Até ao próximo dia 27 de Maio, o grupo revela uma adaptação teatral do diário de viagem da última grande aventura dos portugueses pelo mundo levada a cabo pelas Asas de Portugal, em 1924. Acontecimento de importância histórica transcendente para a região e para o país, “este espetáculo surge como antecipação às comemorações do centenário deste feito”, considera a autarquia alentejana. Conversámos com o autor Rui Pisco que admitiu querer trazer o espectáculo até Macau.
O
Grupo de Teatro do Mira apresenta, entre os dias 4 e 27 de Maio, num périplo
pelo concelho de Odemira, o espectáculo “RAID Milfontes Macau”, uma adaptação
teatral do diário de viagem da última grande aventura dos portugueses pelo
mundo levada a cabo pelas Asas de Portugal, em 1924.“Acontecimento de
importância histórica transcendente para a região e para o país, este
espectáculo surge como antecipação às comemorações do centenário deste feito”,
escreve a autarquia no seu site na Internet, acrescentando que “celebra o
encontro de culturas e o papel de Portugal para o seu desenvolvimento a uma
escala global”.
Com
entrada livre, a produção de “Os Piscos”, da autoria, encenação e cenografia de
Rui Pisco e produção de Paula Coelho, trata a viagem de circum-navegação aérea
a partir do relato de Sarmento Beires, da qual também são protagonistas Brito
Pais e Manuel Gouveia, e celebra o encontro de culturas e o papel de Portugal
para o seu desenvolvimento a uma escala global.
Ao
Ponto Final, Rui Pisco exaltou o “grande acontecimento histórico que aconteceu
no Sudoeste português, em 1924”. “Havia disputas de quem ia e não ia. Estes
moços eram malucos. Fizeram os três a I Guerra Mundial, ainda vinham com a
vontade. Ao mesmo tempo, são indivíduos que defendem a liberdade. Estou em
Milfontes e fiquei apaixonado pelo Sarmento Beires. Fiquei apaixonado pela
história dele”, começou por dizer.
O
autor, encenador e cenógrafo considera que todo o espectáculo acabou por ser
uma “teimosia” da sua parte, “no bom sentido”. É uma “coisa contemporânea, mas
experimental”. E, mais, Rui Pisco pensa que com esta peça os laços entre o
Ocidente e o Oriente ainda podem sair mais fortes. “É algo que liga o Oriente
ao Ocidente e isto é rico, apesar de haver pessoas que não acham isso. Temos de
saber aceitar o outro. Aceitar as diferenças”, notou, revelando que o seu pai
esteve em Macau e Timor-Leste.
O
espectáculo tem sido muito bem recebido pelo público, conforme nos confidenciou
Rui Pisco. “Sinceramente fiquei muito satisfeito com o feedback do
púbico. Muitas pessoas ficaram até comovidas”, referiu, acrescentando que a expectativa
“é que continue para o ano porque para o ano faz 100 anos da viagem”. “Este ano
é uma espécie de rampa de lançamento para o ano que vem, um ano em que também
se comemoram os 50 anos do 25 de Abril. Vai ser fantástico”.
Um
dos desejos de Pisco é trazer a peça até Macau. Os primeiros contactos estão a
ser realizados com a ajuda do realizador António Faria, que viveu em Macau
diversos anos e actualmente se encontra em Portugal. “Claro que estamos a
tentar levar a peça até Macau. Estamos a falar com a Casa de Portugal em Macau.
Queremos levar este cantinho até Macau. Vamos ver”, concluiu, agradecendo a
Faria “preciosas dicas” que este tem dado.
O
grupo teatral apresenta, este mês, 10 sessões do espectáculo que surge como
antecipação às comemorações do centenário “deste feito de importância histórica
transcendente para a região e para o país”. Helena Macedo, o próprio Rui Pisco,
João Parreira, Leonel Parreira, Simão Silva e Marco Quintino são os actores de
serviço.
Depois
da estreia, precisamente em Vila Nova de Milfontes, no passado dia 4, o
espectáculo seguiu para São Miguel (6 de Maio), Brejão (7 de Maio), Odemira (13
de Maio) e São Teotónio (14 de Maio). Ainda haverá lugar a representações esta
sexta-feira, dia 19 de Maio, em São Luís, pelas 21h30 (hora em Portugal), no
dia 20 de Maio segue para Pereiras-Gare (21h30), no dia 21 para Luzianes-Gare (16h),
no dia 26 a actuação será em Santa Clara-a-Velha e no dia 27 em Boavista dos
Pinheiros (ambos pelas 21h30).
A
iniciativa, para maiores de 12 anos, conta com o apoio do Município de Odemira,
da Direcção-Geral das Artes, Associação Cultural Recreativa e Desportiva da
Longueira, Casa do Povo de Vila Nova de Milfontes, Junta de Freguesia de Vila
Nova de Milfontes e Associação Cultural Recreativa e Desportiva das Brunheiras.
O
Raid Milfontes Macau, que comemora no próximo ano o seu centenário, foi uma
expedição aérea de 1924 realizada por dois pilotos portugueses, Sarmento de
Beires e Brito Pais, juntamente com o mecânico Manuel Gouveia. Foi o primeiro
grande voo internacional de Beires e consolidou-o como um herói nacional em
Portugal. Pretendia ser um primeiro passo para uma futura volta ao mundo e um
lembrete da grande era da exploração marítima portuguesa. A jornada, a bordo do
Pátria I (um Breguet Bre.16Bn.2), numa primeira fase antes de um acidente, e do
Pátria II (um Havilland DH.9A), percorreu 16760 quilómetros em 117 horas e 41
minutos de voo. Gonçalo Pinheiro – Macau in “Ponto
Final”
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