Goiânia – Uma empresa só deve
levar em conta os lucros que pode obter? Se essa preocupação valeu muito até há
algum tempo, a partir de agora, não há mais como continuar a apostar só nessa
trajetória porque a riqueza não haverá de valer muito em um mundo conflagrado.
É preciso que, a par dos lucros que tornam viável a existência da empresa,
exista também a responsabilidade de se criar um mundo sustentável em que todos
tenham a possibilidade de usufruir de uma vida saudável.
A rigor, essa preocupação é o
que está por trás da sigla em inglês ESG (Environmental Social and
Governance), que tem sido veiculada em cursos dirigidos a executivos de
empresas, especialmente depois da situação de conflagração em que o planeta
passou a viver com a pandemia de coronavírus (covid-19), a ponto de muitos
investidores terem aumentado sobremaneira seus investimentos nas chamadas
empresas ESG, que se preocupam com questões ligadas à responsabilidade social.
O caminho para uma empresa se
tornar ESG é bastante simples. E pode começar pela utilização de incentivos
fiscais, que constituem uma opção segura e transparente, que sequer gera custos
extras. Valendo-se das leis de incentivos fiscais, no âmbito federal, estadual
e, em alguns casos, até municipal, a iniciativa privada pode investir em projetos
socioculturais sem grandes custos.
Mas, afinal, que significa
ESG? Em português, significa governança
ambiental e social, pois qualifica uma política empresarial que é, geralmente,
usada para medir as práticas ambientais e sociais de uma empresa. Ou seja, o
conceito ESG pode ser usado para dizer quanto um negócio vale quando busca
formas de minimizar seus impactos no meio ambiente, procura construir um mundo
mais justo e responsável para as pessoas em seu entorno e trata de manter os
melhores processos administrativos.
Além de se valer dos
incentivos fiscais, as empresas podem se utilizar do conceito ESG para fazer
investimentos com critérios de sustentabilidade. Já os investidores, em vez de
analisar apenas índices financeiros, começam a observar fatores ambientais,
sociais e de governança de uma companhia. Isso significa que é cada vez mais
premente que as empresas se ajustem a esse novo conceito de se fazer negócios.
Historicamente, a sigla ESG
surgiu num relatório de 2004 intitulado Who Cares Wins, ou seja, “Ganha
quem se importa”, em tradução livre, resultado de uma iniciativa liderada pela
Organização das Nações Unidas (ONU). Na época, 20 instituições financeiras de
nove países diferentes, inclusive o Brasil, reuniram-se para estabelecer
diretrizes e recomendações sobre como incluir questões ambientais, sociais e de
governança na gestão de ativos, serviços de corretagem de títulos e pesquisas
relacionadas ao tema.
Hoje, já é possível investir
em empresas ESG por meio de fundos que priorizam ações sustentáveis ou através
de investimentos em renda fixa. Ou ainda em títulos que procuram atrair capital
para projetos que levam em conta impactos socioambientais positivos. Em outras
palavras: a partir do conceito ESG, é possível se fazer negócios que promovam resultados
que ajudem a construir um planeta mais saudável para todos. Ivone Silva -
Brasil
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