Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sábado, 6 de maio de 2023

Cabo Verde - Lançamento do single “Bom feelin”, o Afro futurismo psicadélico de Djam Neguin


Bom Feelin é o terceiro single do E.P Autofagias do artista cabo-verdiano Djam Neguin que foi lançado dia 7 de Abril em todas as plataformas digitais.  Após o seu intercâmbio artístico em Nova Iorque e Hollywood em Dezembro de 2022, este será o primeiro grande lançamento mediático de 2023 do artista.

Na sequência do sucesso internacional do videoclip Ka Bu Skeci Tradison, considerado por várias vozes e notas críticas como um dos melhor trabalhos videográficos cabo-verdianos dos últimos anos (o selecionado para Festival de Cinema de São Paulo 2022 e exibido na Stand da União Europeia na Womex no mesmo ano ), seguido do hino-manifesto antirracista Badio Branku que foi difundido em mais de 15 países, chega-nos agora uma música sobre recomeços, reinvenções e novos imaginários.

Sobre o single

Esta música foi escrita no contexto pós pandémico e também após um período de recuperação de uma depressão profunda que o artista passou em 2020. Tal como a letra evidencia, é uma música sobre reinícios, sobre a importância de se conectar com as coisas que nos deixam vivos e positivos.

A música traz uma brisa de fusões, podendo sentir-se um violino do género musical cabo-verdiano a morna, e as influências dos ritmos afropop, afrobeat que tem tomado a cena mundial, não fosse Djam um artista que sempre incorpora as suas culturas cabo-verdianas e africanas nas suas criações. Cantado inteiramente em português, é uma canção que se conectará com todos os falantes deste idioma, e não só.

Sobre o videoclip

O videoclip vem continuar a abordagem à estética afro futurista queer que o artista já vem enfatizando no seu trabalho.

“sabendo que hoje a música chega a todos por suporte da imagem, é muito importante que os nossos imperativos estéticos e artísticos estejam manifestados naquilo que comunicamos. Com o Ka Bu Skeci Tradison iniciei esta fase de contribuir para a criação de imaginários afro futuristas, afro centrados, no qual se possa imaginar a africanidade nas suas potências futurísticas, num mundo tecno próspero. É importante ficcionar e fazer emergir novas ordens de representação de imaginários dos nossos corpos que carregam toda a simbologia da ancestralidade e são vitalícios num mundo a devir.

Quando imagino África, imagino uma palete de cores. Variedade de culturas. Pluralidades. E é por isso que este vídeo é multicolorido. As cores invadem os olhos, e trazem toda a vibre de um psicadelismo furioso das máquinas, e da transformação dos tempos.

Por outro lado, optei por não aparecer no vídeo e por incorporar um corpo que pode ser lido feminino, que surge semi-nu, e ao mesmo tempo com uma caracterização híbrida. Um corpo cyborg. Um corpo transumano, que nos possa também fazer refletir sobre o futuro dos nossos corpos.

Para mim é importante lutar também para a afirmação duma estética queer, e contribuir para a aceitação da diversidade que é o ser humano.

Esta é uma questão que está presente em todo o meu material artístico e sinto que cada vez quero enfatizá-la mais.” Soulart Press – Cabo Verde

 

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