A seleção
nacional de futebol de Portugal acabou de ser eliminada pela congénere
marroquina, um momento triste para os adeptos portugueses espalhados pelo
mundo.
Mas
este triste resultado permitiu acabar com o grande farrobodó, termo que teve
origem nas grandes festas que o conde Farrobo realizava no séc XIX, ao acabar
com as viagens que os políticos estavam a realizar ao Catar de avião,
Presidente da República, Primeiro-ministro, Presidente da Assembleia da
República, Ministra, Secretário de Estado, enfim, quando é o Estado a pagar, há
sempre alguém preparado para viajar.
Portugal
ficou, neste campeonato do mundo de futebol, como o país que mais dirigentes
políticos estiveram de visita ao Catar. Chefes de Estado para além do português,
só a Espanha, Arábia Saudita e Senegal marcaram presença, quanto a
primeiros-ministros, houve a comparência do português e do País de Gales.
As
críticas a estas viagens vêm dos partidos da direita, apenas porque não estão
no poder e não poderem aceder a essas mesmas regalias, pois se lá estivessem faziam
o mesmo. Mas os de esquerda? O silêncio comprometedor é de dar o benefício de
qualquer crítica aos partidos de direita.
Enquanto
os políticos no poder esbanjam o dinheiro dos contribuintes, aparecem cada vez
mais, solicitações de solidariedade com os mais desfavorecidos, com aqueles que
não conseguem ter rendimentos, sejam do trabalho ou das pensões, para pagar as
despesas durante um mês. Foi este o propósito, já esquecido, que levou Portugal
a aderir à CEE em 1986, acabar com a pobreza, dar uma qualidade de vida mais
próxima dos países do centro e norte da Europa.
Enquanto
os nossos políticos passam a vida no ar, a viajar de Falcon ou de outro meio
aéreo, as pessoas com os pés assentes na Terra, poupam na energia, devido ao
aumento dos preços, são os comerciantes do comércio tradicional a apagar as
luzes das lojas, são os cidadãos a cobrirem-se com mais roupas, porque o
aquecedor passou a ser um luxo, em habitações cujo nível de construção,
reconhecidamente, deixa muito a desejar. No tempo agreste da pandemia, as
reuniões eram todas por videoconferência, agora têm de ser presenciais.
Será
que os aviões já não poluem? Quando se fala em combater as alterações
climáticas, estarão os governantes portugueses a pensar que andarem sempre no ar,
é garantia de uma boa gestão política?
Os
políticos portugueses estão sempre a referir que se regem pela “Ética
Republicana”, mas recordemos o Rei D. Carlos I que a 29 de janeiro de 1892,
perante a situação económica que o país atravessava, solicitava ao
primeiro-ministro que reduzisse em 20% a dotação que lhe era destinado, perante
a dolorosa e terrível crise que assolava o país. Norberto Serpe - Portugal
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