Os resultados operacionais da sucursal de Hengqin do BNU atingiram em 2021 o nível mais elevado desde a sua abertura há cinco anos. Num ano em que o seu lucro total cresceu 6,4%, o BNU voltou a destacar-se na área dos negócios internacionais do grupo Caixa Geral de Depósitos
Em
2021, a actividade do Banco Nacional Ultramarino (BNU) na Ilha da Montanha
voltou a “apresentar sinais positivos” quanto à participação da instituição no
processo da “diversificação económica” de Macau. Os resultados operacionais em
Hengqin atingiram um “recorde desde a sua abertura em 2017, e espera-se que
continue com um bom ritmo de crescimento impulsionado pela recente criação da
Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau”, referiu o banco, sem especificar
números.
Formalmente
inaugurada a 18 de Janeiro de 2017, a sucursal de Hengqin começou a funcionar
em pleno no final desse ano com o objectivo de apoiar o desenvolvimento e o
investimento das empresas e residentes de Macau no Continente chinês, bem como
promover os laços comerciais entre a República Popular da China e os países de
língua portuguesa, onde o grupo Caixa Geral de Depósitos (CGD) possui forte
presença. Seguindo a missão inicialmente definida, essa agência “envolve-se
activamente com promotores imobiliários em Hengqin e empresários de Macau”, por
forma a apoiar os residentes da RAEM em aquisições de imóveis e no
financiamento de projectos na Ilha da Montanha, bem como concedendo crédito
para fundo de maneio a empresas do território.
Como
já tinha sido divulgado, em termos gerais, o resultado líquido consolidado não
auditado do BNU ascendeu a 447,4 milhões de patacas em 2021, mais 6,4% ou 27,1
milhões do que em 2020. Porém, devido ao impacto da situação pandémica, os
lucros foram inferiores em 29,5% ou 187 milhões aos apurados em 2019.
Em
comunicado, o banco realçou que o resultado de 2021 continuou a reflectir o
efeito da descida das taxas de juro, tendo a margem financeira sofrido um
decréscimo anual de 112,5 milhões de patacas (-14%). Essa quebra foi
“parcialmente compensada” pelo aumento de outros proveitos core, que cresceram
35,4 milhões (+23%), incluindo um acréscimo de 17,9 milhões (+14,7%) nas
comissões líquidas.
Por
sua vez as provisões líquidas reportadas tiveram uma variação favorável de 1,2
milhões de patacas, contrariando uma perda de 86,3 milhões em 2020, o que
reflecte “uma melhoria das perspectivas económicas”. Segundo o BNU, não foi
necessário a realização de provisões especificas não recorrentes, como
aconteceu em 2020 devido ao “desfavorável desenvolvimento de certas exposições
creditícias”.
Apesar
do ano também ter sido marcado por um controlo mais rigoroso dos custos
operacionais, que caíram 3% face a 2020, o banco garante que continua a
“investir em tecnologia e inovação como forma de melhor servir os seus clientes
e aumentar níveis de eficiência”.
O
BNU sublinhou ainda que mantém “um elevado rácio de solvabilidade de 21,65%,
muito acima do requisito regulamentar de 8% e níveis de liquidez muito
elevados”.
No
ano passado, o BNU também voltou a sobressair na área de negócios
internacionais do grupo CGD. Segundo o grupo bancário português, os principais
contributos para o resultado da actividade internacional derivaram do BNU Macau
(47,9 milhões de euros), BCI Moçambique (34,9 milhões de euros), e Banco Caixa
Geral de Angola (22,6 milhões de euros). Em geral, o produto global da
actividade internacional aumentou 8,2% face a 2020, sendo de salientar a variação
positiva na margem financeira (+8,0%).
A
Caixa Geral de Depósitos teve lucros totais de 583 milhões de euros em 2021,
mais 18,7% do que em 2020.
Banco encara 2022 com prudência
O
BNU espera alcançar lucros de 500 milhões de patacas este ano, porém, “ainda
são previsões bastante prudentes”, disse o presidente da comissão executiva do
banco à Rádio Macau. “Há alguns sinais positivos que podem fazer com que a
economia mexa, como o lançamento do concurso para as novas licenças de jogo,
mas ainda há poucos sinais de abertura neste lado. Se não houver muitos
turistas, a economia não vai recuperar”, observou Carlos Cid Álvares,
acrescentando que o período de taxas de juro muito baixas também “não costuma
ser fantástico para os bancos apresentarem bons resultados”. No fundo, o BNU
está “razoavelmente satisfeito”, mas gostaria de ver “a actividade económica a
progredir”, frisou. In “Jornal Tribuna de Macau” - Macau
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