Dez startups do Brasil e de Portugal vão participar na feira de tecnologia Beyond Expo 2023, que arranca em Macau na quarta-feira, e quer aproximar os investidores chineses dos mercados lusófonos, disse à Lusa o organizador. “Sendo Macau uma cidade onde se fala português, creio ser muito importante manter esta tradição e esperamos ajudar as startups lusófonas a conhecer melhor os mercados chinês e asiáticos”, disse o cofundador da Beyond Expo, Jason Ho Kin Tung.
O
programa da feira, a decorrer entre 10 e 12 de maio, inclui, na quinta-feira, a
segunda edição do Brazil-Portugal Innovation Company Roadshow (em português,
Mostra de Empresas de Inovação Brasil-Portugal).
A
Beyond Expo vai contar com “pelo menos 60 grandes fundos de capital de risco”,
incluindo o fundo soberano de Singapura, Temasek, para os quais os países
lusófonos ainda estão “algo fora do radar”, disse Jason Ho.
Apesar
de admitir que “vai haver um período de aprendizagem”, o empresário acredita
que vários grandes grupos financeiros chineses poderão investir em startups
como um primeiro passo para entrar nos mercados de Portugal e Brasil.
Jason
Ho, filho do líder do Governo, Ho Iat Seng, elogiou ainda “o espírito de
aventura” das startups que tentam, através de Macau, dar o salto para a China,
“um mercado imenso, com muito potencial, mas também com enorme competição”.
Quatro
das dez startups foram distinguidas em concursos de inovação e empreendedorismo
organizados em Macau para tecnológicas de Portugal e do Brasil, incluindo a
Biosolvit, biotecnológica luso-brasileira na área da proteção ambiental que
venceu em 2021 a primeira edição do concurso.
Duas
outras empresas distinguidas em 2021 vão participar: as brasileiras Bioo, que
desenvolve soluções de saúde para diabéticos, e Pocket Clinic, que quer
desenvolver uma seringa inteligente para doenças crónicas que requerem injeção
contínua de medicamentos.
A
lista inclui ainda a vencedora da segunda edição do concurso, em 2022, a
portuguesa Virtuleap, que combina neurociência e realidade virtual para ajudar
a aumentar os níveis de atenção, no tratamento de doenças cognitivas e para
retardar o início do declínio cognitivo.
Após
duas edições da Beyond Expo limitadas pela pandemia, Jason Ho disse que não foi
possível convidar mais startups, porque Macau abriu as fronteiras a todos os
estrangeiros “de forma tão repentina”, a 05 de janeiro.
O
organizador disse esperar que em 2024 possa contar com mais projectos de países
lusófonos além de Portugal e do Brasil, mercados onde “o ecossistema para
startups já está mais maduro”.
Mais
de 600 empresas vão participar este ano na feira, mas Jason Ho não esconde uma
ambição maior: “até 2026, queremos que, quando o mundo quiser conhecer a
inovação tecnológica na Ásia, venha à Beyond Expo”. In “Ponto
Final” - Macau
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