessa área e que andam à noite a
prestar apoio, com médicos e enfermeiros, a pessoas sem abrigo e que quando
identificam algum português, passam então essa informação para o consulado e
nós tentamos ajudá-los”, concluiu. In “Bom dia Europa” – Luxemburgo com “Lusa”
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