Esforços em nível interno e externo são revelados à ONU News pelo presidente José Maria Neves. O Chefe de Estado cabo-verdiano destaca como projeta crescimento de falantes de língua portuguesa em paridade com o crioulo, a língua nacional
Proteger
a língua portuguesa como património é uma visão de Cabo Verde. Uma das medidas
para alcançar esse propósito é o grau de exigência aos alunos do ensino do
segundo grau, no país que acolhe o Instituto de Língua Portuguesa, IILP, e que
também tem a sua língua nacional, o crioulo.
A
declaração é do presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, que concedeu uma
entrevista à ONU News, em abril, quando falou da convivência com ambas as
línguas no arquipélago do oeste da África.
Dois patrimónios
“Na
verdade, Cabo Verde é um país bilíngue. Temos a língua materna cabo-verdiana, o
crioulo, e temos a língua portuguesa. São dois patrimónios do país e as duas
línguas devem crescer em paridade.”
Cabo
Verde distingue-se por ter uma diáspora com o dobro do número de residentes
nacionais. Foi à margem do encontro com cidadãos cabo-verdianos, nos Estados
Unidos, que o presidente Neves falou à ONU News sobre o Dia da Língua
Portuguesa e da política em relação ao idioma.
Dados
da Organização Internacional para Migrações, OIM, revelam que 260 mil
cabo-verdianos vivem nos Estados Unidos. O número equivale a 37% dos 700 mil
cidadãos de Cabo Verde que residem no exterior. Somente Portugal, abriga 100
mil cabo-verdianos.
Proficientes em línguas
As
diásporas são importantes por mobilizar recursos para a terra de origem, tanto
em termos profissionais como de remessas. No antes conhecido como país de
emigração, e agora com um número crescente de imigrantes, o idioma é essencial.
“É
claro que na diáspora geralmente as pessoas falam a língua materna e a língua
do país de acolhimento. Temos de trabalhar para que, no final do ensino
secundário, as pessoas estejam efetivamente proficientes na língua
cabo-verdiana e proficiente na língua estrangeira e se puderem, se possível
também, ter fluência em outras línguas como o inglês e o francês.”
O
presidente José Maria Neves apontou ainda o esforço do Governo de Cabo Verde em
projetar a língua portuguesa em entidades multilaterais.
“Ser
multilíngue é uma riqueza. Temos que trabalhar para que o nosso património seja
valorizado e se afirme no contexto nacional. É nossa língua oficial também, e
no contexto internacional, onde nas Nações Unidas, na União Africana, na Cedeao,
e em outros fóruns internacionais fazemos também um esforço enorme para
promover e para se falar a língua portuguesa.”
Recentemente,
Cabo Verde confirmou o retorno massivo de membros da diáspora motivados a se
envolver no desenvolvimento do seu país.
As
autoridades adotaram o estatuto do investidor imigrante para que junto a outras
medidas incentive a participação dos cabo-verdianos no estrangeiro no
desenvolvimento do seu país. ONU News – Nações Unidas
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