Díli
– A Rede Soru Na’in afeta ao Enclave de Oé-cusse, composta por 440
mulheres tecelãs, tem contribuído ativamente para a economia doméstica através
da venda do Tais, o tecido tradicional nacional.
Graças
ao contributo da associação, as mulheres tecelãs tencionam não deixar o
trabalho em prol do sustento da família e do futuro dos seus filhos.
“Vendemos
cada tecido por um preço que pode rondar os 50 e os 100 dólares americanos
consoante o tipo e o tamanho. O lucro obtido destina-se ao pagamento das
propinas dos filhos de cada família”, afirmou Joana Bobatana, a Vice-Presidente
do grupo, à Tatoli, no Timor Plaza, em Díli.
Os
Tais são postos à venda em locais distintos, tais como no Hotel Timor,
Aeroporto Internacional Nicolau Lobato, em exposições levadas a cabo pela
Fundação Alola, além da venda online.
Segundo
a vice-presidente, o grupo afeto à Rede Soru Na’in tem recebido inúmeras
encomendas de variados tipos de Tais. A isto se deve ao facto de a
maioria dos funcionários da RAEOA ser obrigada a usar o tecido tradicional como
uniforme oficial uma vez por semana.
Joana
Bobatana, jovem que aprendeu a técnica de tecelagem desde tenra idade, lamenta,
no entanto, a escassez da matéria-prima para a produção do tecido tradicional,
circunstância que tem levado a organização a adquirí-la fora de portas,
nomeadamente em Kupang, Timor Ocidental.
Joana
Bobatana congratulou-se ainda com a classificação do Tais como
Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO, facto que responsabiliza o país
a valorizar e preservar este tão importante elemento da cultura timorense.
Com
o intuito de garantir a qualidade na produção do Tais, as tecelãs têm
participado ativamente em ações de formação promovidas pelas organizações não
governamentais da Fundação Alola e Timor Aid.
Entre as diversas
temáticas abordadas nas formações, destacam-se a gestão na venda do produto e a
sua diversificação.
Maria
Tapo, uma tecelã de Oé-Cusse, contou que começou a produzir o tecido em 2006 e
desde então nunca mais parou. É graças ao seu empenho e trabalho que tem
conseguido garantir o sustento da sua família, constituída por seis elementos.
De
acordo com Maria Tapo, o facto de ter frequentado várias formações sobre
variados temas, permitiu-lhe adquirir novas ferramentas sobre diferentes
modelos de produção e gestão de negócio do Tais.
“Agradeço
à Rede por me ter dado esta oportunidade e me ajudar a sustentar a minha
família, possibilitando pagar as propinas dos meus filhos”, afirmou hoje a
Tatoli, via telefone.
Questionado
sobre o preço praticado na venda dos Tais, a tecelã referiu que o preço
oscila entre os 20 dólares e os 120 dólares americanos, dando como exemplo os tais
mane e feto que custam 85 e 120 dólares, respetivamente.
Manuela
Coreia, gerente da loja de tais localizada no Hotel Timor, disse, por
sua vez, que os maiores compradores deste artigo são oriundos de instituições
do Estado, agências internacionais, além de cidadãos estrangeiros.
Segundo
a gerente, o grupo Rede Soru Na’in conta com a colaboração de tecelãs
com uma vasta experiência. “É um grupo notável e empenhado que responde a todos
os pedidos dos clientes”. Jesuína Xavier – Timor-Leste in “Tatoli”
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