Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

domingo, 8 de janeiro de 2023

Guiné-Bissau – Ministério dos Transporte aguarda chegada de navio para transporte de passageiros entre as ilhas

Bissau – O Governo, através do Ministério dos Transportes e Comunicações e com o apoio de Portugal, espera receber este ano um navio de transporte de passageiros de 320 lugares, para garantir a ligação entre as ilhas e facilitar o escoamento dos produtos.



O anúncio foi feito por um dos membros do Núcleo de Apoio Técnico ao Gabinete do ministro dos Transportes e Comunicações, Murido Cá, numa conferência de imprensa de esclarecimentos sobre as condições de abate dos navios da Sociedade de Transporte Marítima SOTROMAR, nomeadamente IV Centenário, Pecixe e Baria.

O sindicato de base da empresa teria acusado o ministério de recebimento de 80 milhões de francos CFA resultante da venda de sucatas dos navios da SOTROMAR, acusação refutada por Murido Cá.

Disse que a empresa que ganhou o concurso para o abate dos navios pagou 45 milhões de francos para o efeito e não 80 milhões, explicando que, desse montante, cinco milhões de francos foram revertidos para o pagamento dos elementos que compõem a comissão.

Cá disse ainda que, cerca de 20 milhões de francos CFA também foram destinados para o pagamento de dois meses de salários dos funcionários da Sotromar e que o resto ficou cativado por ordem do Tribunal, devido a um litígio entre a empresa e um dos seus trabalhadores.

A SOTROMAR é uma sociedade de transporte marítima, tutelada pelo Ministério dos Transportes e Comunicações, criada com o objectivo de facilitar a ligação entre as ilhas.

De algum tempo para cá, segundo Murido Cá, a empresa deparou-se com problemas de ordem técnica e financeira, que não permitiram dar resposta aos objectivos que nortearam a sua criação, sobretudo no que se refere ao pagamento de salário aos trabalhadores.

Murido Cá disse que a empresa se encontra em situação de dívidas perante os funcionários no valor de mais 639 milhões de francos CFA, e com diferentes fornecedores na ordem de 200 milhões de francos.

“É uma empresa que, há cinco anos, não dispõe de nenhuma fonte de receita. Neste momento não tem nenhum navio operacional para dar respostas às exigências”, acrescentou aquele responsável.

Disse que esta situação foi herdada pela atual direção que assumiu a gestão da empresa em 2020.

“A atual direção prontificou-se em informar o ministro da situação difícil com que se depara a empresa e este por sua vez deu instruções para se fazer um levantamento geral da empresa. Concluído o levantamento emitiu-se um parecer técnico que indicava que os navios IV centenário e Pecixe estavam num estado avançado de degradação e que o Baria era recuperável”, disse.

De seguida, de acordo com Murido Cá, o ministro dos Transportes informou o plenário governamental sobre a situação da empresa e tendo em conta as dificuldades do governo em termos de condições financeira para recuperação dos navios, foi decidido a criação de uma Comissão Interministerial, composta pelo Ministério das Finanças através do Departamento de Património de Estado, Instituto Marítimo Portuário e Sotromar e representantes dos sindicato de base dos trabalhos da mesma para garantir a maior transparência do processo.

“No fim dos trabalhos levados a cabo pela comissão, foi aberta um concurso público para o abate dos navios e a empresa que venceu o concurso pagou 45 milhões de francos para o abate dos três navios, dos quais cinco milhões de francos CFA foram  destinados ao pagamento dos elementos que compõem a comissão, cerca de 20 milhões francos cfa foram destinados para o pagamento de dois meses de salários dos funcionários da Sotromar, e o resto do valor ficou cativado por ordem do tribunal devido a um litígio que existe entre a empresa e um dos seus trabalhadores”.

O Membro do Núcleo de Apoio Técnico do Gabinete do ministro dos Transportes e Comunicações pediu calma aos funcionários, e admite que melhores dias hão de chegar.

Perguntado para quando a chegada do navio, Murido Cá disse que se está a fazer um trabalho técnico para adaptação do mesmo às condições de navegabilidade nas águas territoriais guineenses. In “Agência de Notícias da Guiné” – Guiné-Bissau

 

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