O
presidente executivo (CEO) da Galp, Andy Brown, disse que os investimentos no
Brasil prevêem o aumento da produção de petróleo, com novas unidades, e que a
empresa quer ganhar posição no mercado de gás natural do país.
“O
Brasil é um país enorme em termos de recursos, por isso os nossos
investimentos, primeiramente, serão no aumento da nossa produção de petróleo”,
disse Andy Brown aos jornalistas, numa conferência de imprensa, na sede da
Galp, em Lisboa, com o ministro das Minas e Energia do Brasil, Bento
Albuquerque, após uma visita à empresa.
Adicionalmente,
o CEO da empresa portuguesa, explicou, em inglês, que, além do projeto do campo
de petróleo em Bacalhau, que está em construção, o plano de desenvolvimento da
Galp prevê “novas unidades de produção”.
“Além
disso, claramente nós queremos ganhar posição no mercado de gás, tanto na
distribuição de gás das nossas próprias fontes, mas também de outros
produtores, particularmente no pré-sal [grande reserva de petróleo e de gás
natural encontrada em águas profundas], acrescentou o responsável da
energética.
Questionado
pelos jornalistas sobre o desinvestimento em petróleo, que foi anunciado pela
Galp em 2021, Andy Brown explicou que o plano da empresa é deixar de furar o
solo à procura de petróleo, uma vez que as reservas já descobertas garantem 50
anos de abastecimento, ao ritmo atual de produção.
A
Galp anunciou, no início de novembro do ano passado, a intenção de terminar a
atividade de prospecção e pesquisa de novos campos de petróleo e gás a partir
do início de 2022, reiterando que, até 2030, tem como objetivo reduzir as emissões
absolutas das operações em 40%.
Quanto
às energias renováveis, Andy Brown garantiu que os previstos 600 megawatts (MW)
no Brasil “é só o início”, uma vez que a empresa está a olhar para uma
“plataforma mais alargada de oportunidades” em vários locais do país,
concretamente energia solar e eólica, bem como “oportunidades de criar soluções
híbridas com as duas”.
“O
Brasil é um país muito atrativo para hidrogénio competitivo, o que não quer
dizer que tenhamos, hoje, planos firmes nesse sentido, mas é uma área que vamos
considerar no seu devido tempo”, sublinhou o CEO da Galp.
O
ministro brasileiro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, referiu, na mesma
conferência de imprensa, que a geração de energia solar e eólica no Brasil já
representa 20% da capacidade instalada na matriz elétrica, estimando-se que
cresça para próximo de 50% nos próximos 10 anos.
“Isso
é fundamental para a transição energética, mas também para o desenvolvimento de
tecnologias paralelas às renováveis, como o hidrogénio”, apontou o ministro de
Bolsonaro. In “Mundo Lusíada” – Brasil com “Lusa”
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