Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Internacional - Desflorestação: Todos os anos arde no mundo uma área com cerca de 10 milhões de hectares, alerta ONU

Todos os anos a floresta perde cerca de 10 milhões de hectares, uma área superior à dimensão de Portugal e equivalente à da Islândia, segundo os dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que adverte para esta “alarmante” desflorestação global.

Este fenómeno, em conjunto com a agricultura e outras alterações do uso do solo, é responsável por 25% das emissões globais de gases com efeito de estufa, o que afasta cada vez mais o mundo de atingir os objetivos florestais e acabar ou inverter a desflorestação até 2030, de acordo com o último relatório do Programa UN-REDD, feito pelo Centro de Monitorização da Conservação Mundial (UNEP-WCMC) do Programa das Nações Unidas para o Ambiente e pela iniciativa Green Gigaton Challenge (GGC).

Para que as metas de 2030 possam ser alcançadas e assim se possa progredir em relação ao objetivo de 1,5°C do Acordo de Paris, é necessário que as emissões sejam revertidas, mais tardar até 2025, segundo o relatório

A defesa climática e a inversão da desflorestação na Amazónia foi um dos motes da campanha do agora presidente do Brasil Lula da Silva, que planeia convocar uma cimeira este ano com os presidentes dos onze países que partilham a maior área verde do planeta.

Com esta reunião, o líder brasileiro pretende restabelecer as medidas de combate à desflorestação na floresta tropical amazônica que foram abandonadas pelo seu antecessor Jair Bolsonaro durante o seu mandato, o que resultou num aumento de quase 60% de destruição florestal, com uma área média devastada de 11396 quilómetros quadrados por ano.

O desaparecimento de florestas tem sido causado maioritariamente pelos incêndios que, além de destruírem também a biodiversidade, libertam grandes quantidades de CO2 para a atmosfera.

Em 2022, arderam cerca de 786 mil hectares de floresta na União Europeia (EU), dos quais 39% em Espanha, e foram libertadas 28 milhões de toneladas de dióxido de carbono para a atmosfera. Também na província argentina de Corrientes, no nordeste do país, há registo de 785 mil hectares queimados e na Bolívia 855.

Com estes números, a ONU acredita que será impossível limitar o aumento médio da temperatura global a 1,5°C sem que as florestas desempenhem um papel importante, tanto em termos das reduções maciças de emissões que podem ser conseguidas travando a desflorestação como do carbono adicional que pode ser sequestrado através de uma melhor gestão florestal e reflorestação. Beatriz Maio – Portugal in “MultiNews – Sapo”

 

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