Orientada por Luís Graça e Manuel Carmo Gomes, os resultados da investigação foram, esta semana, publicados na revista Lancet Infectious Diseases. “A protecção conferida pela imunidade híbrida é inicialmente de cerca de 90%, reduzindo após cinco meses para cerca de 70%, e tende a se estabilizar num valor em torno de 65% após oito meses”, concluíram os cientistas
Um
grupo de investigadores portugueses concluiu que a imunidade híbrida contra o
variante Ómicron BA.5 do SARS-CoV-2 dura cerca de oito meses após uma infecção.
As conclusões, publicadas esta semana na revista Lancet Infectious Diseases, referem
que, embora tenha sido estabelecido que a infecção após a vacinação fornece um
reforço imunológico, a duração desse reforço não era conhecida até agora. “A
protecção conferida pela imunidade híbrida é inicialmente de cerca de 90%,
reduzindo após cinco meses para cerca de 70%, e tende a se estabilizar num
valor em torno de 65% após oito meses, em comparação com a protecção em pessoas
vacinadas que nunca foram infectadas pelo vírus”, afirmou o co-autor Luís
Graça, citado em comunicado de imprensa divulgado pela Faculdade de Ciências da
Universidade de Lisboa.
Graça,
investigador principal Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes e
professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (UL), e Manuel
Carmo Gomes, professor da Faculdade de Ciências da UL, ambos membros da
Comissão Técnica de Vacinação contra a Covid-19 da Direcção Geral de Saúde
(DGS), concluíram que “esses resultados mostram que a imunidade híbrida
conferida pela infecção com subvariantes anteriores do SARS-CoV-2 em pessoas
vacinadas é bastante estável”.
Este
estudo segue-se aos resultados publicados em Setembro de 2022 pelos mesmos
investigadores na revista científica New England Journal of Medicine onde, na
altura, mostraram, através do estudo da população portuguesa largamente
vacinada, que a infecção pelas primeiras subvariantes Ómicron, em circulação em
Janeiro e Fevereiro do ano passado, “conferia protecção considerável para a
subvariante Ómicron BA.5, que circula em Portugal desde Junho e que continua a
ser a variante predominante em muitos países”. “Em Setembro, tínhamos observado
que a infecção pelas primeiras subvariantes Ómicron conferia uma protecção para
a subvariante BA.5 cerca de quatro vezes superior a pessoas vacinadas que não
foram infectadas em nenhuma ocasião, mostrando a importância da imunidade
híbrida para a protecção contra novas infecções. Agora mostramos que essa
protecção conferida pela vacinação em conjunto com as infecções prévias é
estável e mantém-se até pelo menos oito meses após a primeira infecção”,
referiu ainda o investigador principal Instituto de Medicina Molecular João
Lobo Antunes.
Sobre
os cálculos envolvidos, João Malato, primeiro autor do mesmo estudo, explicou
que “com esses dados, calculamos o risco relativo de reinfecção ao longo do
tempo em pessoas vacinadas com infecções anteriores pelas primeiras
subvariantes Ómicron do SARS-CoV-2, permitindo concluir sobre o nível de
protecção contra a reinfecção. Descobrimos que a protecção permanece alta oito
meses após o contacto com o vírus.” Gonçalo Pinheiro – Macau in “Ponto
Final”
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