Bissau – O escritor guineense Manuel da Costa vai lançar na próxima sexta-feira (24), a sua nova obra literária, intitulada Clemência de Pau-de-Sangui, de 260 páginas.
Em
entrevista exclusiva à Agência de Notícias da Guiné (ANG), o escritor Manuel da
Costa explicou que o título do seu mais recente livro “Clemência de
Pau-de-Sangui”, chama a atenção sobre os “abusivos cortes de madeiras”
registados durante o período do Governo de transição 2012/14.
“Penso
que foi o ano em que a sociedade guineense testemunhou triste cenário de
destruição das matas nacionais, com abusivos cortes ilegais de madeiras,
originando assim a extinção de várias espécies, Pau de Sangue, por exemplo, uma
das árvores de extrema importância, que oferece boa qualidade de madeira”,
disse.
Manuel
da Costa considera que essa prática terá contribuído para as alterações
climáticas no país, com reflexo nas chuvas, aumento da temperatura e outras
consequências.
Manuel
da Costa já tem nove obras literárias lançadas na banca, nomeadamente, Lembrança,
Os Caminhos da Morte, Caça ao Fugitivo.
“Para
escrever a minha última obra tive apoio de Observatório Guineense de Droga e Toxicodependência”,
revelou da Costa que diz que o sector da literatura na Guiné-Bissau está num
bom caminho, uma vez que os escritores guineenses, estão constantemente a
trabalhar, lançando diferentes obras no mercado.
Lamentou
entretanto a falta de apoio aos escritores por parte de sucessivos Governos.
“A
maioria dos livros lançados no país, deve-se ao esforço do autor, ou de apoios
singulares de empresas ou pessoas de boa vontade, mas não do Governo”, disse.
Manuel
da Costa criticou que o Estado da Guiné-Bissau nunca promove eventos culturais
para premiar escritores ou músicos, tal como acontece em alguns países.
“Os escritores, os músicos merecem ser
motivados com prémios, para se sentiram honrados e dignificados pelos trabalhos
feitos”, afirmou.
Sobre
o poder de compra de livros, o escritor o considera de fraco, e diz que é por
isso que as produções de exemplares são reduzidas.
“Estou
a trabalhar com o grupo Amantes da Literatura, andamos de escolas em escolas,
para partilhar com os alunos o nosso conhecimento no setor da literatura, desde
poesias à escrita, e entendemos que é muito bom fazer isso. Era suposto ser o
Governo a ter esta iniciativa, através do Ministério de Educação, mas não foi o
caso,” disse Manual da Costa. In “Agência de Notícias da Guiné” – Guiné-Bissau
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