Organização dos Produtores Africanos de Petróleo considera a abordagem atual para a transição energética uma imposição unilateral
Angola
foi eleita por unanimidade para a presidência da Organização dos Produtores
Africanos de Petróleo (APPO, na sigla em inglês) na 41.ª sessão ministerial em
Argel, foi anunciado pela entidade
Com
a eleição de Angola, a presidência da APPO, será exercida em 2022 pelo ministro
dos Recursos Petrolíferos angolano, Diamantino Pedro Azevedo. No comunicado
saído da reunião, os 14 países-membros da APPO decidiram também que a próxima
sessão decorrerá em Angola no último trimestre de 2022, em data a indicar pelas
autoridades angolanas.
No
encontro realizado na capital argelina, o conselho de ministros da APPO decidiu
“prosseguir a exploração dos enormes recursos de petróleo e gás (...) para a
emancipação económica dos seus povos, além da exploração do uso de energias
renováveis”.
O
comunicado destaca que no topo da agenda das discussões ministeriais esteve o
“futuro da indústria de petróleo e gás em África à luz da busca global pela
transição de energia”.
“A
abordagem atual para a transição energética é uma imposição unilateral, em que
os países desenvolvidos, que há mais de cem anos usam combustíveis fósseis para
o crescimento das suas economias e sociedades e sempre estiveram cientes dos
perigos das emissões, dizem agora ao mundo que os combustíveis fósseis são
perigosos para a humanidade e que todos deveriam abandoná-los”, lê-se no
comunicado.
O
documento destaca que os ministros “notaram que este impulso agressivo para a transição
de energia chega num momento em que as economias africanas estão prestes a se
lançar na industrialização, o que requer muita energia, enquanto as economias
dos países desenvolvidos agora requerem menos energia devido à sua
transformação da manufatura para a produção de conhecimento e inteligência
artificial”.
Relativamente
ao financiamento de projetos de energia no continente, os ministros africanos
decidiram avaliar os setores público e privado para garantir os fundos necessários
para continuar a financiar a indústria de petróleo e gás.
“África
terá de procurar conhecimentos, tecnologia, finanças e mercados para os seus
recursos energéticos. O conselho de ministros notou que existe potencial, visto
que África tem uma enorme população de 1,3 mil milhões de pessoas. Tudo o que ela
precisa é ser mobilizada e capacitada para poderem comprar energia”, sustenta a
APPO.
Com
o apelo ao abandono da produção de petróleo e gás devido aos seus efeitos adversos
sobre o ambiente, os ministros africanos reafirmaram o seu compromisso com a
proteção do meio ambiente, enfatizando a necessidade de se encontrarem tecnologias
que possibilitem o uso de combustíveis fósseis ao mínimo.
Nesse
sentido, apelaram aos países tecnologicamente avançados e financeiramente
capazes para darem o seu apoio aos países africanos na luta dos desafios da transição
energética.
Fazem
parte da APPO, além de Angola, África do Sul, Argélia, Benim, Camarões, Chade,
Egito, Guiné Equatorial, Gabão, Líbia, Níger, Nigéria, República do Congo e República
Democrática do Congo. In “Milénio Stadium” - Canadá
Sem comentários:
Enviar um comentário