Índice de Preços de Alimentos da FAO sobe, influenciado pelas cotações internacionais mais altas de açúcar, carne e arroz. O preço do trigo, milho e laticínios caem juntamente com os óleos vegetais, com a expectativa de colheita recorde de soja no Brasil
A
Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura aponta que os
preços internacionais de produtos alimentares subiram em abril pela primeira
vez num ano, em meio a aumentos nas cotações mundiais de açúcar, carne e arroz.
Para
o economista chefe da FAO, Maximo Torero, é importante acompanhar de perto a
evolução dos preços e as razões dos aumentos de preços. Segundo ele, à medida
que as economias recuperam de desacelerações significativas, a procura
aumentará, pressionando os preços dos alimentos.
Índice de Preços de Alimentos da FAO
O
Índice de Preços de Alimentos da FAO, que acompanha as mudanças mensais nos
preços globais de produtos alimentares, teve uma média de 127,2 pontos em abril
de 2023, um aumento de 0,6% em relação a março.
Nesse
nível, o índice ficou 19,7% abaixo de abril de 2022, mas ainda 5,2% acima de
abril de 2021.
O
índice subiu 17,6% em relação a março, atingindo o seu nível mais alto desde
outubro de 2011, devido à redução das expectativas de produção e resultados na
Índia, China, Tailândia e União Europeia causada por condições climáticas secas.
O
início lento da colheita de cana-de-açúcar no Brasil, juntamente com os preços
internacionais mais altos do petróleo bruto, o que pode aumentar a procura por
etanol de cana-de-açúcar, também influenciou no aumento.
Proteína animal
O
Índice de Preços da Carne da FAO subiu 1,3% durante o mês, impulsionado
principalmente pelas cotações mais altas da carne suína, seguidas pelos preços
das aves, que aumentaram em meio à procura de importações asiáticas e às
restrições de produção estimuladas por questões de saúde animal.
Os
preços internacionais da carne bovina também aumentaram devido à queda na
oferta de gado para abate, principalmente nos Estados Unidos.
Enquanto
isso, os índices de preços de outras grandes categorias de produtos
alimentares, com exceção do arroz, continuaram em tendência de queda.
Cereais
O
Índice de Preços de Cereais da FAO caiu 1,7% em relação a março e ficou em
média 19,8% abaixo do valor de abril de 2022.
Os
preços internacionais do trigo caíram 2,3%, devido principalmente às grandes
disponibilidades de exportação na Austrália e Rússia.
Já
o milho caiu 3,2%, com os suprimentos na América do Sul aumentando com as
colheitas em andamento.
Óleo vegetal e lácteos
O
preço do óleo vegetal caiu 1,3% no mês, registando o seu quinto declínio mensal
consecutivo. O óleo de palma permaneceu estável, enquanto as cotações dos óleos
de soja, colza e girassol diminuíram em sintonia com a pressão da colheita
sazonal de uma safra de soja potencialmente recorde no Brasil.
Os
lácteos também caíram 1,7%, impactado pela persistente procura global de
importação de leite em pó e maiores disponibilidades de exportação de queijo na
Europa Ocidental. ONU News – Nações Unidas
Sem comentários:
Enviar um comentário