O
português e o espanhol são línguas globais atualmente faladas por 850 milhões
de pessoas no mundo. Estima-se que em 2050, serão 754 milhões de falantes de
espanhol e 390 milhões de português.
Mas,
para que o espanhol e o português continuem a estar entre as línguas com maior
expressão mundial, os países ibero-americanos precisam assumir um compromisso
de investir em educação e na inclusão digital.
O
alerta foi feito no passado dia 16 de fevereiro pela diretora geral de
Bilinguismo e Difusão da Língua Portuguesa da Secretaria geral da Organização
de Estados Ibero-Americanos, Ana Paula Laborinho, durante o lançamento do sítio
“Línguas em Números”, na 2ª Conferência
Internacional das Línguas Portuguesa e Espanhola (CILPE 2022), desenvolvido em
Brasília do 16 a 18 de fevereiro e de forma virtual no Youtube.
O
sítio traça um ranking de como as duas línguas estão distribuídas pelo mundo
levando em consideração, não apenas o número de pessoas que falam os idiomas,
mas também fatores considerados mais relevantes no mundo atual, como: a
presença dos idiomas na internet, redes sociais, etc., o número de artigos
científicos e produção cultural, e até a quantidade de recursos naturais de
cada país.
Dados
do Instituto Elcano apontam a evolução da quantidade de publicações científicas
no WOS, desenvolvidas em países latino americanos.
Segundo
o levantamento, as línguas mais usadas em pesquisas são Inglês — com mais de 153
mil estudos assinados; seguido do Espanhol, com 17 mil estudos; e Português —
que tem pouco mais de 11 mil. Porém, diante da forte transformação digital no
planeta, acelerada pelas mudanças promovidas pela pandemia, será necessário um
esforço conjunto, para que esses idiomas continuem a ser globais.
“Ainda
temos muito caminho a percorrer porque se não estivermos fortes na tecnologia,
na inovação e ciência, se não implementarmos os pilares da CPLP, se não
tivermos essa presença digital, mais qualificação nos cidadãos dessas línguas,
podemos ter um grande número de falantes, mas não conseguiremos ser uma língua
global”, alerta a diretora da OEI.
Com
relação a recursos naturais, Laborinho explica que a quantidade de reservas de
água doce, energias renováveis, por exemplo, são fatores fundamentais que
sempre estiveram presentes e que serão ainda mais fortes no futuro. “Já está
comprovada a relação direta entre as rotas comerciais e as rotas das línguas”,
explica.
O
sítio “Línguas em Números” apresenta o inglês, espanhol e português como as
três línguas mais relevantes neste sentido. O sítio também mapeia quais são as
línguas mais utilizadas na web: o espanhol está em 3º, e, o português, em 5º.
“O
ensino de português está crescendo na China por causa do interesse deles nos
recursos naturais de países da África, então, essa relação com a geopolítica,
com a geoestratégia e com a economia são fatores muito fortes. Curiosamente, as
empresas que melhor entendem essa questão, são as que mais se desenvolvem”,
comenta.
“Quando
juntamos português e espanhol, que são línguas em locais com problemas e
desafios semelhantes, nós ganhamos força e essa força se reproduz na
importância que esses países podem ter e se reflete diretamente nos cidadãos
dessas comunidades linguísticas”, explica Laborinho.
A
Organização de Estados Ibero-Americanos para Educação, Ciência e Cultura (OEI)
é a primeira organização de cooperação intergovernamental na região
Ibero-Americana. Desde 1949, vem trabalhando para promover a cooperação em seus
três campos de ação. Atualmente, a OEI tem 23 Estados-membros e 18 escritórios
nacionais, além de sua Secretaria Geral em Madrid. In “Mundo
Lusíada” - Brasil
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