“Poco Muala”, ou Pouca Mulher, descreve a bravura da mulher são-tomense em sacrificar-se pelo sustento e bem-estar da família.
Um
monte da cidade de Neves, onde madeireiros abatiam árvores, era escalado diariamente
por uma mulher, para levar a refeição ao marido.
«A
mulher guerreira, com bebé nas costas trepava o monte para levar de comer ao
marido que operava a motosserra. O José Bravo, personagem principal do livro»,
revelou Alexandre Quaresma.
O
autor da obra inspirada na preservação do património cultural e ambiental,
conta que a refeição que alimentava o madeireiro no cimo do monte, era
confeccionada com os recursos da mulher. Pois o marido ganhava dinheiro com o
abate das árvores, mas não sustentava a família.
Uma
situação recorrente no seio da sociedade são-tomense. A mulher muitas vezes, é
a única chefe da família. Batalha arduamente para sustentar os filhos, e também
o marido. «O José Bravo não punha dinheiro em casa», sublinhou Alexandre
Quaresma.
O
livro relata que os homens que abatiam árvores no Monte Poco Muala, acabaram
por ser apanhados pelos guardas-florestais. A iniciativa de protecção do
ambiente atinge o ponto máximo com a reconversão profissional dos madeireiros.
Alexandre
Quaresma chama atenção no livro para a devastação da floresta na ilha de São
Tomé. Um acto de desmando segundo o autor do livro, e que põem em causa o ecossistema
nacional.
O
livro foi lançado na casa da Cultura na cidade de São Tomé. Uma obra
patrocinada pelo projecto PROCULTURA, que conta com o financiamento da União
Europeia. Abel Veiga – São Tomé e Príncipe in “Téla Nón”
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