Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Timor-Leste – Centenas de tecelãs da Rede Soru Na’in de Oé-cusse contribuem para a economia doméstica

Díli – A Rede Soru Na’in afeta ao Enclave de Oé-cusse, composta por 440 mulheres tecelãs, tem contribuído ativamente para a economia doméstica através da venda do Tais, o tecido tradicional nacional.

Graças ao contributo da associação, as mulheres tecelãs tencionam não deixar o trabalho em prol do sustento da família e do futuro dos seus filhos.

“Vendemos cada tecido por um preço que pode rondar os 50 e os 100 dólares americanos consoante o tipo e o tamanho. O lucro obtido destina-se ao pagamento das propinas dos filhos de cada família”, afirmou Joana Bobatana, a Vice-Presidente do grupo, à Tatoli, no Timor Plaza, em Díli.

Os Tais são postos à venda em locais distintos, tais como no Hotel Timor, Aeroporto Internacional Nicolau Lobato, em exposições levadas a cabo pela Fundação Alola, além da venda online.

Segundo a vice-presidente, o grupo afeto à Rede Soru Na’in tem recebido inúmeras encomendas de variados tipos de Tais. A isto se deve ao facto de a maioria dos funcionários da RAEOA ser obrigada a usar o tecido tradicional como uniforme oficial uma vez por semana.

Joana Bobatana, jovem que aprendeu a técnica de tecelagem desde tenra idade, lamenta, no entanto, a escassez da matéria-prima para a produção do tecido tradicional, circunstância que tem levado a organização a adquirí-la fora de portas, nomeadamente em Kupang, Timor Ocidental.

Joana Bobatana congratulou-se ainda com a classificação do Tais como Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO, facto que responsabiliza o país a valorizar e preservar este tão importante elemento da cultura timorense.

Com o intuito de garantir a qualidade na produção do Tais, as tecelãs têm participado ativamente em ações de formação promovidas pelas organizações não governamentais da Fundação Alola e Timor Aid.

Entre as diversas temáticas abordadas nas formações, destacam-se a gestão na venda do produto e a sua diversificação.

Maria Tapo, uma tecelã de Oé-Cusse, contou que começou a produzir o tecido em 2006 e desde então nunca mais parou. É graças ao seu empenho e trabalho que tem conseguido garantir o sustento da sua família, constituída por seis elementos.

De acordo com Maria Tapo, o facto de ter frequentado várias formações sobre variados temas, permitiu-lhe adquirir novas ferramentas sobre diferentes modelos de produção e gestão de negócio do Tais.

“Agradeço à Rede por me ter dado esta oportunidade e me ajudar a sustentar a minha família, possibilitando pagar as propinas dos meus filhos”, afirmou hoje a Tatoli, via telefone.

Questionado sobre o preço praticado na venda dos Tais, a tecelã referiu que o preço oscila entre os 20 dólares e os 120 dólares americanos, dando como exemplo os tais mane e feto que custam 85 e 120 dólares, respetivamente.

Manuela Coreia, gerente da loja de tais localizada no Hotel Timor, disse, por sua vez, que os maiores compradores deste artigo são oriundos de instituições do Estado, agências internacionais, além de cidadãos estrangeiros.

Segundo a gerente, o grupo Rede Soru Na’in conta com a colaboração de tecelãs com uma vasta experiência. “É um grupo notável e empenhado que responde a todos os pedidos dos clientes”. Jesuína Xavier – Timor-Leste in “Tatoli”

 

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