Bissau – O Governo, através do Ministério dos Transportes e Comunicações e com o apoio de Portugal, espera receber este ano um navio de transporte de passageiros de 320 lugares, para garantir a ligação entre as ilhas e facilitar o escoamento dos produtos.
O
anúncio foi feito por um dos membros do Núcleo de Apoio Técnico ao Gabinete do
ministro dos Transportes e Comunicações, Murido Cá, numa conferência de
imprensa de esclarecimentos sobre as condições de abate dos navios da Sociedade
de Transporte Marítima SOTROMAR, nomeadamente IV Centenário, Pecixe e Baria.
O
sindicato de base da empresa teria acusado o ministério de recebimento de 80
milhões de francos CFA resultante da venda de sucatas dos navios da SOTROMAR,
acusação refutada por Murido Cá.
Disse
que a empresa que ganhou o concurso para o abate dos navios pagou 45 milhões de
francos para o efeito e não 80 milhões, explicando que, desse montante, cinco
milhões de francos foram revertidos para o pagamento dos elementos que compõem
a comissão.
Cá
disse ainda que, cerca de 20 milhões de francos CFA também foram destinados
para o pagamento de dois meses de salários dos funcionários da Sotromar e que o
resto ficou cativado por ordem do Tribunal, devido a um litígio entre a empresa
e um dos seus trabalhadores.
A
SOTROMAR é uma sociedade de transporte marítima, tutelada pelo Ministério dos
Transportes e Comunicações, criada com o objectivo de facilitar a ligação entre
as ilhas.
De
algum tempo para cá, segundo Murido Cá, a empresa deparou-se com problemas de
ordem técnica e financeira, que não permitiram dar resposta aos objectivos que
nortearam a sua criação, sobretudo no que se refere ao pagamento de salário aos
trabalhadores.
Murido
Cá disse que a empresa se encontra em situação de dívidas perante os
funcionários no valor de mais 639 milhões de francos CFA, e com diferentes
fornecedores na ordem de 200 milhões de francos.
“É
uma empresa que, há cinco anos, não dispõe de nenhuma fonte de receita. Neste
momento não tem nenhum navio operacional para dar respostas às exigências”,
acrescentou aquele responsável.
Disse
que esta situação foi herdada pela atual direção que assumiu a gestão da
empresa em 2020.
“A
atual direção prontificou-se em informar o ministro da situação difícil com que
se depara a empresa e este por sua vez deu instruções para se fazer um levantamento
geral da empresa. Concluído o levantamento emitiu-se um parecer técnico que
indicava que os navios IV centenário e Pecixe estavam num estado avançado de
degradação e que o Baria era recuperável”, disse.
De
seguida, de acordo com Murido Cá, o ministro dos Transportes informou o plenário
governamental sobre a situação da empresa e tendo em conta as dificuldades do
governo em termos de condições financeira para recuperação dos navios, foi
decidido a criação de uma Comissão Interministerial, composta pelo Ministério
das Finanças através do Departamento de Património de Estado, Instituto Marítimo
Portuário e Sotromar e representantes dos sindicato de base dos trabalhos da
mesma para garantir a maior transparência do processo.
“No
fim dos trabalhos levados a cabo pela comissão, foi aberta um concurso público
para o abate dos navios e a empresa que venceu o concurso pagou 45 milhões de
francos para o abate dos três navios, dos quais cinco milhões de francos CFA
foram destinados ao pagamento dos
elementos que compõem a comissão, cerca de 20 milhões francos cfa foram
destinados para o pagamento de dois meses de salários dos funcionários da Sotromar,
e o resto do valor ficou cativado por ordem do tribunal devido a um litígio que
existe entre a empresa e um dos seus trabalhadores”.
O
Membro do Núcleo de Apoio Técnico do Gabinete do ministro dos Transportes e
Comunicações pediu calma aos funcionários, e admite que melhores dias hão de
chegar.
Perguntado
para quando a chegada do navio, Murido Cá disse que se está a fazer um trabalho
técnico para adaptação do mesmo às condições de navegabilidade nas águas
territoriais guineenses. In “Agência de Notícias da Guiné” – Guiné-Bissau
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