Vamos
aprender português, cantando
Eu vou embora, vou deixar
a minha terra.
Vou à procura de um lugar
para morar.
Levo na mala este sonho
que me espera,
e a saudade pronta para me
apertar.
Lá na cidade ainda ninguém
sabe o meu nome,
mas sei de cor o que me
faz caminhar.
Há tanta gente sem saber
pra onde corre,
todos perdidos a tentar
respirar.
Eu fui arrancado das
raízes lá da terra,
pois o meu sonho não tem
espaço lá no lar.
Pouco vagar pra filas de
muita espera...
Ai, e o tempo vai.
Eu trabalho cedo, volto
tarde e calado.
Forço o sorriso só pra não
me veres chorar.
Levo no bolso um retrato
amarrotado,
no coração, a vontade de
voltar.
Já me disseram que ser do
sul não me ajuda,
só me chamavam por
cortesia.
Mas sou teimoso e não
largo a minha luta,
vim pra provar que sonhar
não é fantasia.
Eu fui arrancado das
raízes lá da terra,
pois o meu sonho não tem
espaço lá no lar.
Pouco vagar pra filas de
muita espera...
Eu fui arrancado das
raízes lá da terra,
pois o meu sonho não tem
espaço lá no lar.
Pouco vagar pra filas de
muita espera...
Ai, e o tempo vai.
Não me contento com
migalhas,
trabalho árduo pra ver o
sol raiar.
Mesmo com a alma em
remendos,
eu sei que um dia vou lá
chegar.
Não sou homem de me
queixar,
um passo à frente ou dois
atrás.
Se falhar, que seja a
tentar.
Vais ver, avô, que sou
capaz.
Eu fui arrancado das
raízes lá da terra,
pois o meu sonho não tem
espaço lá no lar.
Pouco vagar pra filas de
muita espera...
Eu fui arrancado das
raízes lá da terra,
pois o meu sonho não tem
espaço lá no lar.
Pouco vagar pra filas de
muita espera...
Ai, e o tempo vai.
Deixei no sul a minha mãe,
para o sonho não ficar
aquém.
Edmundo Inácio - Portugal
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