Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sexta-feira, 5 de maio de 2023

Cabo Verde - Quer proteger e promover a língua portuguesa como património

Esforços em nível interno e externo são revelados à ONU News pelo presidente José Maria Neves. O Chefe de Estado cabo-verdiano destaca como projeta crescimento de falantes de língua portuguesa em paridade com o crioulo, a língua nacional


Proteger a língua portuguesa como património é uma visão de Cabo Verde. Uma das medidas para alcançar esse propósito é o grau de exigência aos alunos do ensino do segundo grau, no país que acolhe o Instituto de Língua Portuguesa, IILP, e que também tem a sua língua nacional, o crioulo.

A declaração é do presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, que concedeu uma entrevista à ONU News, em abril, quando falou da convivência com ambas as línguas no arquipélago do oeste da África.

Dois patrimónios

“Na verdade, Cabo Verde é um país bilíngue. Temos a língua materna cabo-verdiana, o crioulo, e temos a língua portuguesa. São dois patrimónios do país e as duas línguas devem crescer em paridade.”

Cabo Verde distingue-se por ter uma diáspora com o dobro do número de residentes nacionais. Foi à margem do encontro com cidadãos cabo-verdianos, nos Estados Unidos, que o presidente Neves falou à ONU News sobre o Dia da Língua Portuguesa e da política em relação ao idioma.

Dados da Organização Internacional para Migrações, OIM, revelam que 260 mil cabo-verdianos vivem nos Estados Unidos. O número equivale a 37% dos 700 mil cidadãos de Cabo Verde que residem no exterior. Somente Portugal, abriga 100 mil cabo-verdianos.

Proficientes em línguas

As diásporas são importantes por mobilizar recursos para a terra de origem, tanto em termos profissionais como de remessas. No antes conhecido como país de emigração, e agora com um número crescente de imigrantes, o idioma é essencial.

“É claro que na diáspora geralmente as pessoas falam a língua materna e a língua do país de acolhimento. Temos de trabalhar para que, no final do ensino secundário, as pessoas estejam efetivamente proficientes na língua cabo-verdiana e proficiente na língua estrangeira e se puderem, se possível também, ter fluência em outras línguas como o inglês e o francês.”

O presidente José Maria Neves apontou ainda o esforço do Governo de Cabo Verde em projetar a língua portuguesa em entidades multilaterais. 

“Ser multilíngue é uma riqueza. Temos que trabalhar para que o nosso património seja valorizado e se afirme no contexto nacional. É nossa língua oficial também, e no contexto internacional, onde nas Nações Unidas, na União Africana, na Cedeao, e em outros fóruns internacionais fazemos também um esforço enorme para promover e para se falar a língua portuguesa.”

Recentemente, Cabo Verde confirmou o retorno massivo de membros da diáspora motivados a se envolver no desenvolvimento do seu país.

As autoridades adotaram o estatuto do investidor imigrante para que junto a outras medidas incentive a participação dos cabo-verdianos no estrangeiro no desenvolvimento do seu país. ONU News – Nações Unidas     


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