Depois do amplo apoio dos participantes na consulta pública, a Secretária para os Assuntos Sociais e Cultura integrou agora as 12 manifestações propostas pelo Instituto Cultural na Lista do Património Cultural Intangível. Destaque para a Dança Folclórica Portuguesa e a Confecção do Pastel de Nata, assim como para as Danças do Dragão e do Leão e a Crença e Costumes de Tou Tei
A
Dança Folclórica Portuguesa, a Confecção de Pastéis de Nata e outras 10
manifestações foram inscritas na Lista do Património Cultural Intangível, de
acordo com um despacho assinado pela Secretária para os Assuntos Sociais e
Cultura, O Lam, e publicado em Boletim Oficial. No geral, as 12 manifestações
propostas para integrarem esta lista “obtiveram cerca de 70% ou mais de
concordância, indicando amplo apoio social”, considerou o Instituto Cultural
(IC), quando divulgou os resultados da consulta pública.
Com
origem nas zonas rurais de Portugal, acredita-se que a dança folclórica foi
introduzida em Macau com a vinda dos portugueses e aqui foi difundida no âmbito
das suas actividades comunitárias. Mas foi só no início dos anos 70 e 80 do
século passado que este tipo de dança se tornou “mais popular” e se foi
desenvolvendo em actividades com outras comunidades locais. “A dança folclórica
portuguesa adquiriu continuamente características de Macau, e actualmente
envolve artistas das comunidades portuguesa, macaense, chinesa, entre outras”,
segundo foi referido aquando da apresentação das manifestações recomendadas.
Já
quanto à Confecção de Pastéis de Nata, argumentava-se que evoluiu em Macau a
partir do doce português. “No final do século passado, uma padaria em Coloane
começou a vender a sua própria interpretação de tartes de ovo características,
baseadas na receita portuguesa, com algumas influências de técnicas de
culinária de Hong Kong e de Macau, o que foi um grande sucesso”, referiu o
organismo.
“Hoje
em dia, os pastéis de nata não só evoluíram para incluírem novos sabores, como
também levaram à criação de outros tipos de doces”, vincou, acrescentando que
tem “características próprias de Macau” e um “profundo significado cultural”.
Nesta
lista, destacam-se também a Crença e Costumes de Tou Tei, a Dança do Dragão e a
Dança do Leão, que na consulta pública obtiveram 90% de apoio. Segundo o IC, a
Crença e Costumes de Tou Tei é “uma importante demonstração do legado da
cultura tradicional da nação chinesa” no território, que tem reflexo, por
exemplo, no Festival de Tou Tei, que se realiza no segundo dia do segundo mês
do calendário lunar.
A
Dança do Dragão, por sua vez, representa “um símbolo importante da riqueza da
cultura tradicional chinesa em Macau”, sendo de “grande valor para a
investigação da cultura popular”, ao passo que a Dança do Leão “tem vindo a
representar e a promover a cultura tradicional chinesa na arena desportiva
internacional, impulsionando intercâmbio e diálogo entre as culturas chinesa e
estrangeiras”.
O
Festival da Primavera é outra das manifestações inscritas agora na lista, o
qual “desempenha igualmente um papel importante na consolidação das relações
familiares, na promoção do apoio comunitário e na manutenção da ética social,
possuindo, assim, um significativo valor histórico e de identidade cultural”.
Também o Festival de Barcos-Dragão é um dos “mais importantes e com mais longa
história” no território, “reflectindo um espírito nacional único e uma rica
cultura que Macau continua a celebrar”, enquanto a regata de Barcos-Dragão
constitui “uma importante representação da transmissão e continuidade da
cultura tradicional chinesa”.
Por
outro lado, as artes marciais de tai chi são uma modalidade com muitos
praticantes, “reflectindo a continuidade da cultura chinesa tradicional no
território”. Para o IC, “o seu significado cultural e as diferentes formas de
prática têm sido enriquecidos, pondo em destaque a criatividade humana, e
assumindo um importante valor histórico e social”. A confecção de biscoitos de
amêndoa, de bolos de casamento tradicional chinês e de massas de jook-sing são
também três manifestações que passam agora a integrar o património cultural
intangível pelo seu significado. In “Jornal Tribuna de Macau” - Macau
Sem comentários:
Enviar um comentário