A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) divulgou o Índice de Preços de Alimentos mantendo a tendência de baixa após recorde em março. A produção global de cereais deve ser menor em 2022
O
Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Alimentação
e Agricultura, FAO, caiu 0,3% em novembro.
O
indicador ficou em 135,7 pontos, seguindo em queda após bater o seu nível mais
alto em março, com a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Cereais e óleo vegetal
O
preço dos cereais caiu 1,3% em relação ao mês anterior, mas ainda está 6,3%
mais alto em comparação ao ano passado.
Trigo
e milho ficaram mais baratos 2,8% e 1,7%, respectivamente, influenciados pela
extensão da Iniciativa de Grãos do Mar Negro. Já os preços internacionais do
arroz subiram 2,3%.
Os
valores do óleo vegetal subiram 2,3% em novembro, encerrando sete meses
consecutivos de queda. Os preços internacionais dos óleos de palma e soja
subiram, enquanto os de colza e girassol caíram.
Lácteos e carne
Quem
consumiu produtos lácteos viu uma queda de 1,2% desde outubro, com as cotações
mundiais de manteiga, desnatado e leite em pó integral caindo, em meio a uma
redução na procura de importação. Já a procura por queijo aumentou, em parte
devido a disponibilidades de exportação menos dinâmicas dos principais países
produtores do Oeste da Europa.
Segundo
a FAO, a carne ficou 0,9% mais barata em novembro, com a queda dos preços
internacionais da carne bovina. A queda foi puxada pelo aumento da oferta de
exportação da Austrália e pela já alta oferta do Brasil, apesar da forte procura
de importação da China.
Por
outro lado, os preços mundiais de todos os outros tipos de carne recuperaram,
liderados por cotações mais altas da carne ovina.
Açúcar
De
acordo com o índice da FAO, o açúcar subiu 5,2% em novembro, influenciado pela
forte compra em meio à oferta global reduzida com os atrasos na colheita nos
principais países produtores e o anúncio da Índia de uma cota de exportação de
açúcar mais baixa.
Os
preços mais altos do etanol no Brasil também exerceram pressão de alta sobre os
preços mundiais do açúcar.
Previsão de produção mundial de cereais para 2022 é
reduzida
A
FAO divulgou nesta sexta-feira o Relatório de Oferta e Procura de Cereais. A
agência reduziu ainda mais a sua previsão para a produção mundial de cereais em
2022, que agora é de cerca de 2,7 milhões de toneladas, uma queda de 2,0% em
relação a 2021.
A
redução reflete as perspectivas de baixa produção de milho na Ucrânia, onde o
impacto da guerra tornou as operações pós-colheita excessivamente caras.
A
FAO também reduziu sua previsão de produção global de trigo para o ano, mas,
apesar desse corte, o novo número de 781,2 milhões de toneladas permaneceria um
recorde. Espera-se que a produção global de arroz caia 2,4% abaixo da alta
histórica do ano anterior.
A
entidade ainda destaca que o plantio da safra de trigo de inverno de 2023 está
em andamento em meio a preocupações com a disponibilidade dos principais produtos
agrícolas e condições climáticas nos Estados Unidos e na Rússia.
No
Hemisfério Sul, as lavouras de grãos grossos estão sendo semeadas, e as
previsões oficiais no Brasil apontam para uma área recorde de plantio de milho.
ONU News – Nações Unidas
Em
Portugal, Eduardo Oliveira e Sousa alerta que os preços dos produtos agrícolas
junto do consumidor vão continuar a aumentar “ainda durante algum tempo, mesmo
que a inflação pare”, e só por “milagre” poderiam voltar aos valores de há um
ano. “É natural que continuem a subir durante algum tempo para amortizaram a
diferença de velocidades entre o aumento do custo de produção e o valor da
venda desse mesmo produto”, refere o presidente da Confederação dos
Agricultores de Portugal (CAP).
Em
entrevista ao Jornal de Negócios e Antena1, o porta-voz dos empresários
agrícolas diz que muitas explorações ligadas à pecuária já fecharam e que vêm
aí “outro tipo de falências, associadas à conta da luz”, quando fizeram as
contas no final do ano e os acertos finais ao consumo. Eduardo Oliveira e Sousa
antecipa que “há explorações que no ano que vem não terão condições para
iniciar a campanha, fruto do preço da energia”. E já pediu ao ministro do
Ambiente para que os agricultores tenham acesso ao mercado regulado da
eletricidade, como os consumidores domésticos, notando que o preço atual é
“incompatível com a maior parte das culturas de regadio”.
Lembrando
que, apesar da chuva que caiu nas últimas semanas, no sul do território a
situação de escassez está longe de estar superada, o líder da CAP critica a
ministra da Agricultura pelo facto de, ao contrário dos espanhóis, os
agricultores portugueses ainda não terem recebido “um euro” sequer dos apoios
relacionados com a seca. Aponta falta de “habilidade política e técnica” a
Maria do Céu Antunes para resolver este problema — e igualmente de capacidade
técnica no que toca à gestão do Plano Estratégico de Política Comum (PEPAC). In “ECO” -
Portugal
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