A constituição do novo Conselho Consultivo para o Desenvolvimento Cultural foi anunciada na sexta-feira passada e conta com a participação do arquitecto e do dramaturgo macaenses Carlos Marreiros e Miguel de Senna Fernandes
O
arquitecto Carlos Marreiros e o advogado Miguel de Senna Fernandes foram
nomeados membros do novo Conselho Consultivo para o Desenvolvimento Cultural,
de acordo com um despacho publicado pelo Boletim Oficial. Ambos foram escolhidos
como parte dos 14 “profissionais, académicos e personalidades da sociedade” que
integram a comissão.
Para
Senna Fernandes, que além de advogado é dramaturgo e membro fundador do grupo
Doci Papiaçám di Macau, o convite foi uma surpresa. “É uma honra ter recebido
este convite e espero poder contribuir para que o conselho alcance plenamente
os seus objectivos”, afirmou Miguel de Senna Fernandes, ao HM.
Com
um percurso no panorama cultural local, o filho do escritor Henrique de Senna
Fernandes acredita que a promoção do multiculturalismo local tenha sido uma das
razões para o convite. “Se virmos as iniciativas que o Governo utiliza para
promover Macau no mundo, como acontece com vários vídeos, há sempre uma faceta
muito vincada da multiculturalidade. É isso que nos distingue”, infirmou. “Se
esse tiver sido um dos aspectos para o convite, assim como o trabalho dos Doci
Papiaçám di Macau, então fico ainda mais feliz, porque a multiculturalidade é o
traço mais marcante de Macau, sem prejuízos de outros valores também
importantes”, acrescentou. “O patuá representa a multiculturalidade em Macau,
que é um dos aspectos mais fortes do território”, vincou.
Quanto
às expectativas para os trabalhos no conselho, Miguel de Senna Fernandes
defendeu que é necessário esperar pelas primeiras reunião, para perceber melhor
o funcionamento.
Formar os mais jovens
Por
sua vez, o arquitecto Carlos Marreiros considerou que a nomeação vai servir
para fazer a transição para uma geração mais jovem. “Mesmo que a minha idade
avance tenho de contribuir para a minha terra. Quando sou nomeado para qualquer
cargo, levo as coisas a sério e dou o melhor de mim”, começou por prometer o
arquitecto e pintor. “Não quero ficar nestes lugares muito tempo, porque não
quero ficar muito tempo na mesma cadeira. Sinto necessidade de preparar os
jovens. Aceito o convite de peito aberto, e tentarei dar o meu melhor para que
tudo isso possa desenvolver melhor a cultura”, acrescentou.
Na
vertente do ensinamento dos jovens, Carlos Marreiros recordou um percurso em
conselhos consultivos que começou em 1983, principalmente virado para área do
património cultural, arquitectura e indústrias criativas, e sublinhou a
necessidade da cultura ser dinâmica e próxima da população.
O
Conselho Consultivo para o Desenvolvimento Cultural foi criado no ano passado e
tem como objectivo definir a “política geral de desenvolvimento cultural do
Governo e a articulação com as políticas públicas”
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