Lisboa
– A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e o G7+, grupo de Estados
frágeis, anunciaram que vão reforçar a cooperação no domínio da saúde pública
para acelerar a vacinação contra a covid-19 nos seus Estados-membros.
No
final de uma reunião entre representantes das duas organizações, na sede da
organização lusófona, em Lisboa, o secretário-executivo da CPLP, Zacarias da
Costa, referiu que foram apresentadas diversas propostas de cooperação “no
formato sul-sul”, nomeadamente “o combate às enormes desigualdades existentes
no que toca ao processo de vacinação” contra a covid-19.
Por
seu lado, o secretário-geral do G7+, o timorense Hélder da Costa, referiu que o
grupo está a viver uma “situação delicada” no campo da saúde pública, referindo
que tem havido “uma aproximação a várias associações farmacêuticas e companhias
para acelerar o processo de vacinação” nos seus países-membros, nomeadamente
nos mais frágeis, onde a taxa de vacinação é muito baixa”.
“As
pessoas não têm acesso à vacinação, e essa também é uma das tarefas que
queremos desenvolver juntamente com a CPLP”, realçou.
Segundo
o responsável da organização lusófona, foram abordadas ainda outras formas de
cooperação, como a promoção e difusão da língua portuguesa e na concertação
política e diplomática junto de organizações como as Nações Unidas.
“São
diversas as formas de concretizar esta parceria CPLP – G7+, a implementação de
iniciativas de interesse, com financiamento e cofinanciamento, através do Fundo
Especial” da organização dos países de língua portuguesa, sublinhou Zacarias da
Costa.
Nesta
reunião o secretário-executivo da CPLP recebeu as cartas credenciais do g7+,
que obteve a categoria de Observador Associado da CPLP na XIII Conferência de
Chefes de Estado e de Governo que decorreu em 17 de Julho, em Luanda, Angola.
A
entrega das cartas credenciais do G7+ contou com a presença do presidente do
grupo, o ministro do Planeamento e Desenvolvimento Económico da Serra Leoa,
Francis Kai Kai, e do secretário-geral, Hélder da Costa, que será a partir de
agora o representante permanente daquele grupo de países em Lisboa.
Zacarias
da Costa realçou ainda o facto de as duas organizações terem três
Estados-membros em comum: Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste e que
“vários dos países do G7+ conhecem diásporas de língua portuguesa e têm
ligações históricas, culturais e económicas com os países da CPLP, que é uma
organização promotora da paz e da solidariedade entre as nações”.
“Obviamente
que todos esses aspectos abrem caminho a um enorme capital de empatia e amizade
entre os nossos países que servem de base a uma relação de cooperação vibrante
e dinâmica, que o estatuto de observador associado permitirá concretizar”,
acrescentou.
Hélder
da Costa, destacou, em declarações à Lusa à margem do encontro, um conjunto de
planos de atividade na área da promoção do português, “uma língua para a
disseminação da paz”, acrescentando que, “como São Tomé e Príncipe e
Timor-Leste também fazem parte do grupo, irão trabalhar juntos no campo da
concertação político diplomática entre as duas instituições”.
O
responsável avançou que ainda estão a discutir com a CPLP “futuras parcerias no
campo do desenvolvimento económico, “nomeadamente a promoção do setor privado”
nos Estados-membros das duas organizações, “para promover a economia” dos seus
países.
Hélder
da Costa referiu que dentro do G7+, os países que mais preocupam a organização
são o Afeganistão, que “pela mudança no poder é um problema global, reconhecido
internacionalmente”, mas o Iémen, Haiti, República Democrática do Congo,
Guiné-Conacri, “que recentemente teve um golpe de Estado”, ou o Sudão do Sul
suscitam preocupações.
Assim,
admitiu que “a cooperação na área da concertação política e diplomática junto
de organizações como as Nações Unidas”, é um dos interesses do G7+ nesta
aproximação à CPLP.
Angola,
Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São
Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os nove Estados-membros da CPLP, que este ano
celebrou o seu 25.º aniversário, contando já com 32 países e organizações como
observadores associados.
O
G7+ é uma organização internacional, com vinte países (Afeganistão, Burundi,
Chade, Costa do Marfim, Guiné-Bissau, Guiné-Conacri, Haiti, Iémen, ilhas
Comores, ilhas Salomão, Libéria, Papua Nova Guiné, República Centro-Africana,
República Democrática do Congo, Serra Leoa, São Tomé e Príncipe, Somália, Sudão
do Sul, Timor-Leste e Togo), que viveram ou vivem em situação de conflito ou
numa situação de particular fragilidade política. In “Inforpress”
– Cabo Verde com “Lusa”
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