O Presidente do Botsuana, Mokgweetsi Masisi, orientou esta quinta-feira as suas forças em operações de apoio ao Exército moçambicano em Cabo Delgado a serem implacáveis no combate ao terrorismo no Norte de Moçambique
"Está
claro, vocês entenderam e aceitaram [a missão]. Matem o inimigo, esse é o vosso
trabalho, até que eles se rendam", disse Mokgweetsi Masisi, falando
perante as suas forças, no âmbito de uma visita que realizou à província de
Cabo Delgado, Norte de Moçambique.
O
Botsuana faz parte da Força em Estado de Alerta da Comunidade de
Desenvolvimento da África Austral (SADC) que desde julho está a apoiar
Moçambique no combate a grupos rebeldes em Cabo Delgado, ao lado de países como
Angola, África do Sul, Lesoto e Tanzânia.
Para
Mokgweetsi Masisi, as forças que estão a apoiar Moçambique face à insurgência
devem dar o seu melhor, dentro de uma conduta moralmente correcta.
"Por
favor, dêem o seu melhor e brilhem em Moçambique [...] Quero encorajar a todos
vocês e deixar claro que terão sempre o meu apoio", frisou o chefe de
Estado do Botsuana.
Por
sua vez, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, enalteceu o papel do Botsuana
para um posicionamento regional contra o terrorismo em Moçambique, admitindo a
possibilidade de extensão do período da presença das forças da SADC, embora sem
avançar datas.
"O
Presidente Mokgweetsi Masisi, desde a primeira hora, mostrou
solidariedade", frisou o chefe de Estado moçambicano.
Nyusi
disse ainda que a permanência das forças da região em Moçambique será debatida
numa sessão da 'troika' do órgão da SADC Mais Moçambique agendada para o
próximo mês.
"Independentemente
do que está a acontecer no Niassa [província vizinha de Cabo Delgado, que
regista pela primeira vez ataques], nós já sabíamos que o terrorismo não
termina cedo", declarou o chefe de Estado moçambicano.
Além
da SADC, Moçambique conta com o apoio do Ruanda e a ofensiva conjunta permitiu
desde Julho aumentar a segurança em Cabo Delgado, recuperando várias zonas onde
havia presença de rebeldes, nomeadamente a vila de Mocímboa da Praia, que
estava ocupada desde Agosto de 2020.
A
província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas tem sido aterrorizada
desde Outubro de 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados
pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico.
O
conflito já provocou mais de 3100 mortes, segundo o projecto de registo de
conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, de acordo com as autoridades
moçambicanas. In Novo Jornal” – Angola com “Lusa”
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