Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

UNODC – Corrupção no desporto alcança verbas elevadas nas apostas ilegais

Os dados são do primeiro relatório sobre o tema compilado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, a corrupção teve “aumento substancial” nos últimos 20 anos


De acordo com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, UNODC, cerca de US$ 1,7 bilião circulam no mercado de apostas ilegal por ano.

A informação foi divulgada no primeiro Relatório Global sobre Corrupção no Desporto e pede uma resposta urgente, unificada e internacional para combater a negligência e a fraude em todo o setor.

Causas

De acordo com o relatório, a definição de apostas ilegais e os seus limites jurídicos impõe contradições. Por isso, o UNODC destaca especialmente casos em que os operadores registados fazem transações com países em que a prática não é permitida e, no caso mais grave, em que todo o processo não respeita as normas legais.

O UNODC avalia que a globalização, o grande fluxo de dinheiro, o crescimento das apostas desportivas legais e os avanços tecnológicos estão a fazer com que o mercado seja mais atraente para as redes criminosas.

Além das apostas ilegais, o documento também analisa a manipulação de resultados de competições, abusos, suscetibilidade de grandes eventos desportivos a fraudadores e o envolvimento do crime organizado.

Brasil

O relatório destaca iniciativas implementadas para conter o problema e inclui um manual com considerações de políticas concretas, tanto para governos como para organizações desportivas.

Para isso, a Secretaria da Conferência da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção recebeu informações sobre iniciativas e práticas para lidar com a corrupção no desporto de diversos países. Também há dados de outras fontes, como revistas académicas, estudos e artigos.

Diversos países de língua portuguesa foram citados pela implementação de códigos de conduta e ética no setor. O Brasil, que recebeu dois eventos desportivos internacionais, o Campeonato do Mundo de Futebol no Brasil, em 2014, e os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, também é mencionado.

Segundo o relatório, o país adotou legislações para lidar com risco de corrupção em aquisições e governança corporativa.

Também foram feitas ações para fortalecer o acesso público a informação e conter o crime organizado, aumentando as penalidades para obstrução da justiça e outras sanções criminais contra indivíduos que lideram ou financiam organizações criminosas.

Corrupção

De acordo com a agência da ONU, o estudo revela uma “escala, manifestação e complexidade assombrosas da corrupção e do crime organizado no desporto em níveis global, regional e nacional”.

Desenvolvido em parceria com quase 200 especialistas no mundo, organizações desportivas, setor privado e academia, o relatório é a análise mais aprofundada já publicada sobre o assunto.

O texto também observa que a corrupção no desporto não é um fenómeno novo, existindo desde os antigos Jogos Olímpicos. No entanto, os resultados apontam para um “aumento substancial” nas últimas duas décadas. ONU News – Nações Unidas


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