Bom Feelin é o
terceiro single do E.P Autofagias do artista cabo-verdiano Djam Neguin que foi lançado dia 7 de Abril em todas as plataformas digitais. Após o seu intercâmbio artístico em Nova
Iorque e Hollywood em Dezembro de 2022, este será o primeiro grande lançamento
mediático de 2023 do artista.
Na
sequência do sucesso internacional do videoclip Ka Bu Skeci Tradison,
considerado por várias vozes e notas críticas como um dos melhor trabalhos
videográficos cabo-verdianos dos últimos anos (o selecionado para Festival de
Cinema de São Paulo 2022 e exibido na Stand da União Europeia na Womex no mesmo
ano ), seguido do hino-manifesto antirracista Badio Branku que foi difundido em
mais de 15 países, chega-nos agora uma música sobre recomeços, reinvenções e
novos imaginários.
Sobre o single
Esta
música foi escrita no contexto pós pandémico e também após um período de
recuperação de uma depressão profunda que o artista passou em 2020. Tal como a
letra evidencia, é uma música sobre reinícios, sobre a importância de se
conectar com as coisas que nos deixam vivos e positivos.
A
música traz uma brisa de fusões, podendo sentir-se um violino do género musical
cabo-verdiano a morna, e as influências dos ritmos afropop, afrobeat que tem
tomado a cena mundial, não fosse Djam um artista que sempre incorpora as suas
culturas cabo-verdianas e africanas nas suas criações. Cantado inteiramente em
português, é uma canção que se conectará com todos os falantes deste idioma, e
não só.
Sobre o videoclip
O
videoclip vem continuar a abordagem à estética afro futurista queer que
o artista já vem enfatizando no seu trabalho.
“sabendo
que hoje a música chega a todos por suporte da imagem, é muito importante que
os nossos imperativos estéticos e artísticos estejam manifestados naquilo que
comunicamos. Com o Ka Bu Skeci Tradison iniciei esta fase de contribuir para a
criação de imaginários afro futuristas, afro centrados, no qual se possa
imaginar a africanidade nas suas potências futurísticas, num mundo tecno
próspero. É importante ficcionar e fazer emergir novas ordens de representação de
imaginários dos nossos corpos que carregam toda a simbologia da ancestralidade
e são vitalícios num mundo a devir.
Quando
imagino África, imagino uma palete de cores. Variedade de culturas.
Pluralidades. E é por isso que este vídeo é multicolorido. As cores invadem os
olhos, e trazem toda a vibre de um psicadelismo furioso das máquinas, e da
transformação dos tempos.
Por
outro lado, optei por não aparecer no vídeo e por incorporar um corpo que pode
ser lido feminino, que surge semi-nu, e ao mesmo tempo com uma caracterização
híbrida. Um corpo cyborg. Um corpo transumano, que nos possa também fazer
refletir sobre o futuro dos nossos corpos.
Para
mim é importante lutar também para a afirmação duma estética queer, e
contribuir para a aceitação da diversidade que é o ser humano.
Esta é uma questão que está presente em todo o meu material artístico e sinto que cada vez quero enfatizá-la mais.” Soulart Press – Cabo Verde
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