Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Nações Unidas - FAO junta-se a agricultoras na Guiné-Bissau para promover fome zero

A agência da ONU para Agricultura e Alimentação levou oito toneladas de sementes e 10 de fertilizantes a áreas rurais do país africano de língua portuguesa. As colheitas incentivaram dieta mais rica em nutrientes e elevaram a venda em mercados locais geridos também por agricultoras


As sementes entregues às agricultoras de Bissau fazem parte das 8 toneladas de sementes e 10 toneladas de fertilizantes que a FAO distribuiu em julho na capital do país de língua portuguesa, no oeste da África.

Novas sementes

A atividade faz parte do Projeto de Urgência de Segurança Alimentar, Pusa, implementado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, no ano passado. A iniciativa tem financiamento do Banco Mundial e apoio do Ministério da Agricultura e do Desenvolvimento Rural. 

"Ficámos satisfeitas por termos recebido os fertilizantes, as sementes. Estes alimentos são para nos alimentarmos e depois vendermos no mercado. Há repolho, nabo, rabanete, cenoura, beringela. Recebemos novas sementes em setembro, plantámos em outubro, e colhemos em dezembro. Depois, iremos ao mercado para vender os produtos", disse Teresa Alves.

A Guiné-Bissau dedica mais de 90% das suas exportações à castanha de caju, que é a base de sua economia.

Rendimento

O produto proporciona um meio de subsistência à maioria das famílias guineenses, mas é também um obstáculo à diversificação da agricultura e da alimentação no país de 1,8 milhão de habitantes.

Atualmente, o rendimento do caju garante cerca de 70% das necessidades das famílias. Por outro lado, a captura da pesca artesanal é menos de 45% do potencial.

Na Guiné-Bissau, as 88 ilhas (21 das quais desabitadas) estão sujeitas à subida do nível do mar e a inundações, especialmente durante a longa estação chuvosa entre maio e outubro.

A meta do plano de abastecimento de produtos agrícolas da FAO, em parceria com o governo, é compensar a escassez de alimentos e reforçar a capacidade dos agricultores.

Horta

"Temos uma escassez de legumes e leguminosas na dieta. Se houver mais, vamos comer mais. Temos essa necessidade de alimentos. Estou a comer mais; agora estou a comer as coisas da horta. Portanto, comemos melhor aqui do que outras pessoas que acabam por consumir muito arroz. A partir de junho é a altura de preparar os legumes por causa das chuvas", disse Valeria Indiq, que também vive em Granja de Pessubê.

De acordo com o relatório de inquérito do Sistema de Acompanhamento da Segurança Alimentar, Sissan, em julho deste ano, 14,5% das famílias sofriam de insegurança alimentar. As regiões mais afetadas foram Oio e Tombali, com taxas de insegurança alimentar superiores a 20%.

Na Guiné-Bissau, durante 2018, 28% das crianças com menos de 5 anos sofriam de raquitismo e mais de 30% nas regiões de Oio, Bafatá e Gabu.

Mobilização

Os pilares do programa são apoiar a produção agrícola e a segurança alimentar das comunidades mais vulneráveis. A pandemia de Covid-19 também intensificou a condição de insegurança alimentar, uma vez que restringiu a mobilização de pessoas em todo o país e o processo de distribuição de sementes, alimentos, e fornecimento de comércio. 

Com o apoio do projeto Pusa, até 2023, cerca de 42,3 mil pessoas serão assistidas no reforço de suas capacidades com distribuição de 1793 toneladas de sementes, 290 toneladas de fertilizantes, 97,5 mi ferramentas agrícolas, 5 mil pequenos ruminantes e US$ 1661000 em transferências monetárias para pequenos agricultores. ONU News – Nações Unidas



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