O distrito do Ngola Kiluanje, em Luanda, está sem qualquer biblioteca pública desde 2019. Encerramento da única estrutura, por falta de trabalhadores, deixa 134 mil sem espaço para ler
Mais
de 134 mil habitantes do distrito do Ngola Kiluanje, em Luanda, estão há quase
quatro anos sem espaço para leitura, em consequência do encerramento, desde
2019, da única biblioteca pública da zona.
Inaugurada
em Junho de 2017, pela então vice-presidente da Comissão Administrativa da
Cidade de Luanda, Mara Regina Baptista Quiosa, a biblioteca funcionou por um
período de quase dois anos, com três funcionários, em regime de colaboração,
que recebiam apenas um subsídio que a directora da biblioteca retirava do próprio
salário e da venda de gelados.
Entretanto,
este semanário sabe que a construção e o apetrechamento da referida biblioteca,
que funciona dentro das instalações da Escola do I Ciclo do Ensino Secundário
nº 3107, mais conhecida por "Escola dos Ossos", custou aos cofres do
Estado perto de 400 milhões de Kwanzas.
Moradores
do bairro contam que a falta de funcionários de limpeza e bibliotecários foi o
motivo que levou ao encerramento da biblioteca.
"Abandonada"
há quase quatro anos, o espaço de leitura tem os vidros e computadores
vandalizados pelos amigos do alheio, de acordo com relatos do coordenador da
comissão local de moradores, Vicky João. A única biblioteca pública do Ngola
Kiluanje é agora habitação dos pássaros e gatos, com um cenário que ilustra
mesas e livros empoeirados e ar condicionados transformados em ninhos. André
Kibode – Angola in “Angola online”
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