A tradicional freguesia de Santos-o-Velho tornou-se a área favorita de expatriados das Américas à Ásia que decidiram fixar residência na capital portuguesa. No Dia Internacional da Língua Materna, conheça mais sobre os vários idiomas falados no bairro. A Unesco destaca que a diversidade linguística é importante para promover a tolerância
Largo da Esperança, Lisboa - ONU News/Leda Letra |
O
Dia Internacional da Língua Materna foi celebrado nesta segunda-feira, 21 de
fevereiro, com a Unesco a destacar a importância da diversidade cultural e
linguística para sociedades sustentáveis. Segundo a agência da ONU, preservar
as diferenças entre idiomas ajuda a promover a tolerância e o respeito ao
próximo.
Esta
mistura de culturas e de línguas é rotina para quem mora na freguesia de
Santos-o-Velho, em Lisboa, bairro onde nasceu o secretário-geral das Nações
Unidas, António Guterres. Mas muita coisa mudou de lá para cá. Lurdes Pereira,
67 anos, diz que o local onde ela também nasceu tinha até uma linguagem
própria.
Crioulo de Cabo Verde
“Está
muito diferente. Antigamente diziam-se calões, mas eram calões engraçados: é
fixe, está tudo destrambalhado...essas coisas assim. Pronto, antigamente era de
outra maneira.”
Se
atualmente o bairro lisboeta de Santos é casa para expatriados que vieram das
Américas à Ásia, houve uma época em que a comunidade de Cabo Verde era maioria.
Alice Barros, natural da Ilha do Maio, mudou-se para Portugal em 2003 e foi
morar na freguesia. Apesar de ser também de um país lusófono, ela conta que
quando fala crioulo se sente mesmo em casa.
“Eu
disse que eu gosto mais de falar a língua crioula porquê é a língua da minha
mãe e do meu pai e lá em casa eu falo mais crioulo com os meus filhos.”
Italiano, francês, inglês, russo...
A
Unesco ressalta que as sociedades multiculturais existem exatamente por meio das
suas línguas. Quem anda pelas ruas de Santos-o-Velho escuta, além das variantes
da língua portuguesa, diversos idiomas, o que faz com que este seja um dos
bairros mais vibrantes de Lisboa.
Italiano,
francês, russo, bengali, lituano, inglês, espanhol: apenas alguns dos idiomas
falados neste bairro. Apesar da migração impulsionar a diversidade cultural e
linguística, muitos expatriados que moram em Lisboa estão se a empenhar em
aprender português, como observa a empreendedora Elisabeth Agostinho.
“O
português é importante e até mesmo os estrangeiros já tentam falar em português
porquê tentam comunicar de uma forma mais nativa, para se aproximarem mais do
país onde estão e para saberem mais do país onde estão.”
Em
2022, o Dia Internacional da Língua Materna foca no uso das tecnologias para o
aprendizado multilinguístico e os desafios e oportunidades do ensino a
distância. Segundo a Unesco, a tecnologia é essencial, por exemplo, para a
gravação de alguns dialetos que existem apenas na forma oral e importante para
a preservação dos idiomas. ONU News – Nações Unidas
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