O título da coluna desta semana vai entre vírgulas porque, ainda que seja uma afirmação reiteradamente sustida pelos galeguistas, é aqui uma frase de Ramón Otero Pedrayo num dos seus ensaios: Morte e Resurrección (Ourense 1932); onde fala do galego como um povo em caminho desde a sua origem céltica, na que “callou o principio da nebulosa maternal de Galiza”. Um caminho no qual “a Galiza xoga a morrer e a viver”, e no que “o galeguismo quer decir a integridade do ser e da alma galega”; salientavelmente na língua galega. Galeguismo quer dizer reconhecimento dos valores galegos, reconhecimento de Galiza como povo de seu, com a sua identidade própria.
Nesses
valores, para Otero a língua é o primeiro. O seu abandono é um “estado de
suicidio, de renunciamento, de parva imitanza”; mas a ele, infelizmente,
“figuran aspirar moitos que se gaban de galegos e de bos galegos”. Um parágrafo
cara ao remate do ensaio resulta definitório da conceção
galeguista-nacionalista de Don Ramón (sublinhado seu):
“A
língua o primeiro. A língua, forma psicolóxica da raza, tem de ser a
primeira obligación de todos. Pois co uso e cultivo cotidián chegaráse
axiña ao punto de unanimidade mínimo para que a galeguidade seña a fórmula
completa das arelas de todos os galegos. Ao caír a língua cai tamén a vida
galega… Podemos asegurar ser mellor unha Galiza probe falando galego que
unha Galiza rica usando outra língua… Ainda que a realidade nos enseña que
para ser ricos e fortes, non hai outro camiño que o de ser cada dia máis
xurdiamente galegos, dando ao concepto de galeguidade as notas da humanidade
superior que lle son propias por naturaleza”.
E
ainda engade umas palavras particularmente caras: “Para o noso galeguismo a
historia é sempre vital e moza, e por selo debe rectificar o feito doroso do
arredamento de Portugal. Os mellores espritos portugueses e galegos son cidadáns
da integridade da Galiza… A língua debe voltar a ser a mesma para
fortalecemento do seu ser trascendental… O grande optimismo da galeguidade
abrangue as esencias criadoras de Portugal”. Victorino Prieto – Galiza in “Portal
Galego da Língua” com “Nós Diario”
Victorino Pérez Prieto - (Hospital de Órbigo-León, 1954) é professor de universidade
reformado, escritor, teólogo e pensador. Especialista em temas de cultura
galega; em particular na Geraçom "Nós" e Prisciliano. Também em
Raimon Panikkar, sobre quem fez as Teses de Doutoramento em Filosofia (USC) e
Teologia (UPSA). Colaborador habitual em jornais (atualmente em Nós Diario) e
revistas galegas (Encrucillada, Grial, A Nosa Terra...) e internacionais
(Iglesia viva, Dialogal, Theologica Xaveriana, CIRPIT review, Complessitá...).
Publicou mais de vinte livros individuais (A geraçom "Nós", Do teu
verdor cinguido, Contra a síndrome N.N.A.Unha aposta pola esperanza, Más allá
de la fragmentación de la teología el saber y la vida. Raimon Panikkar,
Prisciliano na cultura galega, Prisciliano. Um cristâo livre, La búsqueda de la
armonía en la diversidad...). E mais de cinquenta em colaboraçom (Diccionario
Enciclopedia do Pensamento Galego, O Pensamento Luso-Galaico-Brasileiro
1850-2000, Galegos Universais...).
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