A “PortugalFoods” assinou um acordo com a “Tmall” para ter “uma forte presença portuguesa” numa das maiores plataformas de comércio electrónico da China, revelou a directora executiva da associação do sector agro-alimentar. Deolinda Silva considerou “muitíssimo interessante” o protocolo de cooperação assinado durante a 2ª Exposição Económica e Comercial China–Países de Língua Portuguesa (C-PLPEX), em Macau.
“O
nosso objectivo é começarmos a trabalhar realmente na constituição de – eu não
digo uma loja – uma forte presença portuguesa nesta plataforma”, explicou. “Não
é fácil, mas eles estão ali prontos para nos ajudar, e nós também já vamos cada
vez mais adquirindo mais conhecimento sobre o desafio que nos espera”, admitiu.
A
cooperação arrancou com uma apresentação dos produtos de associados da
“PortugalFoods” junto de empresas chinesas “das mais variadas categorias”,
revelou. A associação trouxe produtos de 12 companhias à C-PLPEX, mas conta com
mais de 200 associados entre empresas, entidades do sistema científico e da
fileira agro-alimentar e outras actividades conexas.
A
apresentação faz parte de uma estratégia da “Tmall” para promover os produtos
agro-alimentares portugueses “de uma forma agregada, para se ganhar alguma
dimensão”, referiu Deolinda Silva. “O trabalho que tem de ser feito junto
destes parceiros chineses é imenso, porque praticamente não existe uma presença
de produtos portugueses”, lamentou.
O
primeiro contacto com a “Tmall” aconteceu durante a edição de 2024 do “FHC
Shanghai Global Food Trade Show”. A “PortugalFoods” voltará a participar nesta
feira, entre 12 e 14 de Novembro, para “percepcionar melhor o potencial que
existe para criar parcerias” para encontrar futuros compradores, referiu a
directora executiva.
A
China “é um mercado com um potencial brutal, mas que deve ser trabalhado de
forma faseada e por regiões”, disse Silva, apontando o sul da China como
prioridade.
Segundo
a “PortugalFoods”, as exportações agro-alimentares portuguesas atingiram 10 mil
milhões de euros em 2024, um crescimento anual de 8,5%. A associação antecipa
novo crescimento em 2025, embora mais modesto.
Empresa de Fafe quer exportar pudins para a China
Por
sua vez, uma empresa de Fafe está a investir em robots para conseguir produzir,
por ano, um milhão de pudins inspirados no pudim abade de priscos e começar a
exportar para a China. O criador do Pudim da TV,
Paulo Fernandes, anunciou que, até ao final do ano, a fábrica da empresa no
distrito de Braga terá quatro robots a operar, atingindo assim a capacidade
para produzir um milhão de pudins por ano.
A
unidade fabril, criada há dois anos e meio, já fornece sobremesas a mais de 400
restaurantes em Portugal e exporta para nove países na Europa e América do Sul,
disse Fernandes no segundo dia da C-PLPEX, que está a decorrer em simultâneo
com a 30ª Feira Internacional de Macau.
Fernandes
trouxe o Pudim da TV ao território “acima de tudo para tentar perceber como é
que é o palato daqui dos chineses, se o pudim é bem aceite ou se nós temos que
fazer alguma afinação ao sabor”.
A
empresa, cujo volume de negócios atinge “umas centenas de milhares de euros”,
pretende também “arranjar parceiros” para fazer a distribuição do pudim e
repetir “o crescimento exponencial” do pastel de nata no estrangeiro.
Paulo
Fernandes disse estar a analisar a possibilidade de aderir a um programa do
Governo de Macau, que irá entrar em vigor em Novembro, para ajudar empresas
estrangeiras a internacionalizar-se a partir da RAEM. O chef revelou que tinha
reuniões marcadas com potenciais parceiros. Dependendo do interesse, Macau pode
ser a “porta de entrada” do Pudim da TV para mercados como Hong Kong e a China
continental. In “Jornal Tribuna de Macau” – Macau com “Lusa”
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