Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Portugal – Cidade de Lisboa debate clima e segurança no Atlântico antes da COP30 no Brasil

Especialistas de todo o mundo reuniram-se em Lisboa nas vésperas da COP30, para debater forma como as alterações climáticas estão a transformar a segurança no espaço atlântico. O clima deixou de ser apenas um desafio ambiental, é uma questão estratégica de segurança e estabilidade global


Especialistas de todo o mundo reuniram-se em Lisboa este dia 30 de outubro para discutir a ligação entre segurança, defesa e alterações climáticas.

Nas vésperas da COP30, que decorrerá em novembro em Belém do Pará, no Brasil, o Atlantic Centre promoveu um seminário internacional, reforçando a ideia de que a crise climática deve ser tratada não apenas como uma urgência ambiental, mas como uma prioridade estratégica para garantir um Atlântico mais seguro, estável e próspero.

O Atlantic Centre é uma iniciativa portuguesa que promove a cooperação entre países do Atlântico nas áreas da segurança, defesa, governação marítima e desenvolvimento sustentável. Atualmente tem 27 Estados signatários, funcionando como plataforma de diálogo e formação sob a tutela do Ministério da Defesa Nacional.

Clima como nova fronteira da segurança

O coordenador do Atlantic Centre, o contra-almirante Nuno Noronha de Bragança, sublinha que as alterações climáticas tornaram-se parte central dos desafios comuns que atravessam o Atlântico.

Entre os principais fatores de risco, o responsável destaca a desertificação no Sahel, o impacto crescente dos eventos meteorológicos extremos, a migração irregular e as tensões sobre os recursos naturais.

Em entrevista à ONU News a partir de Lisboa, Noronha de Bragança dá alguns exemplos. “Olhamos para as alterações climáticas, naquilo que é o impacto nas megacidades do continente africano que, fruto daquilo que são as alterações climáticas, transportam as pessoas e os jovens para as cidades superpovoadas”.

Infraestruturas vulneráveis e impacto humano

A vulnerabilidade das infraestruturas marítimas e costeiras é um dos pontos de maior preocupação. “Sessenta por cento do produto interno bruto depende de infraestruturas que sofrem com as alterações climáticas”, referiu Noronha de Bragança, recordando episódios de cheias e tempestades recentes na Europa e nas Américas.

O impacto chega também às comunidades dependentes do mar, sobretudo na África Ocidental e nas Caraíbas, onde as alterações nos ecossistemas marinhos afetam a pesca e o sustento das populações, obrigando a uma migração forçada. “Em 2040 teremos 12 milhões de jovens a entrar no mercado de trabalho africano e o impacto da migração irregular numa das rotas mais mortíferas para a Europa que é a rota das Canárias”, referiu.

Cooperação e resposta integrada

O seminário pretendeu destacar a necessidade de respostas coordenadas entre governos, forças armadas, proteção civil, ciência e sociedade civil. Para o contra-almirante, a segurança climática exige uma “abordagem de toda a sociedade”, capaz de responder de forma rápida a catástrofes e construir resiliência coletiva.

“Não há país isolado, não há agência isolada que consiga fazer face a estes desafios comuns. Exige de todos, e desta comunidade atlântica,”, defendeu.

Ciência, governação e tecnologia

Para o Atlantic Centre, o combate às alterações climáticas no Atlântico deve assentar em três pilares fundamentais: ciência, boa governação e tecnologia. “Escutar a ciência, escutar aquilo que é a perspetiva nacional. E, de facto, a perspetiva de segurança e defesa entra nisto”.

Entre os exemplos de cooperação nacional e internacional, destacou o Centro de Dados Oceanográficos Nacional, que reúne informação recolhida por várias instituições portuguesas e internacionais para apoiar políticas públicas e decisões estratégicas.

“É mais fácil inovar na tecnologia do que inovar nas pessoas. Falamos muito, mas é preciso agir”, alertou, sublinhando que a tecnologia, incluindo inteligência artificial e computação quântica, pode ser uma aliada fundamental para antecipar riscos e planear respostas.

Propostas para a COP30

Embora o Atlantic Centre não vá participar diretamente na COP30, há ideias e recomendações que a instituição gostaria de ver debatidas em Belém. Entre elas está a revisão do direito internacional para lidar com a perda de território provocada pela subida do nível do mar, um fenómeno que ameaça a soberania de vários pequenos Estados insulares.

Outra proposta é reforçar o diálogo entre ciência, governação e tecnologia e garantir que o debate global sobre o clima inclua a dimensão de segurança. “Não há país nem agência isolada que consiga responder a estes desafios. É preciso cooperação, diálogo e, sobretudo, ação”, afirmou.

Parceria com as Nações Unidas

O Atlantic Centre tem vindo a reforçar a cooperação com as Nações Unidas e várias das suas agências, num esforço de convergência entre agendas de defesa, clima e segurança. “Temos trabalhado com inúmeras agências externas das Nações Unidas. É fundamental ter sempre presente o princípio da complementaridade”, referiu Noronha de Bragança.

O responsável destacou o papel central das Nações Unidas neste domínio e defendeu uma articulação constante. “A ONU tem um papel importantíssimo e continuará a tê-lo. O Atlantic Centre é mais uma iniciativa que trabalha em consonância com esses mesmos objetivos comuns, apoiando as convenções e tratados internacionais relacionados com o clima e o mar.”

Entre os temas ainda em aberto, Noronha de Bragança lembrou a necessidade de fortalecer a agenda clima-segurança no quadro das Nações Unidas e de integrar esta dimensão em convenções internacionais como a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar ou a nova Convenção para a Proteção do Alto Mar. ONU News – Nações Unidas



Moçambique - Malero Jeque apresenta o seu livro de estreia aos leitores das cidades da Beira e Nampula

O escritor Malero Jeque prepara-se para apresentar o seu livro de estreia, intitulado Uma viagem por outras vidas, sob a chancela da Mapeta Editora. As sessões de lançamento terão lugar nas cidades da Beira e Nampula, nos dias 07 e 12 de Novembro, respetivamente.


Na Beira, o evento decorrerá no Camões – Centro Cultural Português, às 17h30, e contará com a participação da académica Carla Karagianis, responsável pela apresentação da obra. Já em Nampula, o lançamento está agendado para o Ruby – Casa de Hóspedes (Backpackers), às 18h30, tendo como apresentador o escritor Bruno Marquês Areno.

Em Uma viagem por outras vidas, Malero Jeque conduz o leitor através de nove contos marcados pela melancolia, coragem e introspeção, explorando as fronteiras entre o conforto e o desconforto, o visível e o que se evita encarar. Através de uma escrita sensível e sem concessões, o autor mergulha nas cicatrizes da violência, nas injustiças familiares e nas lutas silenciosas pela dignidade humana.

Malero Jeque, natural da cidade da Beira, nasceu a 13 de Agosto de 1999. É contador de histórias, poeta, declamador, apresentador de eventos, criador de conteúdos digitais e compositor musical. Formado em Contabilidade (nível básico do ensino técnico), está a frequentar o Curso de Licenciatura em Ensino de Português, com habilitação em Línguas Bantu, na Universidade Licungo. Desde 2022, publica crónicas e contos na plataforma Adbook, é autor da peça teatral As Escolhas e os Destinos e participou na elaboração das antologias “Autores Moçambicanos – Vol. II” (São Paulo, 2024) e “Novas Vozes, Novas Histórias” (2ª edição, 2024), editada pela Fundação Carlos Morgado em parceria com a Catalogus.

Carla Karagianis nasceu a 24 de Julho de 1965, em Nova Sofala (Búzi). Formou-se professora de Português pela Universidade Eduardo Mondlane (1985), obteve o bacharelato em Educação de Adultos pela Universidade Linköping (1996), licenciou-se em Língua e Cultura Portuguesa pela Universidade de Lisboa (2002) e concluiu o mestrado em Português Língua Segunda e Estrangeira na Universidade Nova de Lisboa (2011). É doutoranda em Educação, ramo de Supervisão e Avaliação, na Universidade de Aveiro. Iniciou a carreira em 1986 no Centro de Formação de Professores Primários de Chingussura e passou pelo INEA, Instituto Industrial e Comercial da Beira e Universidade Pedagógica – Delegação da Beira (actual Universidade Licungo – Extensão da Beira). Na Universidade Licungo, chefiou o Departamento do Registo Académico até 2021, continuando como docente até se aposentar em 2025.

Bruno Marquês Areno nasceu a 10 de Novembro de 2000. É autor da obra Fotografias feitas à letras, publicada pela editora brasileira A arte da palavra. É co-autor de obras como: Água, publicada pela Fundza, Olhares negros, pela Persona no Brasil, Poesia brasileira, pela A arte da palavra no Brasil, Poemas do Eu, pela Persona no Brasil, Alma de mar, pela Chiado em Portugal, e Segundo volume de cadernos marginais, pela Universidade Federal do Mato Grosso, no Brasil. In “Moz Entretenimento” - Moçambique


Egipto - O grandioso Museu Egípcio abre as suas portas no 1.º de novembro

O Grande Museu Egípcio, que está prestes a tornar-se o maior museu arqueológico do mundo, será inaugurado oficialmente no 1.º de novembro. O prestigioso evento contará com a presença do presidente egípcio, Abdel Fattah Al-Sisi, além de uma reunião sem precedentes de chefes de Estado, monarcas e líderes governamentais de todo o mundo. Mohamed El Homsany, porta-voz oficial do Gabinete egípcio, confirmou que pelo menos 40 líderes mundiais são esperados, juntamente com diversos ministros e altos funcionários.


Um Novo Amanhecer para Maravilhas Antigas

Maravilha arquitetónica e localização privilegiada

Situado no Planalto de Gizé, o Grande Museu Egípcio (GEM) possui uma localização excepcional, de frente para as três icônicas pirâmides. O seu projeto arquitetónico único, concebido pelo escritório irlandês Heneghan Peng, combina harmoniosamente a geometria moderna com o simbolismo faraónico. A estrutura do museu está alinhada com os raios solares, que se estendem dos picos das pirâmides até convergirem no seu núcleo, criando um espetáculo visual deslumbrante. A construção, iniciada em 2005, foi concluída em 2021, seguida por preparativos meticulosos para instalações, conservação e treino da equipa.

Com uma área de 500.000 metros quadrados, dos quais 120.000 são dedicados a jardins exuberantes, o GEM é mais do que um simples museu, é uma viagem imersiva através de milénios da história egípcia. As suas 12 salas de exposição abrangem desde os períodos pré-dinásticos até ao fim da era romana no Egipto, exibindo mais de 100.000 artefactos.

Coleções sem precedentes

O Santuário Dourado do Faraó: Os Tesouros de Tutankhamon Revelados

Um dos destaques mais aguardados do museu é a coleção completa dos tesouros do Rei Tutankhamon. Pela primeira vez desde a descoberta da sua tumba em 1922, mais de 5000 artefactos pertencentes ao "Faraó Dourado" serão exibidos na sua totalidade, o que rendeu ao GEM o apelido carinhoso de "Lar de Tut".

Anteriormente, apenas itens selecionados, como a icónica máscara dourada, eram exibidos no Museu Egípcio em Tahrir, enquanto muitas outras peças de valor inestimável permaneciam guardadas. Agora, meticulosamente restaurados e preparados, esses tesouros – incluindo o selo de Tutankhamon, um escudo de couro nunca antes visto e até mesmo os fetos mumificados descobertos na sua câmara funerária – serão finalmente revelados ao público. Os seis carros de guerra de Tutankhamon, antes dispersos por diversos museus, também serão reunidos numa única exposição. O único item que não fará a viagem é a múmia de Tutankhamon, que permanecerá intacta no seu local de repouso original no Vale dos Reis.

Entre as peças espetaculares em exposição, encontram-se os quatro relicários de madeira dourada do Rei Tutankhamon, o maior dos quais foi meticulosamente transferido do Museu Egípcio na Praça Tahrir. Estes relicários, descobertos no seu túmulo em Luxor em novembro de 1922, estão agora abrigados em vitrines de última geração com controle ambiental, que ocupam aproximadamente 7200 metros quadrados, equipadas com recursos gráficos avançados e telas interativas para aprimorar a experiência do visitante.


Além de Tutanckhamon: Outras Exibições Icónicas

  • O Obelisco Suspenso: Recebendo os visitantes na praça ao ar livre, encontra-se o majestoso "Obelisco Suspenso" do Rei Ramsés II, transferido de San El Hagar. A sua inovadora disposição sobre uma base elevada permite, pela primeira vez em 3500 anos, a visualização do cartucho de Ramsés II, oculto por milénios na sua base. Ramsés II, um dos faraós mais célebres do antigo Egito, reinou durante o Novo Império, aproximadamente de 1279 a 1213 a.C.
  • Estátua de Ramsés II: A colossal estátua de granito rosa de Ramsés II, com 11,30 metros de altura e 83,4 toneladas, é o primeiro artefacto monumental a receber os visitantes no Grande Átrio do museu. Descoberta em 1820, esta magnífica estátua foi transferida para a Praça Ramsés, no Cairo, em 1955, antes da sua realocação definitiva para o GEM em 2006.
  • Pilar de Merneptá: Também no Grande Átrio encontra-se o pilar de granito rosa do Rei Merneptá, filho de Ramsés II. Descoberto em 1970 na cidade de On (Ain Shams), este pilar de 5,60 metros de altura e 13 toneladas é adornado com inscrições hieroglíficas que narram a vitória decisiva de Merneptá numa batalha renomada durante o seu quinto ano de reinado.
  • A Grande Escadaria: Antes de subir para os salões principais de exposição, os visitantes podem explorar 59 artefactos monumentais que ladeiam a "Grande Escadaria". Este método de exibição único apresenta algumas das esculturas mais magníficas e pesadas do antigo Egito, abrangendo desde o Antigo Império até ao período greco-romano, culminando numa vista panorâmica deslumbrante das pirâmides a partir de uma varanda de vidro.

Barcos solares de Quéops

Num edifício separado e exclusivo, adjacente ao museu principal, o público poderá explorar os fascinantes "Barcos de Quéops" ou "Barcos Solares". O primeiro barco estará em exposição, permitindo que os visitantes circulem ao redor e o observem de todos os ângulos. Uma segunda secção do museu será dedicada ao segundo barco, oferecendo uma oportunidade única de testemunhar o seu processo contínuo de restauração e montagem, que deverá levar de cinco a sete anos. Estes barcos de madeira de cedro, que datam de mais de 4600 anos, representam alguns dos artefactos orgânicos mais antigos da humanidade.



Um ícone verde e sustentável

O Grande Museu Egípcio conquistou reconhecimento internacional como o primeiro museu certificado como "verde" na África e no Oriente Médio. Ele ostenta com orgulho o certificado "Edge Advance" para edifícios verdes, concedido pela Corporação Financeira Internacional (IFC), membro do Grupo Banco Mundial. Esta distinção reflete o seu compromisso com a eficiência energética, o uso de energia limpa na construção e a integração de células solares e sistemas de iluminação e ventilação naturais.

O museu também conquistou oito certificações ISO em energia, saúde e segurança ocupacional, gestão ambiental e qualidade, além de ter sido premiado como "Melhor Projeto de Construção Verde". Recebeu ainda o Certificado de Ouro para Construção Verde e Sustentabilidade, no âmbito do Sistema Pirâmide Verde Egípcio, do Centro Nacional de Pesquisa para Habitação e Construção.

O projeto de vanguarda do GEM incorpora salas de exposição modernas e alguns dos maiores laboratórios de conservação do mundo, capazes de receber milhares de turistas diariamente. O projeto atual foi escolhido entre 1583 inscrições internacionais num concurso supervisionado pela UNESCO e pela União Internacional de Arquitetos, vencido pelo escritório de arquitetura irlandês com sede em Dublin, devido à sua conexão inovadora com as pirâmides.



Uma Linha do Tempo de Visão e Resiliência

A visão para o Grande Museu Egípcio surgiu na década de 1990, com o objetivo de criar o maior museu do mundo dedicado à civilização egípcia antiga.

  • Fevereiro de 2002: A pedra fundamental foi lançada perto das Pirâmides de Gizé após estudos iniciais.
  • 2002: O Egito lançou um concurso internacional de arquitetura para o projeto do museu, patrocinado pela UNESCO e pela União Internacional de Arquitetos.
  • Junho de 2003: Um consórcio irlandês-chinês venceu o concurso com um projeto que idealizava o museu como uma massa cónica onde os raios solares das três pirâmides convergem, criando a aparência de uma quarta pirâmide vista de cima.
  • Maio de 2005: A construção teve início oficialmente com um empréstimo para desenvolvimento da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA).
  • 2006: O Centro de Conservação de Antiguidades foi criado para restaurar e preparar artefactos para exibição.
  • Junho de 2010: O Centro de Conservação, a central elétrica e o posto de combate a incêndios foram inaugurados após a conclusão das duas primeiras fases do projeto.
  • Janeiro de 2011: Os trabalhos foram interrompidos devido à revolta popular.
  • 2014: O presidente Abdel Fattah El-Sisi retomou o projeto.
  • 2016: Uma decisão do gabinete criou a Autoridade do Grande Museu Egípcio.
  • Janeiro de 2018: A estátua do Rei Ramsés II foi transferida para o museu, tornando-se o seu primeiro artefacto permanente.
  • 2021: A construção foi concluída, abrangendo o hall de entrada, a Grande Escadaria, os salões do Rei Tutankhamon, o Museu das Crianças, os edifícios de serviço, a bilheteira, a segurança, os sistemas de vigilância e os estacionamentos.
  • 16 de outubro de 2024: O museu, projetado para abrigar mais de 100.000 artefactos, iniciou a sua operação experimental.
  • 25 de fevereiro de 2025: O governo egípcio planeou inicialmente uma cerimónia oficial de inauguração para 3 de julho. No entanto, tensões políticas regionais levaram ao adiamento para 1.º de novembro.

O Grande Museu Egípcio ergue-se como um testemunho da rica herança do Egipto e do seu compromisso em preservá-la e apresentá-la ao mundo. Promete uma experiência cultural incomparável, combinando maravilhas antigas com museologia de vanguarda, destinada a encantar visitantes por gerações vindouras. In “Daily News” - Egipto












São Tomé e Príncipe - Promove diálogo de alto nível sobre turismo sustentável

Encontro quer que sector ajude a diversificar a economia, o turismo concentra 11% do PIB nacional. A iniciativa marca etapa na implementação da Conta Satélite do Turismo


São Tomé e Príncipe prepara-se para dar um passo decisivo para consolidar o turismo como motor de crescimento e diversificação de sua economia.

Neste 30 de outubro, o país abrigou o Diálogo Político de Alto Nível sob o tema “Unir Vozes para um Turismo Sustentável”, com o apoio da Comissão Económica das Nações Unidas para a África, Uneca, e do Escritório do Sistema ONU no país.

Turismo e riqueza

O evento ocorre após um atelier técnico de validação, marcando uma etapa crucial na segunda fase do Projeto de Desenvolvimento da Conta Satélite do Turismo, CST, uma ferramenta estratégica para medir a contribuição real do turismo para a riqueza nacional e orientar políticas públicas.

O diálogo reuniu autoridades governamentais, parceiros de desenvolvimento, a academia, o setor privado e a sociedade civil. O objetivo é consolidar o turismo baseado em evidências como prioridade estratégica nacional. A iniciativa também procura assegurar que a CST seja integrada de forma duradoura nos processos e programas nacionais.

Cooperação e potencial

Segundo a Uneca, o objetivo é transformar o turismo num pilar essencial da diversificação económica do país.

As estimativas mais recentes indicam que o setor representa 11% do Produto Interno Bruto, PIB, e 10% do Valor Acrescentado Bruto, VAB, dados que confirmam o potencial estratégico do turismo para a economia santomense.

O diretor do Escritório subregional da Uneca para a África Central, Jean Luc Mastaki, afirmou que o diálogo visa traduzir os resultados técnicos do projeto em compromissos políticos concretos, priorizando o turismo sustentável na diversificação da economia são-tomense.

As primeiras Contas Satélite do Turismo, desenvolvidas em cooperação com instituições nacionais e parceiros das Nações Unidas, nasceram de formações e oficinas de capacitação.

Formação e capacitação nacional

Desde o lançamento do projeto, em 2024, a Uneca e o Governo de São Tomé e Príncipe formaram cerca de 25 especialistas nacionais de diferentes Ministérios, universidades, organizações da sociedade civil e sector privado.

A Comissão Económica da ONU para África destaca que a consolidação da CST e o diálogo político nacional representam uma oportunidade única para fortalecer a coordenação institucional e garantir a produção regular de dados sobre o turismo, essenciais para o crescimento sustentável e inclusivo do país. ONU News – Nações Unidas


quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Centro Estudos Internacionais Iscte - Encontros de Estudos sobre a China

Seminário online

A Política Económica Internacional da Concorrência China-EUA-Europa e o Impacto na Transformação da Ordem Mundial

No próximo dia 12 de novembro, às 10h30 (hora de Lisboa), realiza-se mais uma sessão do ciclo de seminários “Encontros de Estudos sobre a China”, organizada pelo CIES-Iscte e pelo CEI-Iscte.


Orador convidado:

Xing Li, Diretor do European Research Center (Guangdong Institute for International Strategies – Guangdong University of Foreign Studies, China) e Professor de Relações Internacionais na Aalborg University (Dinamarca).

Comentador:

Luís Tomé, Diretor do OBSERVARE e Professor Catedrático da Universidade Autónoma de Lisboa.

Sessão online (Microsoft Teams)

Link Teams: https://bit.ly/StudiesChinaNov25

Meeting ID: 315 146 379 119 0

Password: Xy2gL6iH

Resumo

Esta palestra examina a transformação em curso da ordem mundial através da observação das relações entre as grandes potências, com foco na rivalidade China-EUA e nos desafios da relação China-Europa. Oferece uma análise abrangente da relação China-EUA, explorando as suas tensões e contradições em múltiplas dimensões. A palestra debate também se esta rivalidade representa uma redistribuição funcional do poder dentro do sistema existente ou se sinaliza uma transformação estrutural mais profunda que exige uma redefinição das instituições, normas e valores globais. Além disso, analisa os desafios da Europa no meio do declínio da sua posição dentro desta ordem mundial em transformação. A palestra conclui com uma questão de investigação em aberto: estará a ordem mundial realmente a caminhar para a multipolaridade ou, melhor dizendo, para um mundo de múltiplas ordens?

Os Encontros de Estudos sobre a China são uma iniciativa conjunta entre o CEI-Iscte e o CIES-Iscte, e dirigem-se a investigadores, docentes, estudantes e profissionais interessados/as em temas e problemáticas sobre a China e a comunidade chinesa em Portugal.

Organização: Sofia Gaspar (CIES-Iscte) e Cátia Miriam Costa (CEI-Iscte).

São Tomé e Príncipe – Dotado com mais dois Centros de Saúde frutos da cooperação chinesa

São Tomé – A missão médica chinesa em São Tomé e Príncipe acaba de dotar a Delegação de Saúde do Distrito de Água Grande com mais dois centros, nomeadamente de Prevenção e Tratamento das Disfunções do Pavimento Pélvico e o de Prevenção da Cárie Infantil.


Estes centros constituem uma plataforma de alto nível para o diagnóstico e tratamento clínico, a investigação científica e a formação de talentos, contribuindo de forma contínua para oferecer ao povo são-tomense serviços médicos mais especializados e sistemáticos.

Destacam-se na cerimónia de inauguração destas duas valências de saúde pública, o ministro são-tomense de Saúde, Celso Matos, a Embaixadora da República Popular da China, Xu Yingzhen, o Delegado de Saúde do Distrito de Água Grande, Dr. Eliezer Nunes e membros da Equipa Médica Chinesa.

O ministro da Saúde, Celso Matos agradeceu a cooperação chinesa pelos ganhos alcançados ao nível da saúde no arquipélago são-tomense, aproveitando a ocasião para incentivar os técnicos locais a aproveitarem ao máximo a interação com os profissionais chineses de modo a melhoram as suas capacidades técnicas.

A Embaixadora da China, Xu Yingzhen disse que a “saúde das crianças e das mulheres é essencial para o desenvolvimento social”. In “STP-Press” – São Tomé e Príncipe


Moçambique - Aurélio Furdela prepara o lançamento do romance histórico “Nas Garras do Conflito”

O escritor moçambicano Aurélio Furdela prepara-se para o lançamento do seu mais recente romance, intitulado Nas Garras do Conflito, uma obra de ficção histórica que promete transportar o leitor para um dos períodos mais marcantes da história contemporânea de Moçambique: a década de 1980.


De acordo com o agente literário do autor, Izidro Dimande, o livro oferece “uma oportunidade de mergulho no manancial de eventos globais e regionais que moldaram a História de Moçambique durante os anos oitenta”.

A narrativa de Nas Garras do Conflito está ancorada em investigação histórica e aborda as interligações entre a Guerra Fria, o regime do apartheid na África do Sul e os ataques militares que afectaram directamente Moçambique durante a luta do ANC contra o apartheid.

Segundo o autor, a obra constitui “um importante contributo para a compreensão das intersecções entre a política global e regional nesses derradeiros tempos do apartheid, que marcaram de medo e incerteza a minha própria adolescência, pela relação belicosa que esse regime votava a Moçambique”.

Depois do sucesso do seu primeiro romance histórico, Saga d’Ouro, actualmente na terceira edição e centrado no Império do Mwenemutapa, Aurélio Furdela volta a explorar a história moçambicana sob uma nova perspectiva. “O romance moçambicano não deve ficar amarrado tão-somente ao período pré-colonial ou à colonização portuguesa. É importante diversificar os temas e contextos da nossa ficção”, defende o escritor.

Licenciado em História pela Universidade Eduardo Mondlane, Aurélio Furdela é reconhecido pela sua versatilidade na literatura moçambicana, com obras publicadas nas áreas de conto, crónica, romance histórico e policial, dramaturgia, guionismo e composição de letras musicais. O autor é detentor de vários prémios literários nacionais e internacionais, e tem parte da sua obra traduzida para outros idiomas.

Com Nas Garras do Conflito, Furdela consolida a sua posição como um dos nomes de destaque da literatura moçambicana contemporânea, reafirmando o compromisso de usar a ficção como ferramenta de reflexão histórica e social. In “Moz Entretenimento” - Moçambique


Internacional - O boicote às universidades israelenses

Quatro universidades brasileiras, a Unicamp, a Federal do Rio de Janeiro, a Federal do Ceará e a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas de São Paulo decidiram romper seus convênios de cooperação com as universidades israelenses de Haifa, de Ben Gurion e com o Instituto Tecnológico Technion, em reação às violências cometidas por Israel na Faixa de Gaza, depois do ataque terrorista do Hamas no 7 de outubro de 2023.

Esses convênios previam intercâmbio de alunos, professores e projetos mútuos de pesquisa. Esse mesmo tipo de boicote tem a participação de universidades da Noruega, Irlanda, Bélgica e Espanha.

Na Suíça, onde as universidades de Lausanne e Genebra também aderiram ao boicote, o jornal Le Temps procurou saber quais consequências negativas podem resultar desse movimento tanto para Israel como para as universidades israelenses e estrangeiras. Para isso, foi entrevistado Shlomi Kofman, responsável pela parceria de Israel com o programa Horizon Europe.

A síntese dessa entrevista é a de que "o boicote a Israel é contraproducente" no domínio da pesquisa científica, havendo riscos tangíveis para a ciência, segundo os cientistas israelenses. desde 1996, Israel e a europa se beneficiam dessa parceria em ciência e tecnologia, envolvendo estudantes, pesquisadores e empresas europeias.

Até hoje, Horizon Europe tem favorecido de maneira apolítica a pesquisa e a política, evitando ser envolvido pela política concentrado no objetivo de inovação e progresso para a humanidade.

A revista K, preocupada com os judeus na Europa e com o ressurgimento do antissemitismo, integrada por universitários e jornalistas, abriu um grande espaço dedicado "aos universitários israelenses face ao apelo pelo boicote de suas universidades.

Três professores contribuíram com suas respostas: Itai Ater e Alon Korngreen, do grupo Universitários pela democracia israelense, e o prof. Eyal Benvenisti, membro do Fórum dos professores de direito israelenses pela democracia.

Sobre os impactos decorrentes dos boicotes às universidades israelenses, acham que são muitos limitados. O governo israelense considerará serem ataques a Israel, hostilidade internacional, e reforçará as posições atuais.

O boicote será proveitoso ao governo atual e prejudicará as universidades, reforçará também a ideia de que "o mundo está contra Israel" levando o governo a um isolacionismo. O boicote prejudicará no que se refere às iniciativas de pesquisa e colaborações internacionais, reduzindo financiamentos e impedindo avanços universitários, limitando as trocas de ideias.

Muitas universidades israelenses - contam eles - participam de pesquisas inovadoras nos campos da medicina, tecnologia e meio ambiente. O boicote causará a perda de parceiros internacionais importantes para o progresso dos projetos e impedirá seus avanços.

Eles enumeram os prejuízos para os universitários israelenses, mas é também importante considerar a perda correspondente para os estudantes das universidades boicotadoras, privados de pesquisas e de experiências internacionais. Resta a dúvida se a aplicação do boicote tem algum resultado positivo. Rui Martins – Suíça

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Rui Martins é Jornalista, escritor, ex-CBN e ex-Estadão, exilado durante a ditadura. Criador do primeiro movimento internacional dos emigrantes, Brasileirinhos Apátridas, que levou à recuperação da nacionalidade brasileira nata dos filhos dos emigrantes com a Emenda Constitucional 54/07. Escreveu Dinheiro sujo da corrupção, sobre as contas suíças de Maluf, e o primeiro livro sobre Roberto Carlos, A rebelião romântica da Jovem Guarda, em 1966. Foi colaborador do Pasquim. Estudou no IRFED, l’Institut International de Recherche et de Formation Éducation et Développement, fez mestrado no Institut Français de Presse, em Paris, e Direito na USP. Vive na Suíça, correspondente do Expresso de Lisboa, Correio do Brasil e RFI.

 

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Moçambique - Projeto da Universidade de Coimbra apoia famílias africanas com equipamentos para melhorar qualidade do ar

Um projeto liderado pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), em conjunto com a Universidade Lúrio (UniLúrio), está a ajudar comunidades moçambicanas a melhorar a qualidade do ar em habitações. 


Intitulado “AfroEnergy”, este projeto pretende mudar a forma como se produz e consome energia no norte de Moçambique, promovendo a sustentabilidade, a eficiência energética e a investigação científica local. 

A iniciativa, que envolve a Faculdade de Engenharia da UniLúrio, em Pemba, nasceu de um acordo de cooperação científica com a UC e tem como objetivo capacitar equipas moçambicanas através da formação, da instalação de equipamentos e do desenvolvimento de competências em qualidade do ar interior, energias renováveis e eficiência energética.

De acordo com Adélio Gaspar, professor do Departamento de Engenharia Mecânica, em muitas regiões moçambicanas, as fontes de energia doméstica ainda dependem da queima de lenha e carvão, o que provoca poluição dentro das habitações e graves problemas de saúde pública.

«O AfroEnergy quer inverter esse cenário. Nesse sentido, equipamos a UniLúrio com instrumentos de monitorização ambiental (capazes de medir temperatura, humidade, partículas, dióxido e monóxido de carbono) e criamos laboratórios de refrigeração e energia solar que estão, agora, ao serviço do ensino e da investigação», conta o coordenador do projeto.

Além disso, professores e estudantes receberam formação em Pemba e em Coimbra, tornando-se capazes de realizar campanhas de medição em casas rurais e de desenvolver investigação aplicada para encontrar soluções sustentáveis adaptadas à realidade moçambicana.

«Os primeiros resultados já se fazem sentir. As monitorizações que realizamos em habitações rurais revelaram níveis elevados de poluição interior, o que confirma a urgência de promover alternativas energéticas mais limpas. Instalamos, ainda, kits solares que permitem reduzir a dependência de combustíveis fósseis e melhorar o conforto térmico das casas. Em paralelo, o projeto criou uma nova linha de investigação científica em Moçambique, que combina energia solar, qualidade do ar e eficiência energética», revela o também investigador da Associação para o Desenvolvimento de Aerodinâmica Industrial (ADAI). 

«O AfroEnergy mostra que a ciência pode ser uma ferramenta concreta de desenvolvimento humano e social. Ao capacitar investigadores locais, estamos a construir soluções duradouras para Moçambique e para África», conclui.

Mais do que um projeto técnico, o AfroEnergy é visto como um exemplo de cooperação lusófona com impacto real. As metodologias e infraestruturas criadas em Pemba poderão ser replicadas noutras regiões de Moçambique e noutros países africanos, promovendo um modelo de investigação sustentável e inclusivo. Universidade de Coimbra - Portugal


Guiné-Bissau - Iniciativa reforça resiliência na região de Gabu

Projeto quer instalar sistemas viáveis de irrigação, desenvolver cadeias de valor agrícolas e apoiar serviços primários de saúde, as comunidades incluem Hamdalaye, Cumbadjuba, Sintchan Luntan, Canhanqué e Djibata. A iniciativa de USD$ 300 mil vai garantir abastecimento regular da Cantina Escolar do PAM


O Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas, WFP, está a criar um ecossistema de serviços integrados que visam impulsionar o crescimento económico e o desenvolvimento rural em Gabu, leste da Guiné-Bissau.

As ações são parte do Projeto Uma Tabanca que está a ser implementado pela Cooperativa das Mulheres Camponesas da Região de Gabu, Camuca.

Bases para Maior Desenvolvimento

O projeto investiu numa solução de energia verde, gerou disponibilidade de água potável para melhorar praticas de cultivo, estimular a transformação de sistemas alimentares e alargar oportunidades económicas para jovens e mulheres, através de promoção do empreendedorismo.

A ideia é criar polos de desenvolvimento integrado nas comunidades beneficiárias. As intervenções da fase piloto ocorrem na localidade de Cumpaghor, arredores da cidade de Gabu onde um conjunto de serviços essenciais combinados vêm sendo implementados.

Os serviços incluem dois aviários com capacidade combinada de 1200 galinhas instalados na comunidade e povoados com seiscentas aves. Metade deste total são poedeiras destinadas a produção de ovos e metade a produção de carne para abastecer a Cantina Escolar e o mercado regional.

Numa região que depende fortemente de ovos importados do Senegal, o projeto aparece como alternativa, explicou a presidente da Cooperativa das Mulheres, lembrando que o transporte deste produto frágil pode demorar até serei dias devido a situação das estradas e a burocracia.

Melhoria da Dieta Alimentar

Para Adama Candé uma sensibilização pode ajudar as comunidades a melhorarem a dieta alimentar, consumindo ovos localmente produzidos.

“Estamos a fazer sensibilizações para mostrar que é importante consumir ovo. Consumir ovos é muito valioso sobretudo para crianças, gravidas e idosos. Consumir um ovo é equivalente a um kg de carne que custa três mil em Gabu, um ovo custa cem francos. É mais fácil conseguir 100 francos cfa do que conseguir três mil”.

Segundo a ficha de produção diária, as poedeiras deitam em média entre 150 e 200 ovos e desde 31 de julho, início da atividade, foram produzidos mais de 8300 ovos e vendidos 7385. As perdas ao longo da cadeia de produção situam-se em torno de mil.

Um novo plano de negócio da Cooperativa prevê expandir a atividade de produção de ovos e de frangos de carne.

Dados oficiais dão conta que o índice de pobreza extrema no país é de 41 % e o quadro pode ser pior nas regiões, incluindo em Gabu onde a taxa de insegurança alimentar foi de 33% em 2024, afetando mais de 120 mil pessoas.

Batata-Doce e Arroz SRI

Prevê-se para a próxima época da chuva, que têm inicio em maio, o arranque de produção em grande escala de batata-doce com polpa laranjada. As sementes encomendadas na região de Oio não chegaram a tempo e o perímetro hortícola vai acolher a experiência piloto de produção de batata na época seca em simultâneo com legumes.

O espaço de um hectare e meio equipado com sistema gota-a-gota foi palco este ano de cultivo de milho para alimentar os aviários e amendoim para angariar fundos.

Outra previsão é o início da produção intensificada de arroz nos 38 hectares de terra disponibilizados pela comunidade. Atualmente os trabalhos estão centrados na melhoria do perímetro que se encontra inundado devido às chuvas intensas que se fizeram sentir este ano.

Para a presidente da Camuca a Cantina Escolar é o foco primeiro da agência da ONU.

“PAM deseja que este projeto seja fornecedor da Cantina Escolar, por exemplo dar a cada criança um ovo tem mais-valia em relação aquela papa. O arroz que produzimos não leva químicos. Temos fezes de galinha que é estrume, podemos revertê-lo na produção hortícola e orizícola”.

Cantina Escolar

Para além de arroz e ovo, o projeto conta fornecer à Cantina Escolar carne de frango, feijão, quiabo, beringela, produzidos com componentes orgânicos que podem ajudar na nutrição das crianças.

Os trabalhos de melhoria da bolanha, incluem a recuperação dos diques, ordenamento dos canteiros, abertura de canais de drenagem e fecho de bolanhas para evitar a incursão da areia e cascalho para melhorar as colheitas.

O PAM vem incentivando os membros da comunidade a participarem nas ações voluntárias fornecendo arroz, óleo e sal. A experiência do ano passado em cinco hectares ficou frustrada por conta das inundações.

As associadas da cooperativa das mulheres camponesas beneficiaram de uma formação na matéria das técnicas de SRI que se acredita ser mais rentável do que as técnicas tradicionais de produção do arroz. A Agência formou também 62 crianças em corte e costura, das quais 48 meninas e 14 rapazes. Amatijane Candé – Guiné-Bissau ONU News


Moçambique - Jaime Mambulisse apresenta o seu livro de estreia aos leitores da cidade da Beira

O escritor Jaime Mambulisse apresenta, no próximo dia 30 de Outubro, o seu livro de estreia intitulado O cabrito que comia frangos, numa cerimónia a realizar-se na Mediateca do BCI, na cidade da Beira, pelas 17h30. O evento contará com a apresentação do escritor Diogo Araújo Vaz.


Em O cabrito que comia frangos, Mambulisse combina denúncia, humor e crítica social, revelando um olhar perspicaz sobre as dinâmicas que marcam a sociedade contemporânea. A obra, composta por uma colectânea de crónicas, transporta o leitor por diversos contextos – desde pequenas comunidades rurais até às esferas globais de poder – onde a corrupção assume diferentes rostos: suborno, nepotismo, desvio de recursos e inversão de valores.

Com esta estreia literária, Jaime Mambulisse afirma-se como uma nova voz da literatura moçambicana, comprometida com as questões éticas e sociais do seu tempo, utilizando a ironia e a reflexão crítica como ferramentas de intervenção cívica.

Jaime Marapusse Mambulisse

Nasceu no dia 10 de Maio de 1996, no Posto Administrativo de Divinhe, distrito de Machanga, província de Sofala. Contudo, foi na cidade da Beira, mais precisamente no Bairro da Munhava, onde passou a maior parte da sua infância e juventude, moldando-se pelas dinâmicas culturais e sociais daquele ambiente urbano. Desde cedo, demonstrou um profundo interesse pelas letras e pela língua portuguesa. Determinado a transformar esta paixão numa carreira, ingressou na Universidade Licungo – Extensão da Beira, onde fez a licenciatura em Ensino de Português. É também membro activo do Clube do Livro da Beira, agremiação que promove actividades de incentivo à leitura e ao debate literário.

Diogo Araújo Vaz

Nasceu na cidade de Inhambane, em 1978. Já publicou vários livros com os quais ganhou os prémios Minerva Central 100 Anos e Maria Odete de Jesus. Do seu leque de obras publicadas, destacam-se: Os Contos de Guicalango (2010), A Ira da Chama (2012), Diário de Um Positivo (2013), Os Seguranças do Alheio (2016), Os Novos Contos de Guicalango (2017) e Os Condenados de Deus e Outros Ditos (2023). Participou da antologia de contos Do Índico e do Atlântico: Contos brasileiros e moçambicanos (2019), com o conto Apocalipse. In “Moz Entretenimento” - Moçambique


Angola - Mina de Cobre de Tetelo inaugurada na província do Uíge

A Mina de Cobre de Tetelo, na localidade de Maquela do Zombo, província do Uíge, com capacidade de produção de quatro mil toneladas por dia, foi inaugurada, na manhã desta quarta-feira, pelo ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo


O projecto foi implementado pela empresa Shining Star Icarus (SU), Limitada e representa um investimento de 305 milhões de dólares, tendo criado mais de 1500 empregos, a maioria dos quais jovens angolanos da região.

No pico da operação, estima-se que o número de empregos directos possa atingir entre 2500 e 3000 postos de trabalho.

Na ocasião, o ministro Diamantino Azevedo declarou que a província do Uíge entra para a história como terra do cobre, com Maquela do Zombo como epicentro de um novo ciclo de desenvolvimento industrial, económico e social para o país. In “Jornal de Angola” - Angola


terça-feira, 28 de outubro de 2025

CPLP - Debate reforço da cooperação em defesa

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) iniciou, nesta terça-feira, na Vila Ponta do Ouro, em Maputo, a XXII Reunião de Directores da Política de Defesa ou Equiparados, com o objectivo de reforçar a cooperação estratégica no domínio da defesa e preparar propostas a submeter à próxima reunião dos Ministros da Defesa da organização.


O encontro, que decorre até amanhã, junta representantes de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, bem como o Secretariado Permanente para os Assuntos de Defesa e o Centro de Análise Estratégica da CPLP.

A delegação moçambicana é chefiada pelo Brigadeiro Anastácio Zaqueu Barassa, Director Nacional de Política de Defesa, acompanhado pelo Coronel Assane Cachimo, Oficial de Cooperação do Estado-Maior General, e pela Major Marta António Jorge Muando Licussa, Chefe do Departamento de Relações Multilaterais.

Na sua intervenção, o Brigadeiro Barassa referiu que o encontro decorre num contexto internacional desafiante, marcado pela instabilidade geopolítica, pelo terrorismo e pelas alterações climáticas. Estes factores, segundo afirmou, exigem maior coordenação estratégica entre os países da CPLP, tendo realçado a importância do reforço da cooperação multilateral para a consolidação da segurança colectiva e promoção da paz e do desenvolvimento sustentável.

A agenda de trabalhos inclui a análise do ponto de situação da 3.ª Reunião dos Serviços de Informações Militares, da implementação do Plano de Acção 1325 sobre a Agenda “Mulheres, Paz e Segurança”, do balanço das formações realizadas no Colégio de Defesa e no Curso CIMIC, bem como a apreciação da proposta de revisão dos estatutos e do regimento do Centro de Análise Estratégica da CPLP.

Consta igualmente da agenda a calendarização das actividades conjuntas para 2026, com destaque para o Exercício FELINO, considerado um dos principais marcos da cooperação multilateral entre as Forças Armadas dos países de língua portuguesa. In “O País” - Moçambique