O Governo timorense aprovou ontem uma resolução para a elaboração, até ao final do ano, do plano de urbanização da capital, Díli, cidade que nos últimos anos tem visto uma expansão significativa da população
Apresentada
pelo vice-primeiro-ministro e ministro do Plano e Ordenamento, José Maria dos
Reis, a resolução refere que o plano “define o conjunto de regras que
disciplinam e orientam o uso, ocupação e transformação do solo urbano da
cidade”. Traduz ainda, segundo um comunicado do Governo, “os objectivos,
princípios e estratégias assumidos pelo Estado, de melhorar a qualidade do
espaço urbano e promover o desenvolvimento das funções e atividades urbanas”.
A
resolução determina a criação de uma comissão consultiva, composta por
diretores-gerais dos departamentos governamentais “com relevância para a
ocupação e uso do território”, e que será responsável pelo acompanhamento dos
trabalhos de elaboração do plano. A comissão terá que apresentar um parecer
sobre “a adequação e a conveniência das soluções propostas no plano”.
O
aumento da população de Díli tem vindo a colocar maior pressão nos recursos da
capital, tanto habitacionais como no que se refere às demais infraestruturas
urbanas.
Vias
de comunicação, drenagem, sistemas de eletricidade, água e esgotos, ocupação
ilegal de terrenos, construção ilegal de casas, incluindo em zonas perigosas e
regularmente afetadas por cheias, são alguns dos vários problemas da cidade.
Gestão do lixo e respostas às alterações climáticas, gestão de ribeiras e de
zonas de escoamento de água e a ligação às várias zonas do país são outros
elementos cruciais na capital.
A
resolução, a que a Lusa teve acesso, recorda que o plano de urbanização da
cidade “tem vindo a ser elaborado e actualizado há alguns anos”, continuando,
porém, sem ser aprovado.
O
trabalho, a realizar em conjunto por várias entidades, envolve “valências
multissetoriais (…) para ultrapassar os diversos desafios existentes,
nomeadamente o aumento constante da população, a ocupação desordenada do espaço
urbano, a degradação e subdimensionamento de infraestruturas e equipamentos
urbanos, a poluição e os problemas que resultaram das intempéries recentes”.
Timor-Leste
foi atingido em Abril de 2021 por cheias, provocadas pelo ciclone tropical
Seroja, que afetaram dezenas de milhares de pessoas e causaram 44 mortos e
danos no valor de mais de 420 milhões de dólares, segundo o Banco Mundial. A
resolução nota que o plano de uso de solo poderá vir a abranger áreas fora do
Município de Dili, incluindo áreas do Município de Liquiçá, no Posto
Administrativo de Bazartete.
Entre
os elementos a considerar contam-se “áreas afetas à defesa nacional, segurança
e proteção civil (…), o património arquitetónico, histórico, cultural e
religioso (…), redes de transportes, de infraestruturas e de equipamentos
coletivos (…), habitação e a localização e a distribuição das atividades
económicas”. “O prazo de elaboração do Plano de Urbanização de Dili é de 10
meses”, refere o texto. In “Ponto Final” – Macau com “Lusa”
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