A agência da ONU para Agricultura e Alimentação levou oito toneladas de sementes e 10 de fertilizantes a áreas rurais do país africano de língua portuguesa. As colheitas incentivaram dieta mais rica em nutrientes e elevaram a venda em mercados locais geridos também por agricultoras
As
sementes entregues às agricultoras de Bissau fazem parte das 8 toneladas de
sementes e 10 toneladas de fertilizantes que a FAO distribuiu em julho na
capital do país de língua portuguesa, no oeste da África.
Novas sementes
A
atividade faz parte do Projeto de Urgência de Segurança Alimentar, Pusa,
implementado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura,
FAO, no ano passado. A iniciativa tem financiamento do Banco Mundial e apoio do
Ministério da Agricultura e do Desenvolvimento Rural.
"Ficámos
satisfeitas por termos recebido os fertilizantes, as sementes. Estes alimentos
são para nos alimentarmos e depois vendermos no mercado. Há repolho, nabo,
rabanete, cenoura, beringela. Recebemos novas sementes em setembro, plantámos
em outubro, e colhemos em dezembro. Depois, iremos ao mercado para vender os
produtos", disse Teresa Alves.
A
Guiné-Bissau dedica mais de 90% das suas exportações à castanha de caju, que é
a base de sua economia.
Rendimento
O
produto proporciona um meio de subsistência à maioria das famílias guineenses,
mas é também um obstáculo à diversificação da agricultura e da alimentação no
país de 1,8 milhão de habitantes.
Atualmente,
o rendimento do caju garante cerca de 70% das necessidades das famílias. Por
outro lado, a captura da pesca artesanal é menos de 45% do potencial.
Na
Guiné-Bissau, as 88 ilhas (21 das quais desabitadas) estão sujeitas à subida do
nível do mar e a inundações, especialmente durante a longa estação chuvosa
entre maio e outubro.
A
meta do plano de abastecimento de produtos agrícolas da FAO, em parceria com o
governo, é compensar a escassez de alimentos e reforçar a capacidade dos
agricultores.
Horta
"Temos
uma escassez de legumes e leguminosas na dieta. Se houver mais, vamos comer
mais. Temos essa necessidade de alimentos. Estou a comer mais; agora estou a
comer as coisas da horta. Portanto, comemos melhor aqui do que outras pessoas
que acabam por consumir muito arroz. A partir de junho é a altura de preparar
os legumes por causa das chuvas", disse Valeria Indiq, que também vive em
Granja de Pessubê.
De
acordo com o relatório de inquérito do Sistema de Acompanhamento da Segurança
Alimentar, Sissan, em julho deste ano, 14,5% das famílias sofriam de
insegurança alimentar. As regiões mais afetadas foram Oio e Tombali, com taxas
de insegurança alimentar superiores a 20%.
Na
Guiné-Bissau, durante 2018, 28% das crianças com menos de 5 anos sofriam de
raquitismo e mais de 30% nas regiões de Oio, Bafatá e Gabu.
Mobilização
Os
pilares do programa são apoiar a produção agrícola e a segurança alimentar das
comunidades mais vulneráveis. A pandemia de Covid-19 também intensificou a
condição de insegurança alimentar, uma vez que restringiu a mobilização de
pessoas em todo o país e o processo de distribuição de sementes, alimentos, e
fornecimento de comércio.
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